Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones
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quarta-feira, 22 de junho de 2016

Como ajudar um bebé que nasce por cesariana

"O bebé que nasce de Cesariana não passa pelo canal vaginal, certo? Não é espremido nem sente a sua força interior de "fazer força". Ele simplesmente é retirado, sem fazer nada por isso. 
A nível emocional e comportamental (ainda que inconscientemente) será uma criança e um adulto que espera que as coisas aconteçam, que não reconhece o seu valor, a sua força interior, a sua capacidade para fazer acontecer. 

E quando este parto acontece, o que podemos nós, mães, pais, doulas, terapeutas, tias, avós, fazer para minimizar estes danos?"

No blog, http://uaumama.blogspot.pt/2016/06/como-ajudar-um-bebe-que-nasceu-por.html

quarta-feira, 10 de junho de 2015

SOCIEDADE "A forma mais segura de nascer é de parto normal"

Diogo Ayres de Campos, obstetra, professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e presidente desta comissão, explica os riscos acrescidos de uma cesariana e desmistifica a ideia de que o número de cesarianas está relacionado com bons indicadores de saúde de mães e bebés. "Os países do norte da Europa têm taxas de cesariana que são metade da que temos em Portugal e têm os melhores indicadores em termos de mortalidade dos bebés e das mães." Garante que não está numa cruzada contra as cesarianas, apenas contra as que são desnecessárias e que causam riscos que poderiam ser evitados.


Ler aqui: 

http://m.visao.sapo.pt/pesquisa/todos/artigo/821642






quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

ESTUDO IMPORTANTE SOBRE CESARIANAS

"Os interesses económicos do setor da saúde justificam em grande parte o aumento generalizado do número de partos por cesariana realizados nos últimos anos em Portugal. A conclusão é de um estudo realizado pela Universidade de Aveiro (UA) que aponta, igualmente, que o elevado número de cesarianas efetuado no serviço público de saúde se deve ao facto dos hospitais não terem profissionais suficientes “para que haja tranquilidade” na hora de decidir entre um parto natural e um por cesariana. Perante o cansaço causado por turnos prolongados, e na presença de trabalhos de partos morosos, a decisão pela cesariana tende a ser tomada para evitar a vigília médica durante a madrugada.
Só entre 1999 e 2009, segundo a OCDE, o número de cesarianas por cada 100 nados-vivos realizadas em hospitais públicos e privados portugueses aumentou em cerca de 70 por cento.
“Uma cesariana custa, em média, o dobro de um parto normal”, aponta Aida Isabel Tavares, investigadora do Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial (DEGEI) e autora do trabalho realizado com Tania Rocha. “Se o parto for por cesariana, a mãe e o recém-nascido têm que ficar mais dias no hospital do que se fosse um parto normal, o que significa que tem um custo acrescido por cada dia suplementar no hospital”, diz a responsável que aponta que a alta do parto normal é dada ao segundo dia e no parto por cesariana, “se tudo correr bem “, é dada ao terceiro.
“Uma das justificações para este excesso de cesarianas está no problema de informação assimétrica que caracteriza o setor da saúde”, indica Aida Isabel Tavares. “Os médicos são agentes económicos com mais informação do que os pacientes e podem induzi-los a realizar mais consultas, mais exames de diagnóstico ou mais tratamentos do que o necessário para que possam atingir os seus objetivos pessoais”, explica. A este fenómeno dá-se o nome de procura induzida, isto é, induzir alguém a procurar um bem ou serviço. “Neste caso poder-se-á dizer que as mães poderão ser induzidas a realizar cesarianas”, diz.
No setor privado, a remuneração de um médico obstetra é composta por uma componente fixa e outra variável que depende do número de consultas ou de intervenções realizadas pelo médico. Assim, “poderá acontecer que haja incentivos para que os obstetras procurem induzir as grávidas a fazer uma cirurgia [cesariana] e a realizar mais consultas”. Uma situação que significa mais benefícios económicos, quer para o hospital, quer para o obstetra.
Setor público sem tranquilidade para decidir
No setor público os médicos ganham uma remuneração fixa, independentemente das consultas ou das cirurgias efetuadas. Assim, a preferência pela cesariana em detrimento do parto natural não se deve a questões económicas mas organizacionais. A opção pela cirurgia deve-se ao facto de “os hospitais não terem profissionais suficientes para que haja tranquilidade na tomada da decisão mais apropriada” e porque  “há equipas a fazer turnos de muitas horas e muitas cesarianas são decididas, na sequência de trabalhos de parto prolongados, no momento do cansaço e antes de entrar pela madrugada adentro”.
As cerca de 27 400 cesarianas registadas em Portugal no ano de 1999, distribuídas pelos setores público e privado, aumentaram para mais de 34 300 realizadas em 2009. A tendência de crescimento mantem-se até hoje. Em 2010 o país registou uma taxa de cesarianas de cerca de 36 por cento (por  100 nados-vivos). Um valor muito acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde que aponta que a taxa não deve ultrapassar os 15 por cento já que a saúde de mães e recém nascidos pode ser afetada com a realização de cesarianas desnecessárias. "

http://uaonline.ua.pt/pub/detail.asp?lg=pt&c=37466

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Aspectos psicologicos das cesarianas

“Yo como sabes tuve una cesárea conocida de antemano, aceptada y esperada. Para mí lo peor, e inesperado, fue no sentir nada hacia mi hija, no reconocerla como hija, no sentir instinto, de tanto dolor
como tenía en mi cuerpo, tanto tubo del goteo, tanta cosa...

