Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones
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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O Poder de um Beijo

Quando uma mãe beija o seu bebé, recolhe amostras dos germes patogénicos que estão no rosto do bebé ingerindo-os. Os órgãos linfoides secundários da mãe, como as amígdalas, e as células "b" de memória são estimuladas. Estas células "b" migram até as mamas da mãe onde se produzem os antibióticos específicos que seu bebé precisa”. 

Lauren Sompayrac, autora de How The Immune System Works (Como trabalha o Sistema Imunológico) 

Citado em Why Mothers Kiss Their Babies ( Por que as Mães Beijam os seus Bebés) de Judie Rall na Revista Birthing Magazine.

http://www.birthunlimited.ca/parenting/23-why-mothers-kiss-their-babies.html

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Disponibilidade para amamentar...



Por Laura Gutman

Tradução: Sandra CP.

Somos mamíferos- ainda que esquecemos- porque temos mamas. E todas as mamíferas foram designadas para amamentar suas cria. Portanto, todas somos capazes de nutrir ao bebê recém nascido com o leite que vem naturalmente do interior de nosso corpo. É verdade que o conceito “natural” está completamente manipulado pela cultura, por isso nos ater ao que é ou não “natural” costuma parecer-nos bastante complexo.

Imagem do Google
Então depositamos tantas fantasias no alimento, no que é bom ou não oferecer ao bebê, que o “dar de comer” se converteu em todo um problema para as mães modernas. Inclusive dar de mamar passou a ser algo difícil de conseguir, algo que há que superar, controlar e estudar ao pé da letra para ter sucesso. É estranhho que em somente 50 anos da recente história é esquecemos a natureza, a simplicidade e o silêncio com que as mulheres sempre amamentaram aos nossos filhos desde que existe a humanidade.
A realidade é que a amamentação é fundamentalmente contato, conexão, braços, silêncio, intimidade, amor, doçura, repouso, permanência, sono, noite, solidão, fantasia, sensibilidade, olfato, corpo e intuição, ou seja, tudo é muito distante das receitas pediátricas e de todos os “deve ser” que pretendemos cumprir no papel de mães.

A amamentação falha quando a colocamos dentro dos parâmetros de “melhor alimento”. Quando calculamos, medimos, pesamos ou estamos atentas às quantidades e tempos em que o bebê tomou ou deixou de tomar. Não se trata de pensar no que come. Se trata de estar junto. É algo tão “natural” que esquecemos-o. Porque quase não mantemos relações afetivas de modo simples, sem projetos nem objetivos.

Para ser uma boa mãe, acreditamos que devemos dar ao bebê o melhor. E se o melhor não é quantificável, a amamentação falha.

A questão vai além dos desejos ou ilusões sobre um bom alimento, somos um exército de mães que não podemos dar de mamar aos nossos filhos, somos mães a quem nos sangram os mamilos, nos ferem e o pior de tudo: o bebê volta a pedir como se não houvesse sido suficiente o que mamou uma hora antes. Temos a sensação de que as contas nunca dão bons resultados em matéria de amamentação. Não se pode viver assim!
Ambas as situações, amamentação e liberdade, não são compatíveis. Ninguém pode determinar o que é que cada qual deve fazer. Mas sim é importante que saibamos o que ganhamos e o que perdemos frente a cada decisão.

Gutman, Laura. Livro: A revolucao das maes: o desafío de nutrir aos nossos filho, pg 99-101

terça-feira, 5 de junho de 2012

Amamentar uma criança de 3 anos é anormal?


A capa de maio da revista norte-americana «Time» está a ser muito contestada pois mostra uma criança de três anos,  a ser amamentada pela sua mãe. 


E eu pergunto? Porque tanta contestação???

Porque vivemos numa sociedade tecnocatra! AMAMENTAR È NATURAL!!! ANORMAL É SERMOS OS UNICOS MAMIFEROS A BEBER LEITE DE OUTRO MAMIFERO !


Amamentar enquanto a criança quiser É NORMAL - acreditem que eles deixam de mamar quando já não precisam! 

Mais Informação AQUI



Espreitem AQUI as vantagens da amamentação prolongada ou a amamentação com desmame natural como eu prefiro dizer. 









E para concluir...
1 - Carregar o bebé próximo do nosso corpo, num sling,, pano ou porta bebés É NATURAL!!! ANORMAL É ANDAR COM BEBÉS EM CARRINHOS !! Espreitem os CINCO benefícios do uso do pano e vejam este video para verem a diferença de transportar um bebé no carrinho ou no pano

2 - Começar o contato com seu filho logo após o parto É NORMAL!!! ANORMAL É AQUECER OS BEBÉS EM LUZES ARTIFICIAIS!!!

ESPREITEM AQUI PARA SABEREM AS COISAS ANORMAIS QUE FAZEM AOS BEBÉS DEPOIS DE NASCER

E se tiverem coragem vejam este video:



É NORMAL???

3 - Acreditar no choro do bebé  (e confortá-lo sempre) É NATURAL!!! ANORMAL É ACHAR QUE OS BEBÉS SÃO MANIPULADORES!!
Mais info sobre o choro AQUI
Quando um recém nascido aprende num berço que é inútil gritar... Está a sofrer a sua primeira experiência de submissão e abandono!
Ignorar o choro de uma criança é como usar protector de ouvidos para evitar o ruído desagradável de um detector de incêndio. O som de um detector de incêndio serve para nos alertar sobre um assunto sério que exige uma atitude - o mesmo acontece com o choro do bebé. Como Jean Liedloff escreveu em 'The Continuum Concept', "o choro do bebé é um problema tão sério quanto o seu ruído sugere". Por mais stressante que seja, o choro da criança não deve ser visto como uma medição de forças entre o pai ou a mãe e o filho, mas como um presente da natureza para assegurar que todos os bebés cresçam com uma capacidade generosa de amor e confiança

 4 - Deixar os bebés dormirem na cama dos pais  É NORMAL!! ANORMAL É DEIXAR OS BEBÈS SOZINHOS NUM QUARTO!! Mais informação AQUI



INFORMEM-SE!
EMPODEREM-SE!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Nestlé lança BabyNes



