Recebi este mail do Dr Ricardo Jones, tinha de partilhar :)
Traduzido da palestra de Malcom Gladwell e adaptado para o universo do nascimento humano:Não pode haver hierarquia na atenção aos partos. Os nascimentos, assim como as mostardas e os molhos de tomate, existem num plano horizontal. Não existe "parto ruim" ou "parto bom" em essência. Não existe "parto perfeito" ou "parto imperfeito". Existem apenas diferentes tipos de partos que servem a diferentes tipos de pessoas. É fundamental democratizarmos a forma como entendemos a assistência ao nascimento no ocidente. Mantemos-nos atrelados a idéia do "parto platônico", que seria aquele que existe em forma ideal num plano superior (das idéias). Cultivamos a visão platônica do como deve ser um parto. Como ele é? Ele é tecnológico, frio, técnico, controlado por cirurgiões e ocorre em hospitais terciários. Quando falamos de um "parto" estamos tratando de um modelo estabelecido e monolítico. E porque continuamos a achar isso? Porque pensamos que a melhor maneira de fazer as mulheres e seus bebês felizes é oferecer a eles a mais autêntica experiência de parto, e que se oferecermos um parto assim eles irão adotá-lo. Ainda nos deixamos seduzir pelo "parto universal", a forma de tratar a todas as pessoas da maneira igual e inalterada.Mas isso muda, pois a grande transformação nas últimas décadas foi a troca do "universalismo" por uma busca de diversidade. Não estamos mais tão obcecados pela ideia de "como o parto funciona", mas pela noção revolucionária de como o "seu" parto pode ocorrer, de forma diferente dos partos de todas as outras mulheres. A genética (mas também a psicanálise) abriu as portas para essa ideia de variabilidade como algo de extremo valor na natureza, em particular na natureza dos humanos. Quando buscamos "princípios universais" para o parto não apenas estamos errados, mas estamos prestando um grande desserviço à humanidade. Quando oferecemos um tipo "padrão" de parto, baseado nas escolhas comuns de hoje para a maioria das pessoas, observamos um nível razoável de aceitação e satisfação. Entretanto, se nós pudermos agrupar as infinitas possibilidades de parto em 3 grandes grupos: "hospitalar", "casa de parto" e "domiciliar" nós teremos uma aceitação MUITO mais intensa e forte. A diferença entre estas duas possibilidades (partos padrão x partos com possibilidade de escolha) é a mesma entre a vivência de um bom parto e a vivência de um parto maravilhoso e transformador. Por que precisamos nos contentar com algo "bom" se podemos oferecer a maior experiência sensorial e emocional possível para uma mulher, cujas repercussões serão sentidas por ela no decorrer de toda sua vida?BeijosRic__._,_._____,_._,___
Sem comentários:
Enviar um comentário