Pudo más mi instinto de supervivencia como enferma que mi instinto de madre. Y aún hoy lo recuerdo con dolor y arrepentimiento, y han pasado 11 años.”

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Relato de Parto

Uma carta muito especial que a S. escreveu para a sua linda Violeta.

Lisboa, 15 de Setembro de 2010



Meu amor,
No dia em que te revelaste a minha vida mudou, ganhou uma luz e uma cor infinitas.


Depois de tantos anos de espera, afinal vieste na hora certa, quando nós menos esperávamos anunciaste a tua vinda de uma forma surpreendente, numa consulta de infertilidade a que eu fui sozinha, um pouco às escondidas do pai! É que ele estava mais seguro de que tu virias!


Fiquei toda orgulhosa da minha barriga assim que soube que já estavas connosco, às 12 semanas de gestação. Foi esse um dos momentos mais inexplicáveis da minha vida, cheio de uma alegria incomensurável.


Após 40 semanas e cinco dias, a saída do rolhão mucoso, que ocorreu por volta das 3h30 da manhã de 5ª feira, anunciou o início do trabalho de parto, o que me deixou contente e entusiasmada... a viagem final havia começado! Voltei a deitar-me tentando esperar serenamente por mais alguns sinais que confirmassem o início da tão esperada viagem e acho que consegui descansar, mas ao longo de um sono intermitente. De manhã avisei o pai de que estávamos próximos de te ver cá fora. As contracções começaram de forma bastante irregular, muito alternadas, com intervalos muito dispares... apelaste desde o início a algo que nunca tive em demasia... calma, muita calma e entrega cega à sabedoria do meu corpo e do amor.


Nesse dia o pai ficou em casa e juntos esperámos que os sinais se fossem revelando para que pudéssemos perceber em que fase estávamos e afinal quantas horas demorariam até te termos nos nossos braços. Ao início fizemos um registo das contracções, mas depois desistimos, o corpo saberia o que fazer.


As contracções foram vindo e intensificaram-se ao longo de um período que acabou por se tornar mais longo do que esperávamos, mas a partilha intensa de cada segundo permitiu que o tempo passasse sem nunca perdermos o ânimo.


Procurei todas as posições, usei a banheira para descontrair enquanto a água morna me escorria pelas costas, pus-me de gatas, sentei-me, deitei-me, mas só o constante movimento parecia ajudar, por isso mantive-me em movimento o mais possível.


Na 6ªfeira à noite o cansaço começou a mostrar-se, mas nunca desanimá-mos e de madrugada vieram as contracções fortes e ritmadas que me fizeram ir buscar forças ao amor imenso que oxigenava o ar. O enfermeiro-parteiro chegou por volta das 5h da manhã e fez-me um primeiro toque. Notei que alguma coisa parecia estranha, mas continuei a fazer o que a natureza me mandava sem duvidar que nos iríamos encontrar daí a algum tempo, fosse ele qual fosse. Comecei a sentir uma enorme vontade de fazer força, mas as forças já estavam a escassear, foi quando o António confirmou num segundo toque que aquilo que sentira anteriormente não era efectivamente a tua cabeça, mas sim uma nádega. Depois de tantos meses em posição cefálica tinhas decidido sentar-te.


Foi o momento de adoptarmos o plano B, seguirmos para a maternidade. Tinha apenas um t-shirt vestida, pus um robe por cima e dirigi-me ao carro.


5 minutos depois, cerca das 9h40 entrámos na porta das urgências da MAC, apenas alguns minutos depois separámo-nos do pai e do sonho que tínhamos tido de ver-te nascer em casa. Levaram-me para o bloco operatório e às 10h12, após uma cesariana, tu nasceste. Tão inesperadamente como te tinhas anunciado nas nossas vidas.


Do que mais tenho pena é de não ter sentido a tua pele nua e macia a tocar a minha, de eu e do pai não termos sido os primeiros a sentir o teu calor, os primeiros a sentir o teu cheiro... durante aqueles minutos é como se te tivéssemos perdido num vazio. Questionei-me sobre a justiça do Universo, depois de tantas horas juntos, os três a vibrar em conjunto, foi-nos tirado esse momento, foi como se houvesse um lapso na nossa história. Estive adormecida no momento em que nos separámos pela primeira vez depois de uma caminhada de 9 meses vivida com tanta intensidade. Gostava de ter-te proporcionado um momento mágico, mas acredito que tenhas escolhido nascer assim, que tenha sido uma conspiração favorável à nossa evolução, afinal de contas, o Plano é perfeito, embora muitas vezes não o pareça aos nossos olhos.


