No dia em que se comemora o dia mundial da música, destacamos a importância que ela tem nas nossas vidas, desde a gravidez …
No Princípio era o Som
Desde o início da nossa civilização, o Som teve sempre um papel predominante na comunicação entre as pessoas, no estabelecimento de relações e de laços afectivos, no bem-estar, relaxamento, e no tratamento e cura de diversos problemas.
O Som existe na nossa vida desde o momento da concepção, e acompanha-nos até ao último dia – influenciando o nosso bem-estar, a nossa saúde, e a forma como nos desenvolvemos, muito para além do simples papel de entretenimento a que foi remetido nos últimos séculos.
O Som e a Gravidez
No interior do útero, um feto, embora ainda não consiga ouvir, sente todas as vibrações produzidas pelo corpo da mãe desde o primeiro minuto. A ansiedade, a tristeza, a felicidade, o relaxamento, todas as sensações são transmitidas interiormente para o pequeno ser em desenvolvimento – daí ser tão importante procurarmos e mantermos o nosso equilíbrio desde o primeiro momento, e durante toda a gravidez, aliás, durante toda nossa a vida.
Por volta das 25 semanas (5 meses), o aparelho auditivo do bebé está completamente formado, e ele consegue ouvir tudo o que se passa à sua volta. Com a predominância dos sons internos da mãe – o bater do coração, o funcionamento dos órgãos, o marulhar do líquido amniótico, a voz da mãe; o pequeno ser começa a descobrir todo um mundo lá fora. Na verdade, a audição é o único sentido que transporta o bebé para fora do ventre, e lhe permite um contacto com o mundo exterior. Todos os outros sentidos, embora estejam desenvolvidos, são limitados pelo ambiente intra-uterino.
Dentro da barriga da mãe, o bebé ouve acima de tudo sons graves, já que os agudos são filtrados pela pele, órgãos e líquido amniótico. E continua a receber todas as vibrações transmitidas pela progenitora – todas as sensações que a acompanham no dia-a-dia.
Este é um conhecimento que só recentemente foi confirmado pela ciência, mas que, na realidade, nos acompanha desde sempre – não será muito difícil lembrarmo-nos de pequenas ladainhas, histórias e canções de embalar cantadas ao bebé no ventre, e do estímulo das nossas mães e avós para que falemos com a nossa barriga, práticas ancestrais que foram passando de geração em geração, e que demonstram claramente a importância deste vínculo que se consegue criar entre a mãe e o bebé, ainda antes do nascimento.
Daí que, especialmente nos tempos modernos, em que o stress e a pressão são cada vez maiores, seja tão importante incorporarmos momentos de equilíbrio, harmonia e bem-estar na nossa vida, o que se irá reflectir numa gravidez muito mais tranquila, e consequentemente num bebé muito mais feliz.
Os Bebés e o Som
Estudos recentes afirmam que os bebés retêm a memória dos sons ouvidos mais frequentemente durante a gravidez, ao longo de todo o primeiro ano de vida, e que reconhecem vozes, música, frases e dialectos diferentes. Podem reagir de diversas formas quando ouvem músicas ou sons familiares: viram a cabeça na direcção do som, ficam quietos e atentos, alteram a expressão facial, chegando mesmo a sorrir, e chucham com mais energia. O ritmo cardíaco diminui, a respiração torna-se mais regular, e o abdómen relaxa. O choro acalma, e o bebé descontrai.
Também existe uma relação directa entre a audição de música e o desenvolvimento cerebral, já que os sons estimulam o crescimento e a conexão de neurónios, o desenvolvimento educacional e emocional, uma saúde melhor, bebés mais calmos, e laços familiares mais fortes.
Nos primeiros tempos após o nascimento, a música pode desempenhar igualmente um papel muito importante na adaptação do bebé ao seu novo ambiente: pôr a tocar a música que o bebé ouvia antes de nascer pode fazê-lo recordar-se da sensação de segurança, protecção e bem-estar que sentia dentro do ventre, tranquilizando-o.
Também os bebés prematuros têm uma adaptação e recuperação mais rápida quando são expostos a música após o nascimento. Os resultados mais evidentes são um aumento de peso mais rápido, melhor tolerância à dor, melhor alimentação pela via oral, e melhor desempenho cardio-respiratório, bebés e pais mais calmos e internamentos mais curtos.
Todos nós somos Som
Se partirmos do princípio de que todos nós somos energia, de que tudo o que existe é energia, que vibra numa determinada frequência, rapidamente se percebe que tudo o que existe tem um som: os nossos órgãos internos, nós, os animais, plantas e objectos que nos rodeiam, os planetas, as estrelas e as galáxias – todos emitem uma determinada vibração, um determinado som, quer o consigamos ouvir, ou não. E a este som, a que poderíamos chamar de “Sinfonia do Universo”, está inerente uma harmonia natural.
Ao vivermos num Mundo repleto de stress, desligados da Natureza, com comportamentos sedentários, e maus hábitos alimentares, esta harmonia é perturbada, e provocamos desequilíbrios a vários níveis, contribuindo para a perda de qualidade de vida, e para a degradação da nossa saúde.
A Terapia de Som baseia-se na utilização de determinados sons, tons e vibrações para reestruturar essa harmonia, promovendo o relaxamento e o bem-estar, estimulando o sistema imunitário, e ajudando o tratamento de vários problemas de saúde, como por exemplo tensão alta, depressão, insónias, dores de cabeça, problemas digestivos, dores musculares ou nas articulações, ansiedade e stress.
Combinando o conhecimento científico com as práticas ancestrais de Terapia de Som vindas do Oriente – sons, tons e vibrações cuidadosamente escolhidos por terem efeitos terapêuticos no corpo humano, como os das Taças Tibetanas, por exemplo, e que são utilizados há mais de 5 mil anos, podemos hoje enriquecer e melhorar a nossa vida, focando-nos no nosso bem-estar, na saúde e no equilíbrio. Gerando bebés mais felizes e saudáveis, que por sua vez irão contribuir para criar um Mundo melhor.
Com colaboração de Catarina Teixeira em http://www.fabricadebebes.pt/
http://www.zen-babies.com/
http://www.zen-sounds.com/
Sobre o blog:
“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones
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