Porque é que esta maquina não deve de ser usada?
A BabyNes é tipo uma Nespresso, mas para preparar biberões de fórmula em cápsulas.
A ideia, se não pensarmos na questão económica, não é má, pois a maquina faz em poucos segundos, um biberão de leite, o que é simplificar a vida de uma mãe que dá fórmula. Qualquer pessoa com uma Nespresso pode dizer a mesma coisa: não sai barato, mas é conveniente e rápido!
Então porque é que acho que esta maquina não é boa para os bebés?
Porque o leite não é estéril e para reduzir o seu impacto sobre a saúde dos bebés deverá ser preparado com água a 70 ° c.
Fórmulas para lactentes podem conter patógenos como Salmonella e Enterobacter sakazakii, um microorganismo que pode causar infecções graves como meningite e enterocolite, especialmente em crianças de risco.
Perante esta situação, a única medida que ajuda a reduzir o risco de infecção é preparar os biberões com água a 70 ° c. Deve-se ferver a água (cerca de 100 ° C), deixar arrefecer um pouco (nunca mais de 30 minutos) para chegar a 70 ° C fazer a mistura com o pó e, em seguida, arrefecer a garrafa na torneira com água fria até atingir a temperatura correcta de consumo. Sabendo isto, é difícil de entender como é que a Nestlé desenvolveu uma máquina que prepara o leite a 40 ° c.

Claro, que estando a fórmula pronta a dar ao bebé, e á temperatura certa... é óptima para dar á noite... Mas quem quer por em risco a saúde do seu bebé?

Não posso acabar o post sem falar do ponto de vista energético... que energia recebe este bebé alimentado por algo que uma maquina faz... dava outro post eu sei, mas pensem nisto...

Lembrei-me desta foto...




Qualquer dia temos bebés alimentados por maquinas... já estou a imaginar a maquina BabyNes ligada ao biberão... mas é melhor parar de escrever... ainda dou ideias ....
Enfim... fazem tudo para substituir o leite materno, que é de borla, saudável e este sim... está sempre pronto ;)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Partilho: desabafo de mãe

Deixo-vos as palavras da mãe AM - não deixem de espreitar o seu excelente blog http://www.meninadaagua.blogspot.com/

A minha verdade sobre a amamentação



Muita coisa se escreve sobre os benefícios da amamentação, sobre como é cómodo ter o leite quentinho e sempre disponível, sobre as vantagens para a saúde do bebé e da mãe…


Consultei fóruns, blogs, sites, SOS Amamentação, Mamar ao Peito, … Li os livros do Dr. Carlos Gonzalez, da Laura Gutman, do Michel Odent, … li os manuais de aleitamento da OMS, … Falei com a minha Doula, com outras Doulas, com Conselheiras em Amamentação. Aprendi muito, a todas e a todos o meu sincero agradecimento. Muito me ajudaram quando eu necessitei e muito contribuíram para o sucesso da amamentação. Na verdade, sem todo este apoio não teria sido capaz de amamentar.


Mas há uma coisa que ninguém fala e que é o motivo que justifica toda esta necessidade de apoio, é que amamentar é muito difícil. Amamenta um bebé não é o caminho mais fácil, é o caminho mais difícil! É necessário ter muita coragem, muita persistência, muita vontade de amamentar, pois caso contrário, a desistência é, certamente, o caminho mais fácil.


Não desejo assustar as futuras mamãs! Eu que sou acérrima defensora a amamentação! Eu que ultrapassei todas as dificuldades (subida de leite muito dolorosa, pensei que não tinha leite, que o meu leite não saciava o bebé,…) e ainda hoje continuo a amamentar! Claro que não quero assustar ninguém. Antes quero dizer, persistam, sigam o vosso coração, porque é possível!


Mas hoje apeteceu escrever sobre aquilo de que não se fala, mas que eu trago no coração e acho que poderá fazer eco nos corações de outras mães. Hoje quero escrever sobre as da da amamentação, principalmente aquelas que reflectem, de alguma forma, a minha própria experiência.


Na verdade, a amamentação deveria ser a coisa mais fácil do mundo! O leite deveria fluir naturalmente e facilmente da mãe para o filho ou filha associado a um acto de prazer e livre de ansiedades, angústias ou dores. Afinal somos mamíferos! Sim, mamíferos como os outros mamíferos que vivem na Natureza, como os elefantes, os leões, os tigres, os cães, os gatos, os ratos, as baleias, … E não vemos os bebés leões a chorar por as mães não terem leite suficiente. Somos mamíferos, porque temos mamas e mamamos.


Mas com o ser humano, na nossa sociedade ocidental moderna, a amamentação para existir tem que conseguir superar uma série de obstáculos.


Nos primeiros dias, após o parto, que normalmente não é um momento empoderador, há que passar pela angústia de não saber se o leite é suficiente, em quantidade e em qualidade, para alimentar um bebé que não pára de chorar ou que não aumenta as gramas desejadas na maternidade. Aumentar de peso nos primeiros dias é missão quase impossível, pois já está provado que nos primeiros dias os bebés perdem peso, mas ainda há quem tenha a ilusão da necessidade do bebé ganhar peso para abandonar a maternidade. E para o choro do bebé, a solução também costuma passar pela administração de suplemento.


Depois, por volta do terceiro dia, há que passar pela subida do leite. Situação esta, muitas vezes fisicamente dolorosa, à qual se junta a angústia provocada pelo bebé que não pára de chorar.


Se os mamilos gretarem ainda dói mais, e tenho ouvido relatos de mulheres que não conseguem ir para além desta dificuldade!


Mais uns dias e surge o refluxo que também é tratado como mais uma oportunidade para pôr fim à amamentação! Até agora tudo o que li amamentação justifica que esta é o melhor para o bebé e mesmo em caso de refluxo o leite materno é o mais aconselhado. No entanto, uma amiga diz que o pediatra lhe disse para parar de amamentar por causa do refluxo do filho, passando este a tomar leite anti-refluxo! Eu fiquei estupefacta com este relato!