Estava ainda atordoada quando te vi, queria chorar de alegria mas não consegui, senti que nos tinham roubado aquele momento, foi tão estranho, tão confuso, mas só temos o poder de decisão no Agora, por isso preferi seguir em frente e ficar a olhar para ti a beber da serenidade que emanavas, imperturbável, qual anjo capaz de transformar o pior dos momentos. Apaixonei-me assim que te vi, deixei-me perder na tua luz e é assim até hoje, esta linda Violeta que nos escolheu a nós para a acompanhar na sua caminhada e é tão boa esta sensação de que, afinal, apesar de não ter acontecido como planeámos, passámos por tudo juntos, alimentados por um amor que apenas tem mudado para se tornar cada vez mais forte.


Fiquei contente de saber o teu peso... sempre tive medo de pegar em bebés demasiado leves... 3.825 kg, “boa! é boa de pegar”, pensei... o nosso tesouro! E foste sempre a maior da enfermaria, havia quem pensasse que eras um rapaz, a nossa doce Violeta!


“Se soubesse o que sei hoje” não mudaria nada, cada segundo, nada, porque estás aqui connosco e todo este processo foi fundamental aos 3.


Se a forma perfeita de nascer é rodeada de amor profundo, então tiveste o nascimento perfeito, meu amor.


Obrigada por nos teres escolhido.
 
S.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Semana de Cesariana...




Estamos a chegar á última semana antes de Agosto: Semana das induções e cesarianas!





Coisa que pode ouvir se tiver de mais de 36 semanas:

- Tem pouco liquido


- Tem muito liquido


- A sua placenta esta velha


- O seu bebé é muito grande


- O seu bebé está a crescer pouco


- O seu bebé está muito subido


- O seu bebé não está na posição certa

- O bebé não vai passar na sua bacia ( neste caso pede também a chave do euromilhões )

- .... mais ideias???



Se não te queres submeter a uma cesariana... INFORMA-TE


quarta-feira, 22 de julho de 2009

Porque não marcar uma cesariana?

A cesariana electiva ( marcada ), como uma cirurgia abdominal de grande porte, apresenta grandes riscos.

Os dados mais credíveis sobre mortalidade materna encontram-se no "Inquérito Confidencial do Reino Unido sobre Morte Materna" ("UK Confidential Enquiries into Maternal Deaths"). Embora possa ter sido uma política obstétrica omitir o capítulo habitual sobre mortalidade materna relacionada à cesariana, dois cientistas calcularam essa taxa a partir de dados do relatório. (Hall M, Bewley S. Maternal mortality and mode of delivery. Lancet 1999; 354: 776 ) Uma cesariana electiva sem característica de emergência apresentou um risco 2,84 vezes maior de morte materna do que um parto vaginal nas mesmas condições.

Outros riscos incluem a morbidade associada a qualquer procedimento cirúrgico abdominal de grande porte (acidentes anestésicos, danos aos vasos sanguíneos, prolongamento acidental da incisão uterina, danos à bexiga ou a outros órgãos). 20% das mulheres desenvolvem febre após a cesariana, na maioria das vezes devido a infecções.

Existem também os riscos relacionados à existência de uma cicatriz no útero, incluindo diminuição da fertilidade, aborto, gravidez ectópica, placenta abrupta e placenta prévia.

Numa cesariana de emergência em que o bebé apresenta algum problema durante o trabalho de parto, os riscos da cirurgia para o bebé são superados pelos riscos de não realiza-la, mas nos casos em que o bebé está bem, ainda existem riscos, o que significa que uma mulher que escolhe a cesariana submete seu bebé a um perigo desnecessário.

O primeiro risco é o bisturi lacerar o bebé (de 1,9% nas apresentações cefálicas a 6% nas apresentações não-cefálicas) Smith J, Hernandez C, Wax J. Fetal laceration injury at cesarean delivery. Obstet Gynecol 1997; 90: 344–46.

Um risco muito mais sério é o de complicações respiratórias. O procedimento da cesariana por si só é um forte factor de risco para a síndrome da angústia respiratória em bebés prematuros, e para outras formas de disfunções respiratórias em bebés a termo. O risco de o bebé apresentar a síndrome da angústia respiratória é significativamente reduzido quando se permite à mulher entrar em trabalho de parto antes da cesariana.
Outro perigo é a prematuridade iatrogênica, cesarianas electivas após o início do trabalho de parto reduziriam este risco. Tanto a síndrome da angústia respiratória quanto a prematuridade são causas importantes da morbidade e mortalidade neonatais.

- 9.3% dos bebés que nasceram de segunda cesariana foi admitido nos Cuidados Intensivos Neonatais por problemas respiratórios e apenas 4.9% dos bebés que nasceram de um VBAC;

- 41.5% dos bebés que nasceram de segunda cesariana precisou de oxigénio na sala de parto, e apenas 23.2% dos bebés nascidos de VBAC;

- depois de admitidos nos cuidados intensivos 5.8% dos bebés nascidos de segunda cerariana precisou de oxigénio e apenas 2.4% dos bebés nascidos de um VBAC.

Ver aqui:
http://health.usnews.com/articles/health/healthday/2009/05/21/risk-to-baby-rises-with-repeat-c-sections.html?PageNr=1

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Porque a cesariana beneficia os médicos?

