Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones
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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Banco de Leite Humano

Para responder às necessidades nutricionais dos seus Recém-Nascidos a Maternidade Dr.Alfredo da Costa criou o primeiro Banco de Leite Humano (BLH) em Portugal, que entrou em funcionamento há cerca de 6 meses com o recrutamento de dadoras.

Desde então, o banco de leite já recebeu leite de 26 Senhoras que alimentaram cerca de 40 recém-nascidos do Serviço de Neonatologia da MAC.

O BLH precisa de mais dadoras para que o seu objectivo de disponibilizar leite humano para as Unidades de Cuidados Intensivos e Intermédios da MAC e outras Unidades de Cuidados Neonatais da Grande Lisboa se cumpra.
Se quiser ser dadora, pode telefonar para +351 21 318 4030 (das 8h às 16h) ou mandar email para:
bancodeleite@mac.min-saude.pt .
Lembre-se que o Leite Humano doado salva vidas.

O que é um Banco de Leite Humano?
Um Banco de Leite Humano é um centro ou departamento especializado, habitualmente em interdependência directa de uma ou mais Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais, que tem por objectivo a promoção do aleitamento materno e a recolha, processamento, controlo e distribuição de leite de dadoras saudáveis. A actividade do Banco de Leite Humano não tem fins lucrativos, sendo gratuito o processo de doação do leite, assim como a sua distribuição após prescrição médica.

Em que situações é utilizado o Leite Humano Pasteurizado, as suas
vantagens e desvantagens ?

O leite da própria mãe, administrado a recém-nascidos muito prematuros, quando comparado com o leite artificial para prematuros, reduz em 20 vezes o risco de terem infecções intestinais (enterocolite), em 46% (quase metade) o risco de infecção generalizada (sépsis) e em cerca de 6 vezes o risco de morte. O Leite Humano Pasteurizado é primordialmente utilizado na nutrição de recém-nascidos muito prematuros ou com doenças do aparelho digestivo, quando não há leite da própria mãe ou este é em quantidade insuficiente.

Quando comparado com o leite artificial para prematuros, o leite humano pasteurizado reduz em cerca de 30% (1/3) o risco de enterocolite e em 5 vezes o risco de intolerância alimentar. Se administrado em complemento do leite materno da própria mãe (nas situações de quantidade insuficiente),prevalece o efeito protector deste. O leite materno e, mais ainda, o leite de dadora pasteurizado, a partir de certa altura tem que ser fortificado para permitir a adequada nutrição e crescimento dos prematuros. O leite artificial para prematuros tem uma composição que promove, em geral, um crescimento adequado destas crianças.

Que critérios são determinantes para a selecção das mães doadoras
de leite?

Mães a amamentar de modo exclusivo o próprio filho, nascido há menos de 6 meses, com aumento de peso do bebé normal e noção de excedente de leite;
Saudável, não fumadora, não consumidora habitual de medicamentos nem produtos de ervanária, sem hábitos ou comportamentos de risco;
Com boas condições higiénicas no domicílio, acesso fácil a congelador (combinado ou arca) e aceitar as regras e procedimentos do Banco de Leite da MAC (onde se inclui a realização periódica de análises de sangue).

Como é feita a recolha?
A recolha é feita com bomba eléctrica, após a amamentação do próprio filho, para recipientes esterilizados especiais de plástico. O leite fica congelado em casa da dadora (onde fica também um termómetro registador digital “logger”) até ser recolhido por uma empresa que o transporta periodicamente para o Banco de Leite da MAC, sob estrito controlo de temperatura e higiene.

Como é feito o armazenamento? Quanto tempo fica guardado o leite,
a que temperatura, etc?

O leite pasteurizado é armazenado em arcas congeladoras a uma temperatura de 20ºC negativos e conserva-se por um período de 3 a 6 meses.

Que segurança oferece o leite de dadora pasteurizado? O que é a
pasteurização? A que controlos é submetido o leite de dadora?
O leite humano de dadora, pasteurizado, oferece uma segurança igual ou superior á das transfusões de sangue e seus derivados, regendo-se pelos mesmos princípios. A doação é voluntária e não sujeita a qualquer retribuição(pecuniária ou outra). As dadoras são entrevistadas por uma enfermeira, por um médico e respondem a um questionário escrito para rastreio de doenças, hábitos e comportamentos de risco. As análises da gravidez são verificadas e, após algumas semanas de doação, são submetidas a análises de sangue efectuadas pelo Instituto Português do Sangue (iguais ás dos dadores de sangue). O leite é analisado em relação à sua composição, valor nutricional e conteúdo em bactérias antes da pasteurização, sendo rejeitado o leite com bactérias potencialmente patogénicas ou em quantidade anormal (o leite contém normalmente algumas bactérias inofensivas da pele e dos mamilos das mães). A pasteurização pelo método Holder consiste no aquecimento do leite a 62,5 ºC durante 30 minutos, que destrói os vírus conhecidos e práticamente todas as bactérias, conservando bastantes propriedades biológicas e todas as propriedades nutritivas do leite humano. Após a pasteurização o leite é rápidamente arrefecido até 6ºC, novamente submetido a controlo bacteriológico (tem que estar estéril) e congelado novamente a menos 20 ºC. O leite pasteurizado é disponibilizado no prazo de 3 meses (máximo 6 meses) após o controlo analítico da dadora (posterior á doação) ser negativo. O leite é administrado após consentimento informado dos pais dos receptores e mediante prescrição médica. Todo o processo da dadora ao receptor é sujeito a registos que permitem o controlo de todo o processo, sendo todos os dados conservados de modo seguro e sigiloso, só acessível aos profissionais devidamente credenciados.