Depois de passadas estas situações que ocorrem, em geral, nos primeiros dias, surge, por volta do 1 mês de vida do bebé uma alteração no leite materno, que passa de leite de transição a leite maduro. Muitas mulheres relatam que por volta do primeiro mês, ou mês e meio do bebé, deixaram de ter leite! Dizem que as mamas ficaram mais pequenas e já não têm leite para alimentar o filho ou filha. Se amamentaram até aqui, passando por algumas destas dificuldades e sem apoio é aqui que muitas vezes acabam por desistir desta árdua missão de amamentar o bebé.


Mas há mulheres que persistem e continuam a amamentar, seja por não sentirem muitas das dificuldades aqui descritas, seja porque tiveram algum apoio que lhes permitiu chegar um pouco mais longe na amamentação.


Eis que chega o momento de regressar ao trabalho! Este é também um momento crítico para a continuidade da amamentação. A questão do regresso ao trabalho, provoca uma alteração substancial na vida da mãe e do bebé, pois agora deixaram de ter a possibilidade de estar juntos todo o dia e de poder amamentar livremente (ou de 3 em 3 horas, no caso de mães que não amamentam a livre demanda), para estarem juntos apenas ao fim do dia e durante a noite. O tempo disponível para a amamentação fica muito restrito. A juntar a isso, a mãe passa a ter mais uma ocupação diária, além de cuidar da casa e da criança. Nesta situação, quando chega a noite a mãe em geral está cansada e deseja dormir, pelo que a amamentação nocturna, muitas vezes passa a ser mais um tormento do que um acto de prazer entre mãe e filho ou filha. Muitas das minhas amigas desistiram nesta fase, umas referem que deixaram de ter leite e outra dizem que os filhos se desinteressaram da mama tendo preferido o biberão! (Talvez no futuro passemos de mamíferos a biberoníferos!)


Mesmo continuando a amamentar e a trabalhar, o facto é que as crianças amamentadas acordam muitas vezes durante a noite. Os amamentados acordam, em geral, mais vezes do que bebés que bebem biberão. E uma mulher que passa o dia a trabalhar tem mesmo que dormir. Estar submetida, meses a fio, a duas ou três horas (quatro ou cinco, na melhor das hipóteses) de sono nocturnas é uma tortura. Dizer que ao dormir com o bebé pode amamentá-lo sem se incomodar muito é muito fácil, mas a realidade não é bem assim. De facto, dormir com o bebé ajuda muito, pois não é necessário a mãe levantar-se para amamentar, mas não resolve a falta de horas de sono da mãe. Eu pessoalmente, só às vezes é que consigo dormir enquanto a minha filha mama, e quanto mais cansada estou mais difícil é para mim amamentá-la e dormir. E não sou a única a referir esta dificuldade!


Por último, mas não menos importante, a adicionar a tudo junta-se a situação do companheiro. É que este também tem queixas e exigências, pois o bebé surgiu e ocupou toda a atenção da mãe. Enquanto o bebé está a mamar só há lugar para dois, mãe e filho, o que muitas vezes provoca o ciúme inconsciente do pai que acaba por, de certa forma ficar ressentido com a situação. Acredito que todos os pais fiquem orgulhosos com facto dos seus filhos serem amamentados, mas também acredito que, lá no fundo, se sinto postos de parte durante estes momentos. E quanto mais frequentes e intensos forem, mais os pais se sentem postos de parte!


Além de se sentirem postos de parte por causa do bebé, a mulher, em geral, já não tem o mesmo desejo sexual que tinha antes! Agora nunca lhe apetece, apesar de às vezes até se entregar, já não é com o mesmo entusiasmo. Este facto perturba muito a relação do casal e causa um sentimento de dualidade à mulher, que muitas vezes se sente dividida entre o companheiro e o bebé.


Depois de ter lido o livro do Dr. Michel Odent, percebi que esta alteração na sexualidade está justificada cientificamente e é desejável que seja assim. O acto de amamentar provoca a libertação de hormonas de prazer na corrente sanguínea da mãe e do bebé que mama, semelhante ao que acontece numa relação sexual entre dois parceiros. Neste sentido, o desejo sexual da mulher encontra-se, de certa forma preenchido com a relação com o bebé. Laura Gutman também refere este facto.


Ora, é obvio que tudo isto provoca muitas tensões no seio do casal, e tensões, stress, ansiedade, cansaço, … são tudo factores que inibem a produção de prolactina!


Acrescento ainda a questão social… Hoje, no nosso tempo, na nossa sociedade, a amamentação tornou-se num acto heróico, o qual é apreciado por uma minoria e desprezado pela maior parte das pessoas. Verifiquei que a partir de uma certa idade, a partir do primeiro um ano da criança, começa a ser visto como algo de estranho e até indesejável. Amamentar até aos dois anos é visto como algo de anormal fruto de ideias desviadas do socialmente aceitável. Uma amiga que não amamentou até me veio perguntar se não fará mal à minha filha mamar depois dos dois anos de idade! Estamos mesmo desviados do comportamento natural e saudável numa sociedade onde o biberão e o leite de vaca passam a ser a melhor coisa para a criança em detrimento do leite materno!


A quem não consegui amamentar, seja por que motivo for, sinto muito. Certamente foi a decisão possível nesse momento e fez o melhor que soube para si e para o bebé. Talvez não tivesse tido acesso a toda a informação disponível sobre o assunto, ou talvez não tivesse tido o apoio necessário. Porque, para amamentar, hoje, é preciso apoio e muito!


Para quem consegue lidar com tudo isto e outros factores inibidores não referidos aqui e continuar a amamentar até aos 2 (ou mais) anos da criança, os meus sinceros parabéns! A mulher que consegue este feito já é digna de uma medalha, pois certamente que percorreu uma longa e conturbada caminhada.


E a medalha está ganha! A medalha é dada pela saúde da mãe e o do filho, ou filha, é dada pelo vínculo que se estabelece entre os dois, pelo prazer de amamentar.


A amamentação dá-nos momentos únicos na vida, na vida de uma mulher e do seu filho, momentos que não podem ser vividos de outra forma nem percebidos por quem não tem acesso a eles. É uma maneira mágica de dizer ao nosso filho “Eu Amo-te! Ainda bem que existes na minha vida!”.