Numa pesquisa recente dos EUA, 82% dos médicos utilizaram "obstetrícia defensiva", para evitar processos de negligência. Quando um parto tem resultados negativos, os médicos são processados e criticados por não terem feito uma cesariana, mas são raramente criticados por intervenções desnecessárias. No entanto, esta prática viola um princípio fundamental: todo e qualquer procedimento adoptado pelo o médico deve ser realizado antes de tudo e principalmente para o benefício do paciente.
E em Portugal? será que já ouve algum medico processado por ter feito uma cesariana, ou qualquer outra intervenção desnecessária? Já viram se os médicos começassem a serem processados por fazerem episiotomias? Talvez mudassem os seus comportamentos...

Estudos do Reino Unido e dos EUA mostram não só que os nascimentos acontecem muito mais  de segunda a sexta-feira durante o dia, mas também, e mais surpreendentemente, que as cesarianas de emergência são realizadas em dias de semana preferenciais e no horário diurno.

A cesariana leva 20 minutos, enquanto no parto vaginal o médico tem que permanecer no hospital. Quando os obstetras são responsáveis pela atenção materna primária, incluindo as consultas pré-natais de rotina e o atendimento aos partos normais, a conveniência da cesariana é vital para sua prática, como é que eles conseguem no meio das consultas serem chamados para um parto que pode demorar.... 12 horas ou mais...

Era interessante fazer-se um estudo destes em Portugal, no entanto podemos perguntar ás nossas amigas que foram submetidas a uma cesariana, a que dia e a que horas foi... Podemos também analisar a taxa de cesariana nas férias e épocas festivas... Sabemos que antes do Natal nascem muitos mais bebés por cesariana que na semana entre o Natal e o ano novo... porque será?

No sistema privado de saúde, a cesariana é um dos procedimentos cirúrgicos de grande porte mais comuns, lotando leitos e salas cirúrgicas e fornecendo uma importante fonte de rendimento. Os hospitais particulares competem por pacientes e desencorajam partos em ambientes não hospitalares, mesmo quando as evidencias cientificas provam a sua segurança. Interesses comerciais promovem os partos de "alta tecnologia", que necessitam de equipamentos.

As altas taxas de cesariana beneficiam os médicos, os hospitais e a indústria.

 Quando as parteiras são postas de parte da assistência materna, as taxas de cesariana são mais altas. As parteiras utilizam-se de um paradigma diferente ao focar não na potencial anormalidade da gravidez, mas na sua normalidade. PARIR É FISIOLÓGICO!! As grávidas não são doentes!

As taxas de cesariana são menores quando parteiras em vez de médicos acompanham um parto. A promoção da cesariana faz parte de uma campanha para manter a profissão obstétrica no controle da assistência materna.

O papel de parteira tem de renascer... para bem das mulheres!

Temos de perceber que parir é um acto fisiológico, que pode e deve ser acompanhado apenas por parteiras.

Quando os nossos filhos vão para o infantário, são educadoras que lá estão... não faria sentido nenhum serem pediatras a tomarem conta das nossas crianças... Vamos ao pediatra quando algo não está bem... Assim devia de ser na gravidez... os obstetras só deviam de acompanhar gravidas de alto risco, os acompanhamentos deviam de ser feitos pelas parteiras. No parto, os obstetras só deviam de ser chamados em casos de extrema necessidade.

Deviam de ser as parteiras a acompanhar as mulheres num dos momentos mais sagrados das suas vidas.

Só depende de nós mulheres acreditarmos no nosso corpo e valorizar mais a profissão das Enfermeiras Obstetras.

domingo, 17 de maio de 2009

Relato de 3ª cesariana...

Tenho de confessar que estou incrédula....

