Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

terça-feira, 8 de maio de 2012

das Leis de Retorno e Recorrência

Nós somos  o que é a nossa vida...se  não modificamos nada dentro de nós,   se não transforma radicalmente a nossa vida, se não trabalhamos sobre nós mesmo, estamos a perder nosso tempo miseravelmente. 


A morte é o regresso ao próprio começo da nossa vida, com a possibilidade de repeti-la novamente...


Muito se fala sobre o tema das vidas passadas... Mas pouco  das existências sucessivas. 

A vida de cada um de nós, com todos os seus tempos, é sempre a mesma, repetindo-se de existência em existência, através dos inumeráveis séculos. Inquestionavelmente, continuamos na semente dos nossos descendentes, isto é algo que já está demonstrado. 
A vida de cada um de nós, em particular, é um filme vivo que ao morrer levamos para a eternidade. 
Cada um de nós leva o seu filme e torna a trazê-lo para projetá-lo outra vez na tela de uma nova existência. 

A repetição de dramas, comédias e tragédias é um axioma fundamental da Lei de Recorrência. Em cada nova existência  repetem-se sempre as mesmas circunstâncias. Os atores de tais cenas, sempre repetidas, são essa gente que vive em nosso interior, os "Eus". 
Se desintegramos esses atores, esses eus que originam as sempre repetidas cenas de nossa vida, então a repetição de tais circunstâncias se faria algo mais que impossível. 

Obviamente, sem atores não pode haver cenas; isto é algo irrebatível, irrefutável. Assim é como podemos libertar-nos das Leis de Retorno e Recorrência, assim podemos fazer-nos livres de verdade. 
Obviamente, cada um dos personagens (eus) que em nosso interior levamos repete, de existência em existência, seu mesmo papel. 
Se o desintegramos, se o ator morre, o papel termina. 

Refletindo seriamente sobre a Lei de Recorrência, ou repetição das cenas em cada Retorno, descobrimos, por auto-observação íntima, os mecanismos secretos desta questão.
Se na existência passada, na idade de vinte e cinco anos, tivemos uma aventura amorosa, é indubitável que o eu de tal compromisso buscará a mulher de seus sonhos aos vinte e cinco anos da nova existência. 
Se a dama em questão só tinha então quinze anos, o "eu" de tal aventura buscará seu amado na mesma idade na nova existência. 
Resulta claro compreender que os dois "eus", tanto o dele como o dela, buscam-se telepaticamente e se reencontram novamente, para repetir a mesma aventura da existência passada. 

Dois inimigos que lutaram até a morte na passada existência  encontrarão-se outra vez na nova existência, para repetir a sua tragédia na idade correspondente. 
Se duas pessoas tiveram uma disputa por bens de raiz, na idade de quarenta anos na existência passada, na mesma idade se buscarão telepaticamente na nova existência, para repetir o mesmo. 

Dentro de cada um de nós vivem muitas pessoas cheias de compromissos. Isso é irrefutável. Um ladrão leva em seu interior um covil de ladrões, com diversos compromissos delituosos. 
O assassino leva dentro de si mesmo um clube de assassinos e o luxurioso porta, em sua psique, uma "casa de encontros". 
O grave de tudo isso é que o intelecto ignora a existência de tais pessoas ou eus dentro de si mesmo e de tais compromissos que fatalmente vão se cumprindo. 

Todos esses compromissos dos eus que moram dentro de nós acontecem sob a nossa razão. 
São fatos que ignoramos; coisas que nos sucedem; acontecimentos que se processam no subconsciente e inconsciente. 
Com justa razão nos foi dito que tudo nos acontece, como quando chove ou quando troveja. 
Realmente temos a ilusão de fazer, mas nada fazemos, pura e simplesmente acontece. Isto é fatal, mecânico!
A nossa personalidade é tão só um instrumento de diferentes pessoas (eus), mediante a qual cada uma dessas pessoas (eus) cumpre os seus compromissos. 

Por baixo da nossa capacidade cognitiva sucedem muitas coisas e desgraçadamente ignoramos o que se passa por baixo de nossa pobre razão. 
Cremo-nos sábios, quando em verdade nem sequer sabemos que não sabemos. Somos míseros troncos arrastados pelas embravecidas ondas do mar da existência. 

Sair desta desgraça, desta inconsciência, do estado tão lamentável em que nos encontramos, só é possível morrendo em nós mesmos...


Inspirado no Tratado de Psicologia Revolucionária

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