Sinto muito por quem não teve oportunidade sentir um dos maiores prazeres da vida!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O sono

(…) os nossos filhos estão geneticamente preparados para acordar periodicamente. Os nossos filhos herdaram os genes dos sobreviventes, dos vencedores da dura luta pela vida. Não dormem de um só sono, pelo contrário, passam, como os adultos, por vários ciclos de sono durante a noite. A duração de cada ciclo é variável, entre apenas vinte minutos e um pouco mais de duas horas; a duração média vem a ser de hora e meia nos adultos, mas apenas de uma hora nos bebés. Entre cada ciclo, passamos por uma fase de “despertar parcial”, que facilmente se torna despertar completo.

Mesmo os especialistas que “ensinam as crianças a dormir” reconhecem esse fato; o objetivo dos seus métodos não é conseguir que a criança não acorde, isso é impossível. O que querem é que, quando acorda, em vez de chamar pelos pais, se mantenha calada até voltar a adormecer.

As crianças “estão de guarda” para se certificarem de que a mãe não se foi embora. Se o bebé consegue cheirar a mãe, tocar-lhe, ouvir a sua respiração, talvez mesmo mamar, volta a adormecer de seguida. Em muitas das vezes, nem a mãe nem o bebé despertam completamente. Mas, se a mãe não está, a criança acorda completamente e começa a chorar. Quanto mais tempo tiver chorado antes que a mãe lhe acuda, mais nervosa estará e também mais difícil de consolar.

(…)

Há sempre uma alma caridosa que explica aos novos pais: “Não se preocupem, isso apenas acontece ao princípio; à medida que cresce, dormirá cada vez mais.”

Como vai dormir cada vez mais? Os recém-nascidos dormem mais de dezesseis horas por dia; uma criança que durma mais entra em coma. Os adultos dormem cerca de oito horas por dia, ou menos, por isso, em algum momento do nosso crescimento, temos de ir deixando de dormir.

“Claro”, dizem alguns, “dormem menos horas no total, mas durante a noite dormem mais horas seguidas”.

Talvez isso aconteça em alguns casos; mas noutros acontece exatamente o contrário.
(…)

Investigadores norte-americanos estudaram os padrões de sono de um grupo de crianças, entregando questionários periódicos às mães. Todas as crianças incluídas no estudo tinham sido amamentadas durante pelo menos quatro meses, mas, aos dois anos, apenas metade continuava a mamar.

Observaram que o fato de acordar ou não durante a noite dependia do fato de a criança continuar a mamar ou ter sido completamente desmamada.

Estas últimas dormiam cada vez mais horas: nove horas seguidas aos sete meses e dez até aos vinte e quatro meses. As crianças que eram amamentadas pareciam seguir o mesmo caminho só no início; aos dois meses já dormiam seis horas seguidas e aos quatro meses, sete horas, mas depois dos quatro meses ficavam mais ativas e, entre os sete e os dezasseis meses, dormiam apenas quatro horas seguidas. Aos vinte meses dormiam sete horas (parece que por fim começavam a dormir!); mas era um falso alarme e, aos vinte a quatro meses, dormiam apenas cinco horas seguidas.

Também o tempo total de sono era diferente; as crianças que já não mamavam dormiam durante o dia uma ou duas horas mais do que aquelas que continuavam a mamar. Muitas das crianças que eram amamentadas dormiam com a mãe, mas passavam a dormir sozinhas pouco depois de deixarem de o ser. Estas crianças que dormiam com a mãe despertavam ainda com maior frequência durante a noite: aos vinte e quatro meses, as crianças que mamavam e ficavam com a mãe dormiam quase cinco horas seguidas; as que mamavam, mas que dormiam sozinhas, quase sete horas; as que não mamavam e dormiam sozinhas, nove horas e meia. … difícil saber se acordam porque estão com a mãe, ou se as deixam dormir com a mãe precisamente porque acordam frequentemente, ou se acordam igualmente, mas, quando estão noutro quarto, a mãe não dá por isso. Provavelmente, qualquer uma destas razões contribui um pouco.

A duração normal do período de lactação, para um ser humano, segundo diversos dados antropológicos e de biologia comparada, parece ser entre os dois anos e meio e os sete. Numa amostra de mães norte-americanas que faziam parte de grupos de apoio à lactação e que tinham amamentado durante mais de seis meses, a idade média do desmame encontrava-se entre os dois anos e meio e os três, e algumas crianças tinham mamado durante sete anos. As crianças desmamadas entre os quatro e os sete meses e que começavam a dormir durante mais horas seguidas mamavam menos do que o normal e dormiam mais do que o normal. O normal é aquilo que fazem as crianças de peito: acordar com maior frequência depois dos quatro meses.

Isso contribuiu para a sobrevivência dos nossos antepassados, permitindo que as crianças mantivessem o contato contínuo com a mãe. Não sabemos por que razão as crianças que são alimentadas artificialmente apresentam um padrão anómalo de sono. Os fabricantes de leite artificial continuam a procurar que o seu produto seja “o mais parecido possível com o leite materno”; pode ser que algum dia solucionem também este pequeno problema de excesso de sono nas crianças.


“Besame Mucho” do pediatra espanhol Carlos Gonzales

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Aleitamento Materno: Comunicado da Sociedade Portuguesa de Pediatria

Foi há dias publicada uma notícia no Jornal Público com o título “Cientistas contrariam recomendações de leite materno”. Tal notícia, pelo modo como foi apresentada, poderá suscitar interpretações erradas relativamente à prática do aleitamento materno. A divulgação da notícia pelo grande público merece por parte da Direcção da SPP algumas apreciações. Umas de ordem geral relativas ao aleitamento materno e outras específicas relativas ao conteúdo do artigo em questão.
A recomendação da OMS aponta como desejável um aleitamento materno exclusivo ao longo do primeiro semestre de vida de modo a proporcionar um óptimo crescimento, desenvolvimento e estado de saúde. Essa recomendação é suportada numa revisão sistemática, publicada em 2004 e tendo em conta dados referentes ao crescimento estaturo-ponderal e do perímetro cefálico, morbilidade respiratória e gastrintestinal, eczema atópico, asma e desenvolvimento neuromotor entre outros parâmetros avaliados. Nova revisão sistemática mais recente permitiu a publicação das mesmas conclusões em 2009.