O Banco de Leite está a funcionar desde quando?
As primeiras dadoras foram admitidas em Julho de 2009. Em Agosto foi recebido o 1º leite e efectuada a 1ª pasteurização (cerca de 3 litros de leite).
Desde então têm-se efectuado pasteurizações quase todas as semanas, de 2 a 3 litros de leite cada (a capacidade máxima do pasteurizador é de 7,5 litros por ciclo de pasteurização).
As mães costumam colocar reservas ao uso de leite materno de outra mãe?
Pelo facto de ser ainda pouco conhecido, naturalmente fazem perguntas.
Depois de esclarecidas, na maioria dos casos deixa de haver receios relacionados com o leite humano pasteurizado. Os riscos relacionados com a administração deste leite de dadora é menor que o risco associado ás transfusões de componentes do sangue. As dadoras são criteriosamente seleccionadas, sendo mães saudáveis e sem comportamentos de risco, a amamentar os seus próprios filhos. A doação do excesso de leite não lhes trás qualquer benefício, mas antes algum trabalho suplementar, sendo a motivação exclusivamente altruísta, pensando nas mães de bebés
prematuros que não têm leite para os próprios filhos. O leite é analisado bacteriológicamente e em relação aos seus componentes nutricionais, antes da pasteurização e controlado também depois de pasteurizado. A pasteurização é um tratamento térmico que destrói bactérias e vírus. Quando não há leite da própria mães, o leite humano pasteurizado tem vantagens em relação ao leite artificial no que se refere a protecção contra infecções intestinais e tolerância do estômago e intestinos. Geralmente, após poucos anos de funcionamento, quer os profissionais quer os pais, reconhecem com naturalidade as vantagens do leite de dadora pasteurizado como 1ª opção
quando não há leite suficiente da própria mãe.


O Banco de Leite Humano da MAC conta com o apoio do Alto Comissariado
da Saúde (ACS).

Espreitem a reportagem da sic:

sábado, 20 de junho de 2009

Se estas a amamentar e queres doar o teu leite contacta a Mac!

Mães interessadas em doar e receber leite já contactam a Alfredo da Costa

O primeiro banco de leite humano em Portugal deve começar a funcionar este mês na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, depois de alguns contratempos que adiaram, em vários meses, a sua entrada em funcionamento.

O banco de leite materno foi apresentado à imprensa a 15 de Janeiro e, na altura, o director da maternidade, Jorge Branco, estimou que pudesse entrar em funcionamento no mês seguinte. Contudo, o facto de se tratar da primeira infra-estrutura do género em Portugal e de os responsáveis terem decidido fazer algumas alterações em relação ao projecto inicial fez que com que só agora o banco de leite esteja em condições de começar a funcionar com toda a segurança.

Israel Macedo, pediatra neonatologista da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), que tem estado a acompanhar este processo, disse ao JN que, durante este mês, deverão começar a seleccionar as mães-dadoras e a recolher leite. Logo que haja algum leite pasteurizado disponível, arranca a distribuição. Nesta fase inicial, o leite destina-se a alimentar os bebés prematuros internados nas unidades de cuidados intensivos e intermédios da MAC, cujas mães não têm leite suficiente ou, por qualquer razão, não os podem amamentar.

A administração do leite pasteurizado só será feita depois de os progenitores serem informados pelos médicos das vantagens e terem assinado um termo de consentimento esclarecido. Israel Macedo explica que o leite da dadora "não é tão bom como o leite da própria mãe, mas não é tão artificial como o leite que é dado aos bebés quando as mães não os podem amamentar".

Pela experiência dos países onde já existem bancos de leite - são muito populares no Brasil e existem também nos Estados Unidos, Inglaterra e, mais recentemente, em Espanha -, o neonatologista acredita que, em pouco tempo, "os pais vão perceber e aceitar que, na impossibilidade de estes bebés serem alimentados com o leite da mãe, o leite da dadora é uma alternativa com bastantes vantagens em relação ao leite artificial". A este propósito, disse que a MAC já foi contactada por duas mães interessadas em receber leite humano pasteurizado (por já não poderem amamentar os seus bebés) e por várias mães interessadas em doar leite.

Quanto à selecção das dadoras, Israel Macedo garante que o processo é tão rigoroso quanto o dos dadores de sangue. Para começar, a mulher tem de ser mãe e estar a amamentar, não pode ser fumadora, nem consumir bebidas alcoólicas ou produtos estupefacientes. O processo de selecção começa com uma consulta/entrevista com um médico da MAC, onde a mãe é observada a amamentar o seu bebé e ensinadas técnicas de amamentação. Nessa consulta, é feita uma primeira colheita de sangue (que será analisada pelo Instituto Português de Sangue, a quem compete dizer se a mãe pode ou não doar leite) e entregue um kit que inclui um bomba eléctrica, recipientes para colheita e armazenamento de leite para uma semana e produtos de higiene da mama. O leite é guardado em casa, no congelador, e semanalmente recolhido por uma empresa especializada que o transporta, em condições térmicas especiais, para a MAC, onde é analisado e pasteurizado.

O leite é sujeito a análises bacteriológicas (se houver bactérias passíveis de produzir toxinas, é rejeitado) e só depois pasteurizado. O processo demora cerca de hora e meia e passa por expor o leite a temperaturas muito altas e depois negativas. Congelado, o leite dura cerca de três meses.

GINA PEREIRA

Fonte: Jornal de Notícias