"Tive uma terceira gravidez espectacular! Não houve enjoos e vómitos como nas anteriores. Não houve o repouso absoluto a que eu já me tinha habituado, houve sim muito trabalho pois a Sara tinha apenas 6 meses quando fiquei grávida do Miguel. Concluo que não tive tempo para os enjoos e afins…
A médica marcou-me a cesariana para 18 de Fevereiro mas infelizmente entrou de baixa um dia antes, por doença dela (e grave) não me pôde fazer a cesariana e pior foi que não fiquei com papel nenhum em como tinha cesariana naquele dia. Enfim, a culpa não foi da Drª!
Cheguei ao hospital por volta das 8 horas. Burocracias e mais burocracias e fiquei internada. Levaram-me para uma sala, ligaram-me ao CTG e ali fiquei acho que muiiiiiiito tempo. Dormi, acordei, acho que voltei a dormir até que me vieram buscar. Dei entrada no bloco operatório, tinha algumas pessoas já há minha volta quando uma senhora atende o telefone e diz que há uma emergência! Uma enfermeira ficou comigo, ajudou-me a levantar e conduziu-me à sala onde tinha estado. Explicou-me que tinham poucos anestesistas e que como o meu caso não era urgente teria de aguardar!
Ali fiquei! Com um ar tão triste que a enfermeira chamou o meu marido que ali ficou sempre comigo! Cheguei até a pensar que ele ia poder assistir. As horas passavam devagar, a ansiedade aumentava mas o facto do Luís estar ali tão perto acalmava-me.
Sou novamente chamada para o bloco. Agarrei-me ao Luís e a enfermeira levou-me. Entro no bloco, colocam-me uma série de fios no peito e de repente… quando eu achava que estava quase… entra um médico que diz que a cesariana não pode ser feita! Nova urgência!
Foi o descalabro! Chorei enquanto me tiravam os fios e pedi que me trouxessem o Luís! Levaram-me para a enfermaria e logo a seguir lá chegou o meu marido. Eu só chorava. A explicação que nos deram é que como estavam apenas com um anestesista e como o meu caso não era urgente teria de esperar. Pedimos então que me dessem alta. Explicaram-nos que se me fosse embora perderia a vez, se ficasse, no dia 21 seria a primeira cesariana a ser realizada!
Não tivemos alternativa, passei o fim de semana no hospital!
O dia 21 chegou! Preparadíssima e ansiosa! Só queria que me chamassem e ter o meu filho nos braços! Parece anedota mas aparece-me uma enfermeira e diz-me que não podem fazer a cesariana. O hospital está lotado! PASSEI-ME! Havia uma reunião na sala das enfermeiras e eu, calma e inibida que sou, entrei porta dentro e berrei com todos! Disse-lhes que era uma falta de respeito enorme e que estavam a brincar comigo! Disse-lhes tanta coisa entre gritos e lágrimas que uma enfermeira me levou para a minha cama e ali ficou comigo! O certo é que pouquíssimo tempo depois levaram-me para o bloco e desta vez é que foi!
Levei epidural, estava muiiiito nervosa mas em poucos minutos vi o Miguel! Parecido com os manos mas não tão bonito! Estou a ser sincera!
Passei as duas horas no recobro, sem dores e quando me levaram para a enfermaria o Miguel foi comigo! Tão bom! Ia agarradinha a ele, aquela pele tão suave, que saudades!
A noite foi terrível! Terrível mesmo! Tanta dor mas o apoio da enfermeira foi tão grande que ajudou a aliviar as dores.
Sentia-me felicíssima! Trimamã aos 28 anos (a 4 dias de fazer de 29)!


Foram dias muitos dificeis de muita pressão e muita saudade de casa.
Cheguei a sentir-me como se estivesse "presa", injustiçada porque não deveria estar ali todo aquele tempo.
Afinal de contas estava tudo bem, o Miguel não tinha dado sinais que queria nascer, eu estava ali por causa do mau funcionamento do Hospital e também, eu acredito, porque me faltou a minha médica.
É triste mas é verdadeiro, tudo funciona com "cunhas" e estou certa que se ela estivesse presente este episódio não me tinha acontecido e o Miguel teria nascido logo no dia 18! O pós parto foi complicado mas houve carinho e dedicação por parte das pessoas que encontrei, fui bem tratada mas nada apaga o sofrimento daqueles três primeiros dias..."

sábado, 16 de maio de 2009

Relato de uma cesariana ( 2ª filho, 2ª cesariana )

Como podemos ler neste relato, há pequenos pormenores, como dar a mão, atendimento empático por parte da equipa, etc, que podem tornar a cesariana mais.... "humanizada".

 

"No final de uma gravidez muito atribulada a médica finalmente marcou-me a cesariana, 5 de Janeiro de 2004, seria o grande dia! No entanto, e depois de um Natal trabalhoso as águas rebentaram por volta das 6 horas do dia 27 de Dezembro de 2003! Ia ter a minha princesa nos braços uns dias mais cedo…

 

Cheguei ao hospital por volta das 8 horas, mostrei o papel da médica, CTG, banho e burocracias e lá fui eu! Estava super calma! Entrei no bloco operatório e fui super acarinhada pela equipa. Não era a médica que me tinha seguido mas sentia-me muito segura e feliz. Explicaram-me como seria a epidural, sentei-me na mesa, na posição fetal, e levei a picadela. Deixei de sentir da cintura para baixo e fartei-me de rir com a equipa pelo facto de me levantarem as pernas e eu não as sentir.

 

De repente comecei a ficar mal disposta, só houve tempo de me colocarem qualquer coisa ao meu lado e fartei-me de vomitar. Fiquei melhor e nunca perdi a boa disposição. Havia uma enfermeira que esteve sempre de mão dada comigo (sem que eu lhe pedisse) e isso deu-me um enorme conforto e segurança!

 

De repente, depois de muito mexerem (às vezes tinha a sensação de que me iam partir alguma coisa), o mais esperado aconteceu! Vi a Sara! Linda, linda, linda! A cara do mano Tiago! Chorei de alegria! A minha filha tão linda e tão perfeitinha! Colocaram-na sobre mim e pude senti-la! Senti-la já fora de mim mas tão pertinho! Recordo  como a pele era suave! Suave e aveludada! Estava tão quentinha e tão linda!

 

Entretanto, depois de a despacharem, levaram-na e eu fui para outra sala onde fiquei durante umas horas ligada a uns monitores mas super bem! Não tinha dores, sentia-me bem!

 

Fui para o quarto, tive a família toda à minha volta, o meu Tiago chorava e queria que eu fosse para casa! As dores vieram mais tarde mas tive tanto apoio e carinho por parte da equipe do hospital que se aguentavam! Tão diferente do nascimento do Tiago! Desta vez senti-me logo mãe! "

 

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Uma cesariana humanizada

Relato de uma Cesariana

De uma pessoa de que gosto e admiro muito! Infelizmente utero bicórnio não é motivo para cesariana...