A OMS não refere que tais efeitos benéficos apenas ocorrem com a prática de aleitamento materno (AM) materno exclusivo durante os primeiros 6 meses de vida. O que a OMS refere é que o leite materno (LM) fornece potencialmente todos os nutrientes capazes de suprirem de modo adequado as necessidades do primeiro semestre de vida e que diminui a curto e longo prazo a prevalência de variada patologia.

O reconhecimento deste efeito benéfico do AM exclusivo sobre o crescimento, desenvolvimento e saúde levou a OMS a publicar recentemente novas curvas de crescimento para a infância que foram construídas com base em avaliações de populações infantis de todos os continentes, tendo como critério de inclusão no estudo, entre outros, a prática do AM exclusivo nos primeiros 4 a 6 meses de vida, dado o reconhecimento consensual de que o melhor alimento é o LM (o melhor alimento de cada espécie é nos primeiro tempos de vida o leite da própria espécie). A OMS não impôs como critério de inclusão no estudo a duração de AM exclusivo durante 6 meses. Tal meta, embora desejável, não é possível ser atingida pela maioria das populações. A mãe aumenta a sua produção de leite ao longo dos primeiros meses de vida como resposta às necessidades crescentes do lactente que evidencia nesse período a maior taxa de crescimento ocorrida em todo o ciclo de vida pediátrico. Se a mama não corresponder a essas necessidades crescentes com um aumento da produção de leite a partir de um qualquer período do 1º semestre de vida (o que pode acontecer por vários factores), então o lactente não receberá um suprimento energético (e em nutrientes) adequado e haverá, nessas situações, necessidade de complementar o LM com outro alimento (fórmula láctea ou outros alimentos, na dependência da idade do lactente). E é consensualmente aceite pelas principais Sociedades cientificas pediátricas, nomeadamente pelos Comités de Nutrição da Academia Americana de Pediatria e da Sociedade Europeia de Gastrenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica (ESPGHAN) que o LM deverá ser exclusivo nos primeiros 4 – 6 meses de vida, devendo ser complementado com outros alimentos (para além do leite) se necessário, mas nunca antes das 17 semanas de vida. Se a idade for inferior, o complemento deverá ser feito com um leite industrial especialmente adequado para aquela idade.

Todos estes procedimentos de conduta relativa à alimentação do lactente dependem de situações especificas, mas tendo sempre por base que o alimento mais desejável é leite materno que deve ser usado de modo exclusivo e se possível até aos seis meses. Só a partir desta idade é que não é possível suprir adequadamente as necessidades do lactente em macro e micronutrientes e é por isso que o início da diversificação alimentar não deve ocorrer depois das 26 semanas de vida como recomenda o Comité de Nutrição da ESPGHAN.Um dos grandes efeitos benéficos que se associa ao LM tem que ver com o seu baixo teor proteico que não é possível manter quando se recorre a outros alimentos alternativos. É actualmente muito forte a evidência científica de que um dos factores que tem contribuído para o aumento da prevalência do sobrepeso e obesidade logo desde a 1ª infância se relaciona com o regime alimentar hiperproteico que invariavelmente ocorre logo desde os primeiros meses de vida quando o lactente não é alimentado com LM de modo exclusivo.
Valerá também a pena sublinhar que parte do efeito benéfico para a saúde atribuído ao LM se perde quando se associa outro alimento (como suplemento ao LM), já que dessa atitude resulta uma clara interferência na biodisponibilidade de nutrientes e de outros componentes, com importantes acções biológicas, presentes no leite materno.
Ainda relativamente aos benefícios para a saúde associados ao AM, são desde há muito conhecidos os efeitos benéficos a curto prazo. Mais recentemente, revisões sistemáticas e meta-análises têm mostrado também efeitos benéficos a longo prazo (idade adulta). Por exemplo, é muito forte a evidência de que o aleitamento materno diminui o risco de sobrepeso e obesidade, (actualmente um dos principais problemas de saúde pública) quer ao longo da idade pediátrica, quer mesmo na idade adulta. E é interessante verificar que esse efeito é dose-dependente, isto é, o risco de obesidade será menor quanto maior tiver sido a duração do aleitamento materno ao longo da 1ª infância. Outras revisões têm mostrado também um efeito protector a longo prazo relativamente a outras patologias, como é o caso de alguma patologia metabólica e cardiovascular.

Em resumo poderemos citar a Agency for Healthcare Research and Quality dos Estados Unidos, que tendo por base 29 revisões sistemáticas ou meta-análises reportadas a cerca de 400 estudos verificou que o aleitamento materno se associa a uma redução do risco de otite, gastrenterite não-específica, infecções severas do tracto respiratório inferior, dermatite atópica, asma, obesidade, diabetes de tipo 1 e 2, leucemia na criança e síndrome de morte súbita do lactente entre outras situações.

Relativamente ao artigo em questão, valerá a pena referir que os autores são reputados investigadores, com inúmeras publicações na área da nutrição infantil. Refira-se aliás que a sua produção científica tem mostrado inclusivamente efeitos benéficos a longo prazo para a saúde resultantes da prática do AM.
Como a primeira autora do artigo aponta, não é feita pelos autores nenhuma recomendação quanto à idade de início da diversificação alimentar, mas apenas referido que a introdução de novos alimentos pode ser feita entre os 4 e os 6 meses, mantendo o AM. Os argumentos do artigo do BMJ vão no sentido de uma introdução sistemática de novos alimentos a partir dos 4 meses, tendo em conta um maior risco de anemia e uma maior incidência de alergia alimentar e de doença celíaca associado ao aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida. Sem pôr em causa os resultados de alguns estudos apontados pelos autores, a verdade é que a evidência científica actual está longe de ser suficientemente robusta para que se possa recomendar a diversificação alimentar sistemática a partir dos 4 meses de vida em todos os lactentes até então alimentados com LM exclusivo. Sublinhe-se ainda o facto de que quanto mais precoce é a introdução de novos alimentos mais rapidamente diminui a duração do AM.
Não deixa de ser curioso que a autora sugira que a recomendação de AM exclusivo por 6 meses seja defensável nos países pobres tendo em conta as elevadas taxas de morbilidade e mortalidade por infecções. Sabemos que nos países mais desfavorecidos, onde a taxa de desnutrição global nas populações é elevada, as mães não conseguem corresponder às necessidades crescentes do lactente com um aumento suficiente da produção de leite e por isso o recurso a outros alimentos ocorre em geral antes dos seis meses.

