Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones
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domingo, 20 de março de 2011

Primavera

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.
Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.
Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.
Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.
Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul.
Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra.
Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade.
Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.


Primavera
Cecília Meireles
(Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366 )

quinta-feira, 17 de março de 2011

Cíclos da natureza - CONVITE



No dia 19 de Março às 18.11h precisamente, acontece a lua cheia com a particularidade de estar posicionada em Virgem (signo de terra) ao mesmo tempo que o sol se encontra em peixes (signo de água). Peixes é o último signo do Zodíaco, associado aos pés, ao trilhar de caminhos, ao alcançar de objectivos. Está também associado com a morte, não só a física, mas a morte de coisas que já não sirvam sua função, coisas das quais nos queremos libertar. O seu oposto, aquele com o qual se equilibra, é o signo de virgem, onde se posiciona esta lua cheia de Março, também designada como Lua da Morte. Virgem, sendo um signo de terra, está associado à nutrição e ao cuidar, tanto física como espiritualmente.


Por este motivo, vai acontecer um movimento mundial recorrendo ao toque de tambores e dança, com o intuito de "curar a terra", elevando os votos sinceros de todos os participantes para a criação de uma energia única com o potencial de ajudar ao nascimento de um mundo melhor.

ver melhor aqui

 Nesta primeira edição dos Ciclos da Natureza, iremos incluir este ritual na nossa roda de dança. Será um Equinócio muito especial: deixaremos a pele do passado que já não serve para trás e iniciaremos os passos de um novo caminho, que nasce com a primavera, elevando nossas vozes e movimentos numa espiral global para um mundo novo.

A actividade irá decorrer na Peninha, na Serra de Sintra.

A Peninha é um local na Serra de Sintra, considerado por muitos como mágico e misterioso. Talvez a área mais virgem em termos da flora e fauna de Sintra.

Valor de troca para toda a actividade (inclui a construção de coroas de flores, as danças de roda com o ritual para a "cura da terra", pintura de ovos e lanche partilhado): 10€ por família.
 
Inscrições e mais informações sobre como chegar:


Catarina Pardal: euquero@parirempaz.com  ou 919267844

Yara Cléo: doulacleo@gmail.com  ou 938407003

segunda-feira, 14 de março de 2011

CONVITE - Cíclos da Natureza

A Peninha é um local na Serra de Sintra, considerado por muitos como mágico e misterioso. Talvez a área mais virgem em termos da flora e fauna de Sintra.

Convidamo-vos a visitar a Anta de Adrenunes, monumento sepulcral da época Megalítica (entre 4800 A.C. e 2500 A.C.)



A Anta de Adrenunes é uma estrutura constituída por várias pedras, entre as quais existe uma passagem com cerca de 5 metros de altura. Esta passagem poderá ter servido de necrópole colectiva durante a época megalítica. Situa-se no alto de um outeiro que domina a paisagem em redor do Cabo da Roca e a vasta região que se estende para norte da Serra de Sintra.

A nossa proposta é para recebermos a Primavera - Ostara, neste local considerado como um monumento nacional pelo IPPAR , com actividades para famílias: Construção de coroas de flores, danças de roda, pintura de ovos, etc.

Mapa:


Ver mapa maior

Inscrições e mais informações sobre como chegar:
Catarina Pardal: euquero@parirempaz.com ou 919267844
Yara Cléo Bueno yaradoulacleo@ymail.com ou 938407003

Trazer lanche para partilhar

Roupa confortável
1 ou 2 ovos cozidos por pessoa
Instrumentos musicais para quem tenha e queira levar
Boas disposição e espírito aberto
Em caso de mau tempo faremos a actividade em Sº João das Lampas - Bolelas

sábado, 12 de março de 2011

Os meus ovos de Ostara

Os ovos coloridos são os maiores símbolos desse Sabbat.

Os povos primitivos acreditavam que o mundo teria surgido a partir de um grande
Ovo Cósmico de uma Deusa Pássaro e fertilizado pelo Deus Sol.
Os ovos são o símbolo máximo da criação e da fertilidade.
Eu pinto ovos no Equinócio da Primavera e os meus altares são decorados com este poderoso símbolo de fertilidade, protecção e boa sorte, são ovos especiais, ovos de Ostara, invoco neles todos os sonhos e desejos que quero ver realizados.

Como fazer?
Precisamos de:

*Ovos;
*Tintas de várias cores, dando destaque às cores amarela,verde e branca
(cores sagradas de Ostara);
*Pincéis de várias espessuras;
*Uma cesta de vime.

Cozo os ovos e espere que fiquem frios. Pinto-os usando toda a minha criatividade, peço ajuda aos meus filhos.

Pinto símbolos como o Sol, a Lua, as Estrelas, etc.

Coloco os ovos na cesta de vime e então consagro os Ovos, invocando sobre eles, dizendo:

"Em nome da Deusa da Primavera e do Deus Sol, pelos poderes dos quatro elementos,
Terra, Ar, Fogo e Água, eu consagro estes Ovos de Ostara."

Ficam sobre o meu Altar e deixe-os lá durante todo o meu ritual.

Ofereço os ovos aos familiares, amigos e a uma árvore.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Em contagem decrescente para a Primavera - Ostara

A minha estação do ano preferida!

A Primavera é tempo de celebração!
Eu já estou a planear os meus rituais de primavera!

Quando penso na primavera, penso nos diversos deuses e deusas, de variados panteões, ligados às festividades desta estação:

Eostre (panteão nórdico) – Eostre ou Ostera é a deusa da fertilidade e do renascimento na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia germânica. A primavera, lebres e ovos coloridos eram os símbolos da fertilidade e renovação a ela associados.

Cibele (panteão grego) – Deusa dos mortos, da fertilidade, vida selvagem, agricultura, leis e da Caçada Mítica. Em tempos antigos, Cibele era chamada de “A Mãe dos Deuses”. O grande Sófocles a chamava de “Mãe de Tudo”. O seu culto iniciou-se na Anatólia Ocidental e na Frígia, onde era conhecida como “A Senhora do Monte Ida”.

Flora (panteão romano) – Flora é a potência da natureza que faz florir as árvores e preside a “tudo que floresce”. Era honrada quer por populações itálicas não latinas como latinas. Esposa de Zéfiro e deusa das flores, na Grécia é chamada de Clóris.

Freya (panteão nórdico) – Deusa nórdica do amor e magia, condutora das almas para o mundo subterrâneo. Ela regia a fertilidade, a sexualidade, a Lua, o mar, a Terra, o mundo subterrâneo, o nascimento e a morte.

Osíris (panteão egípcio) – Os antigos Egípcios acreditavam que Osíris morria todos os anos no início da Primavera, quando era tempo de seca e de colheitas, para renascer no Outono, quando o nível das águas do Nilo baixava e se procediam às sementeiras.

Saraswati (panteão hindu) – Deusa da fala e da aprendizagem, é a criadora do Sânscrito, a língua dos Vedas. Ela é a consorte de Brahma, o criador e membro da trindade hindu. Ela é igualmente reverenciada pelos hindus, jainistas e pelos budistas. Ela é adorada no primeiro dia da Primavera, de acordo com calendário hindu, chamado Basant Panchami.