 

"Foi há quase 12 anos e parece que foi ontem! A médica marcou-me a cesariana duas semanas antes, motivo, útero bicórnio.

 

Fui internada no dia 1 de Junho às 19h. Depois do CTG, do banho e das burocracias fui para o quarto! A noite passou lenta… lembro-me de ouvir bebés a chorar e pensar que estava quase a chegar a hora em que ia ter o meu príncipe nos braços!

 

Amanheceu, depois do banho e soro no braço lá fui eu para o bloco operatório, ansiosa a grande questão era: anestesia geral ou epidural? Lá veio a minha médica, anestesia geral, não havia tempo para epidurais pois o Hospital estava lotado!

 

Lembro-me das luzes, dos médicos vestidos de verde, da música, do medo de adormecer e da ansiedade de o ver!

 

Adormeci… acordei numa sala com uma enfermeira perto de mim, lembro-me da falta de ar e de algo que tinha no rosto que me afligia. Lembro-me das dores, eram tantas e não paravam… Foi horrível o acordar. Perguntava pelo bebé e só ouvia “tá tudo bem”.

 

O Tiago nasceu às 11:58 do dia 2 de Junho e só o tive comigo às 19h! Foi um momento mágico! O meu marido a empurrar a caminha com um ar babadíssimo… era lindo, perfeito, o nosso bebé.

 

As horas seguintes não foram melhores. Dores, dores e mais dores. Miminhos da parte do pessoal do hospital não havia. Era apenas eu e o meu filho. Dúvidas que tinha, e eram muitas, eram mal esclarecidas e em tom de gozo. Valia-me a hora da visita e o apoio da minha médica que me ia ver muitas vezes…

 

Os dias que estive internada foram dias de choro e de muita saudade de casa. Lembro-me que quando me davam o termómetro colocava-o mal pois o medo de ter febre era tanto… e a vontade de ir para casa era tanta, sem comentários.

 

E foi assim, a minha primeira cesariana, que me deixou tantos medos que só 6 anos depois é que encontrei coragem para a segunda!...  "

 

Cesariana: quando, como e porquê

Quando, por algum motivo, o bebé não consegue ou não deve nascer por via vaginal, a opção recai sobre o parto cirúrgico, a cesariana.

A intervenção pode ser realizada com anestesia geral ou epidural, mas esta última reúne cada vez mais as preferências de médicos e grávidas. Poucas já serão, aliás, as que não acompanham de olhos abertos e emoções despertas o nascimento do seu bebé na sala de operações.

Há indicações absolutas e consensuais para realizar uma cesariana, como os casos de prolapso do cordão umbilical (situação em que o cordão surge na vagina à frente da cabeça do bebé, podendo ficar comprimido), descolamento da placenta ou placenta prévia, mas a operação não deve ser vista como a solução para todos os males. Sobretudo, não deve ser encarada como um procedimento livre de riscos, argumento frequentemente invocado para justificar uma cesariana a pedido.

Instituições de referência como o Colégio Real de Obstetras e Ginecologistas (RCOG, britânico) e o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) defendem especificamente que a solicitação materna, por si só, não constitui indicação para o parto cirúrgico. O RCOG aconselha a que se explorem as razões do pedido e se discuta com a grávida os riscos e os benefícios de uma cesariana na ausência de motivos clínicos.

Nem mesmo a apresentação pélvica do feto – quando o bebé ‘não dá a volta’ -, que ocorre em cerca de três a quatro por cento das gravidezes de termo – é uma justificação inequívoca para a realização de cesariana. Segundo recomenda o RCOG, as mulheres com gestações saudáveis de fetos pélvicos devem ser submetidas a uma manobra por volta das 36 semanas que tem por objectivo tentar reverter a situação. O procedimento intitula-se versão externa e deve ser realizado por um obstetra experiente. Com a ajuda da monitorização fetal contínua e exercendo pressão nos locais certos, o médico procura colocar o feto de cabeça para baixo. A taxa de sucesso da técnica ronda os 60 por cento.

Minimizar riscos

Apoiado nas orientações do Instituto Nacional para a Saúde e Excelência Clínica (NICE), o colégio inglês sublinha a importância de se reduzirem os riscos inerentes à cesariana, particularmente a electiva (antes de a grávida entrar em trabalho de parto). Diz o RCOG que a cesariana marcada antes das 39 semanas está associada a um maior risco de problemas respiratórios no bebé. Depois desta data, as probabilidades desse tipo de complicações surgir diminuem significativamente. É, por isso, totalmente desaconselhável marcar partos cirúrgicos rotineiramente antes das 39 semanas, recomenda o RCOG. A associação lembra ainda que é importante reduzir as hipóteses de uma grávida vir a necessitar de uma cesariana. Para isso aconselha os técnicos de saúde a explicarem às mulheres que o apoio continuado de outra mulher durante o parto reduz as probabilidades de o nascimento terminar na sala de operações. Sublinha também que as induções do trabalho de parto, em grávidas saudáveis, não devem ser efectuadas antes das 41 semanas de gestação, pelo risco de cesariana que comportam (devido a dificuldades na progressão do parto).