Em conclusão, julgamos que o título na notícia no Público é manifestamente infeliz, já que deixa transparecer uma posição global, dos autores do artigo, contrária ao AM, quando o que está em causa são apenas alguns aspectos específicos ligados à duração de AM exclusivo.
Assim, os lactentes devem continuar a ser alimentados de modo exclusivo com leite materno, se possível até aos 6 meses de vida. Se tal não for possível então devem receber um complemento alimentar (adequado à idade), mantendo o LM pelo menos ao longo do segundo semestre de vida, como refere a OMS.


A Direcção da Sociedade Portuguesa de Pediatria
17 de Janeiro de 2011

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Amamentação - mais uma excelente iniciativa!


REGULAMENTO DO CONCURSO
O Concurso de Fotografia “Um OLHAR sobre a AMAMENTAÇÃO” é uma iniciativa organizada pela Equipa de Enfermagem do Serviço de Obstetrícia da ULS Guarda, EPE

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Calendário Mamar ao Peito


O calendário do ano passado foi um sucesso, eu tenho o meu pendurado na cozinha! Está LINDO!
Confesso que tenho meses que não me apetece mudar a folha :)) é sempre bom ver a Carina e o Tomás, a João e a Joana, a Filipa e o Miguel e na contra - capa a Carla e o Tomás, as outras mães também estão lindas, mas tenho por estas um carinho muito especial pois vi nascer os seus filhos :) Parabéns a todas e um beijinho especial para a fotografa Raquel Brinca que fez, mais uma vez, um excelente trabalho.

A Mamar ao Peito anda á procura de modelos para o calendário de 2011, se estás a amamentar candidata-te pelo mail mamaraopeito@hotmail.com

Convêm dizer que com a compra deste calendário estará a contribuir para um melhor apoio à amamentação... Eu vou já reservar o meu!

A Mamar ao Peito pretende investir, com os lucros das vendas, em divulgação sobre a amamentação e em novas formas de ajudar as mamãs a terem sucesso na amamentação...
Contribua... Os bebés agradecem!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Divulgo: Hoje - Programa Mundo das Mulheres

No programa desta 6ª feira vão falar sobre amamentação. Mas não sobre os benefícios do leite materno, porque isso, esperamos, já todos sabemos bem quais são!. Vão falar sobre até quando uma criança deve ser amamentada. Até aos 6 meses? Até o bebé ter dentes? Até já comer sólidos? Uma criança de 4 ou 5 anos que ainda mama, parece-lhe estranho?

Não percam o programa!!



quinta-feira, 8 de julho de 2010

Incentivar o aleitamento materno é ser fundamentalista ?????

A Moya em resposta a este post levantou uma questão muito pertinente:

"Geralmente não sou eu que vou ter com alguém a perguntar porque está a dar biberon, mas vêm é ter comigo a perguntar porque ainda amamento... E esta? "

Realmente temos te ter algum cuidado em não ferir susceptibilidades, em proteger de alguma forma as mães que não amamentam para não se sentirem culpadas... mas... e as mães que amamentam e são MUITAS vezes criticadas, julgadas, ofendidas, simplesmente porque não é vulgar amamentar um bebé/criança?

"Amamentar não é difícil.... difícil é ser mamífero na nossa sociedade tecnocrata"

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sabiam que...

De acordo com a UNICEF, cerca de 30% das crianças da Namíbia ainda são amamentadas aos 20-23 meses...


Já estou a imaginar o que estão a pensar... "Pois, mas em Portugal as mães trabalham...." Espreitem este vídeo:



sábado, 29 de maio de 2010

Publicidade nas revistas "maternas"

Basta consultar uma qualquer revista "materna" para verificar o CÓDIGO INTERNACIONAL DE MARKETING DOS SUBSTITUTOS DO LEITE MATERNO não está a ser cumprido.

O que fazer? Se não denunciarmos, a lei associada ao código internacional de marketing para o comércio de substitutos de leite materno assinado por Portugal vai continuar a ser infringida impunemente....

Por isso quando vos oferecerem leite em pó, quando virem publicidade numa farmácia, quando sentirem que a lei não está a ser cumprida DENUNCIEM!!! Para bem dos nossos bebés!
O que lemos nas revistas "maternas"?
Reparem nesta publicidade:

Esta publicidade induz em erro... diz que se o bebé usar este biberão "tem sempre energia"!!!!

E o bebé que beber deste leitinho fica forte, saudável e... cheio de imaginação!!!

Como é que isto é possível? Como é que é permitido?

Tenho de concordar quando alguns especialistas em aleitamento materno dizem que temos de parar de falar dos benefícios do aleitamento materno ( porque isso toda a gente já sabe ) e começar a falar dos malefícios do aleitamento artificial! Só assim é que as mães vão perceber o mal que estão a fazer aos seus filhos!


Sabias que uma mãe que não amamenta tem:


1. Maior risco de cancro de mama

2. Maior risco de excesso de peso

3. Maior risco de cancro de ovário e
endométrio

4. Maior risco de osteoporose

5. Maior risco de artrite reumatóide

6. Maior risco de stress e ansiedade

7. Maior risco de diabetes materno

Em relação a uma mãe que amamente o seu filho?

Sabias que um bebé que não é amamentado tem maior risco de morrer que um bebé amamentadado?

Comparadas às amamentadas exclusivamente, as crianças parcialmente amamentadas tiveram risco de morte por doença diarreica 4,2 vezes maior. O não aleitamento está associado a um risco 14,2 vezes maior de morte por doença diarreica em crianças brasileiras.
Victora CG, Smith PG, Patrick J, et al. Infant feeding and deaths due to diarrhea: A casecontrolled study. Amer J Epidemiol 129: 1032-1041, 1989

Bebés em Bangladesh, parcialmente amamentados ou não-amamentados, apresentaram risco de morte por infecção respiratória aguda 2,4 vezes superior ao de bebés amamentados exclusivamente. Quando as crianças foram predominantemente amamentadas, o risco de morte por infecção respiratória aguda foi similar ao daquelas que receberam aleitamento materno exclusivo.
Arifeen S, Black RE, Atbeknab G, Baqui A, Caulfield L, Becker S, Exclusive breastfeeding reduces acute respiratory infection and diarrhea deaths among infants in Dhaka slums. Pediatrics 108: e67, 2001

Pesquisadores examinaram 1204 bebés que morreram entre 28 dias e um ano de causas que não incluíram anomalia congênita ou tumor maligno, e 7740 crianças que ainda estavam vivas com um ano de vida para o cálculo da mortalidade, e se essas crianças haviam sido amamentadas ou não, assim como os efeitos dose-resposta. Crianças nunca amamentadas apresentaram risco 21% maior de morte no período pós-neonatal que as amamentadas. Quanto mais prolongada a
amamentação mais baixo foi o risco. Promover o aleitamento materno traz um potencial para a não ocorrência de cerca de 720 mortes pós-neonatal por ano nos Estados Unidos. No Canadá, isso representaria cerca de 72 mortes.
Chen A, Rogan WJ. Breastfeeding and the risk of postneonatal death in the United States. Pediatrics 113: 435-439, 2004

Um estudo importante feito em Gana procurou avaliar se o momento certo do início do aleitamento materno e o tipo de aleitamento praticado estão associados ao risco de mortalidade neonatal. O estudo incluiu 10.947 bebés que sobreviveram ao segundo dia e cujas mães foram visitadas durante o período neonatal.
O aleitamento materno foi iniciado no primeiro dia de vida em 71% dos bebés e em 98,7% até o terceiro.
O aleitamento materno foi exclusivo para 70% no período neonatal. O risco de morte neonatal foi quadruplicado nos bebés que receberam líquidos à base de leite ou sólidos, junto com o leite materno.
Houve uma clara reacção dose-resposta: quanto maior a mortalidade neonatal, maior o retardo do início do aleitamento materno, da primeira hora ao sétimo dia.
O início após o primeiro dia foi associado a um aumento de 2,4 no risco de mortalidade. Os autores concluem que 16% das mortes dos neonatos podem ser evitadas se todos os bebés forem amamentados a partir do primeiro dia, e que 22% podem ser evitadas se o aleitamento materno for iniciado na primeira hora.
Edmond KM, Zandoh C, Quigley MA, Amenga- Etego S, Owusu-Agyei S, Kirkwood BR. Delayed
breastfeeding initiation increases risk of neonatal
mortality. Pediatrics 117: 380-386, 2006

Fonte: IBFAN


Sabias que um bebé alimentado a leite de formula tem maior risco de asma, que um bebé alimentado a leite materno?

Um estudo de 1246 bebés saudáveis no Arizona (EUA) procurou determinar a relação entre o aleitamento materno e recorrência de respiração difícil. Os resultados mostraram que crianças não-atópicas, aos 6 anos de idade, que não foram amamentadas, tinham probabilidade três vezes maior de apresentar recorrência de "gatos".
Wright AL, Holberg CJ, Taussig LM, Martinez FD.
Relationship of infant feeding to recurrent wheezing at age 6 years. Arch Pediatr Adolesc Med 149: 758-763, 1995


Um estudo de 2184 crianças no Hospital for Sick Children em Toronto (Canadá) mostrou que o risco de asma e respiração difícil era 50% maior nos bebés alimentados por fórmulas, quando comparados a bebés amamentados por nove meses ou mais.
Dell S, To T. Breastfeeding and Asthma in Young Children. Arch Pediatr Adolesc Med 155: 1261-1265,

Pesquisadores na Austrália Ocidental estudaram 2602 crianças para entender o aparecimento de asma e respiração difícil aos 6 anos de idade. A ausência de aleitamento materno aumentou o risco de asma e "gatos" em 40%, quando comparado com bebés amamentados exclusivamente por 4 meses. Os autores recomendam a amamentação exclusiva durante um mínimo de 4 meses para redução do risco de asma.
Oddy WH, Peat JK, de Klerk NH. Maternal asthma, infant feeding, and the risk for asthma in childhood. J. Allergy Clin Immunol. 110: 65-67, 2002

Foi realizada uma revisão de 29 estudos para avaliar o efeito protector do aleitamento materno na asma e na atopia. Todos mostraram um efeito protector da amamentação. A conclusão clara e consistente foi que a ausência do aleitamento materno coloca os bebés em risco de asma e atopia.
Oddy WH, Peat JK. Breastfeeding, Asthma and Atopic Disease: An Epidemiological Review of Literature. J Hum Lact 19: 250-261, 2003

Fonte: "Riscos da alimantação com formulas" IBFAN

...e podia continuar....
não amamentar e dar leite artificial leva a:
- maior probabilidade de infecções respiratórias, como pneumonias e bronquiolites
- menor resistência para diarreias, otites e infecções urinárias
- maior risco para doenças crónicas, como diabetes mellitus, doença de Crohn, colite ulcerosa e doença celíaca
- maior probabilidade de obesidade
- mesmo em países desenvolvidos, existe uma probabilidade de internamento hospitalar 3 vezes maior


(...)

Informação util:

Um breve guia de 16 páginas, em português, elaborado pela UNICEF, "AMAMENTAR O SEU BEBÉ - informação importante para as mães"

"Recomendaciones para la lactancia materna", um breve guia (em espanhol), de 6 páginas, com várias fotografias, elaborado pelo Comité de Lactancia Materna, da Associação Espanhola de Pediatria.

Guia de Aleitamento Materno, um livro completo, com 58 páginas, elaborado pela associação espanhola Alba Lactancia Materna.

"Lactancia Materna: guía para profesionales", um tratado completo sobre aleitamento materno, elaborado por 14 pediatras do Comité de Lactancia Materna, da Associação Espanhola de Pediatria. Este livro, de 442 páginas, destina-se principalmente a profissionais de saúde e é composto por duas partes: aspectos teóricos e aspectos práticos.