Outro factor associado ao risco de parto cirúrgico é a utilização da monitorização fetal contínua (CTG), tecnologia cujos resultados nem sempre são considerados objectivos. O RCOG não desaconselha o recurso ao CTG, mas defende que é importante que as grávidas tenham conhecimento destes factos.

Em que casos?

Quando se prevê que os benefícios são superiores aos riscos, avançar para a cesariana é, sem dúvida, a melhor opção. Algumas das causas mais frequentes do parto cirúrgico, segundo o RCOG, são: bebés pélvicos (quando a reversão externa está contra-indicada ou foi mal sucedida), gravidezes múltiplas (se o primeiro bebé não estiver ‘de cabeça para baixo’), placenta prévia (quando a placenta cobre parcial ou completamente o orifício interno do colo uterino) e doença infecciosa materna.

Outros motivos frequentes incluem cesariana anterior (embora envolto em controvérsia), paragem do trabalho de parto ou progressão lenta, incompatibilidade feto-pélvica (desproporção entre as dimensões da pélvis e as dimensões ou posição do feto), alterações do ritmo cardíaco do bebé, prolapso do cordão umbilical e descolamento da placenta.

Recuperação

A recuperação física e emocional de uma cesariana é mais prolongada e dolorosa do que a de um parto normal. É preciso não esquecer que a cesariana é uma cirurgia major, ou seja, de grande impacto, tendo, por isso, maiores consequências sobre o organismo. A recuperação completa pode demorar cerca de quatro a seis semanas. O RCOG recomenda que as mulheres que foram submetidas a um parto cirúrgico sejam alvo de cuidados específicos, nomeadamente no apoio à amamentação. E que tenham oportunidade de perceber e discutir as razões que as levaram à sala de operações. Para que numa gravidez seguinte possam tomar uma decisão mais esclarecida quanto ao tipo de parto.

Fontes: Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (www.rcog.org.uk) e National Institute for Clinical Excellence (http://www.nice.org.uk/)

Riscos da cesariana

Para a mãe:
Morbilidade e mortalidade significativamente mais elevadas do que no parto vaginal;
Maior risco de internamento nos cuidados intensivos (4x);
Risco de complicações infecciosas 5 a 20 vezes maior;
Risco hemorrágico 6 a 8 vezes superior;
Incidência de 1 a 2 por cento de complicações intra-operatórias (anestésicas, hemorrágicas e lesões viscerais);
Incidência de 1 a 5 por cento de complicações pós-operatórias (infecciosas, trombo-embolismo venoso, depressão pós-parto);
Complicações a longo prazo: maior risco de placenta prévia e placenta acreta, ruptura uterina e descolamento de placenta;

Para o bebé:
Risco de lesão fetal na altura da histerotomia (incisão no útero) e da extracção (2%);
Risco de síndrome de distress respiratório nas cesarianas electivas efectuadas antes das 39 semanas;
Não existe diferença significativa na morbilidade e mortalidade neonatais entre o parto vaginal e a cesariana.

Para tornar o ambiente da cesariana menos frio:

1. Se possível, permanecer algumas horas em trabalho de parto antes de realizar a cirurgia;
2. Pedir para que estejam apenas as pessoas indispensáveis na sala de operações e que estas façam silêncio, evitando assuntos despropositados;
3. Havendo esse desejo, pedir para ser colocada uma música suave e em volume baixo, ou cantar para o bebé (por que não?!);
4. Durante a administração da anestesia, o pai pode participar dando apoio físico e emocional, colocando-se de frente para a mãe e apoiando os seus ombros. Neste momento, o casal pode aproveitar para se olhar nos olhos numa atitude de cumplicidade e trocar palavras de carinho;
5. Depois da anestesia, o pai pode permanecer de mãos dadas com a mulher ou simplesmente ficar junto dela;
6. Confirmar se é política do serviço prender os braços da mãe durante a cirurgia e pedir para que tal não aconteça;
7. Quando o bebé nasce, o foco de luz deve ser retirado do ventre materno e todas as luzes devem ser reduzidas para não ofuscar o recém-nascido que está a sair de um ambiente escuro;
8. Imediatamente após o nascimento, a criança deve ser colocada sobre o ventre materno para sentir o calor da mãe e, se possível, ali permanecer até o cordão deixar de pulsar e a cirurgia terminar;
9. Se o pai se sentir à vontade poderá cortar o cordão umbilical, tomando as devidas precauções indicadas pelo médico;
10. Se possível, realizar uma massagem suave no bebé ao colo da mãe;
11. Evitar submeter o bebé a intervenções desnecessárias (aspiração e administração de colírio);
12. Se a mãe estiver desconfortável com o bebé no peito, o pai poderá segurá-lo e massajá-lo;
13. Pedir ao anestesista para que não administre nenhum sedativo à mãe. Desta forma ela estará mais activa.
Fonte: Amigas do Parto (http://www.amigasdoparto.com.br/)

Texto: Maria João Amorim revista Pais&Filhos

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Hospitais privados chegam a fazer 93% de cesarianas!!!!!!!!!!!!!!

Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) detectou taxas de cesariana nos privados que são o quádruplo do que está definido pela Organização Mundial de Saúde.
O receio de um parto natural levou Clara, hoje com 38 anos, a optar por uma clínica para ter os seus dois filhos. No sector privado, a mulher pode escolher se quer ou não ser sujeita a uma cesariana, o que não acontece, por norma no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Seja por opção da mulher ou indicação do médico, há maternidades privadas no País em que 93 em cada cem crianças nascem por cesariana, revelam dados do relatório de actividades de 2008 da Inspecção--Geral das Actividades em Saúde (IGAS).

Em média, 68,3% das mães que tiveram filhos em clínicas privadas, de 2005 a 2007, foram sujeitas a esta operação, que custa cerca de 5000 euros. Uma percentagem que é o dobro do limite máximo recomendado pela União Europeia e o quádruplo do defendido pela Organização Mundial de Saúde.

Apesar de a IGAS considerar que esta taxa não deve ser avaliada negativamente quando não coloca em risco a saúde da mãe ou do filho, os dados preocupam as autoridades. O Plano Nacional de Saúde definia como meta para 2010 uma taxa de 24,8% de cesarianas, um objectivo que a alta comissária da Saúde, Maria do Céu Machado, admitiu ser irrealista.

No País, as clínicas privadas têm realizado cerca de 20 mil partos anuais. Mas são as unidades de menor dimensão que menos cumprem as recomendações internacionais sobre cesarianas, chegando a atingir taxas de 93%. Nos estabelecimentos com 700 a 1500 partos/ano, a percentagem situa-se entre 46,6% e 85,3%%. As unidades maiores, que fazem mais de 1500 partos, apresentavam valores entre 53,6% e 68,3%.

Esta avaliação integra o relatório sobre os centros de nascimento não públicos e abrangeu 25 unidades no total. Entre as irregularidades detectadas, constatou-se que apenas duas unidades tinham uma urgência aberta ao exterior, bem como o pessoal, as tecnologias e a presença física de recursos necessários para receber grávidas com qualquer grau de risco.

As falhas detectadas chegavam à ausência de identificação dos recém-nascidos com pulseiras, falta de organização de processos clínicos ou inexistência de folhas para consentimento informado das utentes para cirurgia.

Quadros de pessoal só existiam nas duas clínicas com urgência aberta. As restantes contavam com colaboradores que também trabalhavam no sector público.




Que tipo de experiências perdem os recém-nascidos após Cesariana e como podemos compensá-los após o nascimento?

Na melhor das hipóteses, uma cesariana é feita após a cascata hormonal feto-placentar do parto ser activada. Provavelmente esta cascata hormonal é desencadeada aos 5 cm de dilatação.

Com alguma sorte, o bebé nasce num local amigo das mulheres, onde os profissionais dão a oportunidade do processo de vínculo acontecer após a cesariana. Melhor ainda será se o médico imitar a rotação de um parto espontâneo na Cesariana, cortar o cordão com o bebé nos braços do pai e depois o bebé ir para o peito da mãe em lugar da mesa de reanimação (estas opções existem mesmo!).

Exposto a uma cirurgia rápida (incl. duração de anestesia), o bebé inicia o processo de amamentação nos primeiros 30 minutos de vida. Induzidos por este cenário optimista, temos no entanto que estar alerta na inexistência de reacções de um bebé nascido por cesariana, que deverão ser compensadas após o nascimento.
Continua AQUI

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Cesariana VS Parto vaginal

A visão de uma mãe que passou pelas duas situações!

Uma cesariana



Relato de uma cesariana

"Já tinha tentado de tudo para entrar em trabalho de parto (TP) espontaneamente, só falhei mesmo no esperar que acontecesse naturalmente. Sentia-me preparada para tudo, queria sentir as contracções, o meu corpo a abrir para a passagem do meu filho, até esperava que fosse demorado... Seja como for descobri-me mais forte do que pensava ser, só por ser mulher.
Quando cheguei às 41 semanas cheguei ao que a medicina moderna interpreta como limite, a partir daí o caminho é a indução, tem de se tirar com a maior urgência possível o bebé do ventre assassino da sua mãe."

Relato da cesariana da Doula Rosa, continua AQUI

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Não é um argumento valido fazer uma cesariana quando:

  • O cordão esta enrolado á volta do pescoço ( circular de cordão ) - ver aqui
  • Bolsa rota sem contracções - ver aqui
  • Parto prolongado - não existe parto prolongado desde que o bebé e a mãe estejam bem.
  • Falta de dilatação ou " o trabalho de parto parou "- o que existe é o profissional não ter paciência para aguardar o processo natural de um trabalho de parto ( distocia funcional )
  • Ter passado das 40 semanas - a gestação humana normal vai das 37 as 42 semanas
  • Bacia estreita - sem a tentativa de um parto vaginal é impossível saber se a cabeça do bebé é muito grande para passar pela bacia da mãe ( desproporção ou incompatibilidade cefalo-pélvica ). O ajuste entre um bebé e a bacia da mãe depende da posição da cabeça e de como esta se molda durante o trabalho de parto. Ver aqui
  • Condições ginecológicas : Streptococcus, herpes genital não activo, mioma, varizes na vagina, epilepsia, hemorróidas, placenta madura, não são a priori indicações de cesariana.