"Princípios de orientação para a alimentação complementar da criança amamentada", um guia de 38 páginas, elaborado por especialistas da Organização Mundial de Saúde, sobre a diversificação alimentar da criança amamentada.
Leia-se este parágrafo do livro, para compreender a pertinência deste tema:

«La alimentación complementaria se define como el proceso que comienza cuando la leche maternal sola ya no es suficiente para cubrir las necesidades nutricionales de los lactantes y por ende, otros alimentos y líquidos son necesarios además de la leche materna. El rango de edad óptimo para dar alimentación complementaria está habitualmente entre los 6 y 24 meses de edad, si bien la lactancia materna puede continuar hasta después de los dos años. Una revisión de las guías alimenticias promovidas por varias organizaciones nacionales e internacionales demostró que existen inconsistencias en las recomendaciones específicas para la alimentación de lactantes y niños pequeños. Algunas guías se basan en tradiciones y especulaciones más que en bases científicas, o son mucho más específicas de lo necesario en cuanto a temas como el orden de introducción de alimentos y las cantidades específicas de alimentos que debe recibir el lactante. Para evitar confusión, es necesario contar con unas guías unánimes que puedan ser adaptadas a las prácticas alimenticias y condiciones locales.»

Se eu te dissesse que inventaram uma nova formula que aumenta as defesas do teu bebé, tu darias?

Se eu te dissesse que podes obter alimento grátis para os 6 primeiros meses do teu bebé, tu acreditavas?

Se eu te dissesse que uma empresa patenteou uma embalagem que mantem a comida fresca as 24 horas do dia, conservando todas as propriedades, tu comprarias?

Essa formula existe!
Esse alimento existe!
Essa empresa existe!

O leite materno é o melhor alimento para o teu bebé, adapta-se a todas necessidades e aumenta o sistema imunológico, e alem do mais é grátis.





sábado, 15 de maio de 2010

A amamentação Selvagem

Para a I. e para todas as mães que querem amamentar....

A maioria das mães que nos procura fá-lo por motivos de dificuldade na amamentação e estão preocupadas em saber como se fazem as coisas correctamente, em vez de procurar o silêncio interior, as raízes profundas, os vestígios de feminilidade e um apoio no marido/companheiro, na família ou na comunidade que favoreçam o encontro com a sua essência pessoal.

A amamentação genuína é manifestação dos nossos aspectos mais terrenos, selvagens, filogenéticos. Para dar de mamar deveríamos passar quase todo o tempo nuas, sem largar a nossa cria, imersas num tempo fora do tempo, sem intelecto nem elaboração de pensamentos, sem necessidade de nos defendermos de nada nem de ninguém, mas apenas e unicamente desaparecidas num espaço imaginário e invisível para os outros.

Isto é dar de mamar. É deixar aflorar os nossos recantos ancestralmente esquecidos ou negados, os nossos instintos animais que surgem, sem imaginar que habitavam no nosso interior. É deixar-se levar pela surpresa de vermos lamber os nossos bebés, de cheirar a frescura do seu sangue, de alternar entre um corpo e o outro, de converter-se em corpo e fluido dançantes.

Dar de mamar é despojar-se das mentiras que contámos a nós mesmas toda a vida sobre quem somos ou quem deveríamos ser. É estar descontraídas, poderosas, famintas, como lobas, como leoas, como tigres, como canguruas, como gatas. Muito relacionadas com as outras mamíferas de outras espécies no seu total apego à cria, descuidando o resto da comunidade, mas milimetricamente atentas às necessidades do recém-nascido.

Deleitadas com o milagre, tratando de reconhecer que fomos nós mesmas que o fizémos possível, e reencontrarmo-nos com o que há de sublime. É uma experiência mística se premitirmos que assim seja.

Isto é tudo o que necessita para poder dar de mamar a um filho. Nem métodos, nem horários, nem conselhos, nem relógios, nem cursos. Mas sim apoio, contenção e confiança dos outros (marido, rede de mulheres, sociedade, âmbito social) para ser uma mesma mais que nunca. Apenas a permissão para ser o que queremos ser, fazer o que queremos, e deixarmo-nos levar pela loucura do selvajem.

Isto é possível se se comprender que a psicologia feminina inclui este profundo apego à terra-mãe, que ser una com a natureza é intrínseco ao ser esencial da mulher, e que se este aspecto não se revela, a amamentação simplemente não fluie. Não somos assim tão diferentes dos rios, dos vulcões, dos bosques. Só é necessário preservá-los de ataques.

As mulheres que desejam amamentar têm o desafio de não se afastarem desmedidamente dos seus instintos selvagens. Sabemos racicionar, ler livros de puericultura e desta maneira perdemos o objectivo entre tantos conselhos supostamente “professionais”.

Há uma ideia que atravessa e desactiva a animalidade da amamentação, e é a insistência para que a mãe se separe do corpo do bebé. Contrariamente ao que se supõe, o bebé deveria ser carregado pela mãe todo o tempo, incluindo e sobretudo quando dorme. A separação física a que nos submetemos como díade entorpece a fluidez da amamentação. Os bebés ocidentais dormem no berço, no carrinho ou nas suas camas demasiadas horas. Esta conduta é simplesmente um atentado à amamentação. Porque dar de mamar é uma actividade corporal e energética constante. É como um rio que não pode parar de fluir: se é bloqueado, o seu caudal é desviado.

Dar de mamar é ter o bebé nos nossos braços, sempre que seja possível. É corpo, é silêncio, é conexão com o sub mundo invisível, é fusão emocional, é loucura.

Sim, há que ser um pouco louca para se conseguir ser mãe.
Laura Gutman
Autora Argentina de “La Maternidad y el encuentro con la propia sombra”, “Puerperios y exploraciones del alma femenina” e “Crianza, violencias invisibles y adicciones”.
Tradução e adaptação de Luísa Condeço, autorizado pela autora.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Tenho de ver este filme!!!

Um grupo de pediatras e especialistas em amamentação apresenta de forma simples e didáctica as principais recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as mais recentes evidências científicas em aleitamento materno. ...
Espreitem o trailer:

http://www.youtube.com/watch?v=dKRqQgV0d9U

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sabias que uma mãe que não amamenta tem:

1. Maior risco de cancro de mama
 
2. Maior risco de excesso de peso

3. Maior risco de cancro de ovário e
endométrio

4. Maior risco de osteoporose 

5. Maior risco de artrite reumatóide

6. Maior risco de stress e ansiedade

7. Maior risco de diabetes materno
 
Em relação a uma mãe que amamente o seu filho?