Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Comentário sobre Pai no parto.


 
*^_^* deixou um  comentário  no  post  "Pai no parto?":   quando perguntei quem tiveram e quem gostavam de ter no parto, eis a resposta: 

O pai, que não assistiu a este porque tive de ir para bloco a correr para ter ajuda de ventosa.

E a minha mãe, que é enfermeira e só não assistiu devido aos nervos.

Prescindo de uma doula (o meu marido e a minha mãe desempenham muito bem esse papel)

E claro um ou uma parteira (se for o meu obstetra tanto melhor) 


 Eu já escrevi, apaguei e voltei a escrever... mas acho que quem já teve uma doula no parto responde melhor que eu... digam lá porque foi importante terem uma Doula no vosso parto? 
 
Já agora, as Doulas não ficam nervosas como ficam as nossas mães e reduzem cerca de 40% o uso de ventosas :) Não estamos lá para somar e nunca para tirar o papel de ninguém.. se é importante o pai ou outro acompanhante estarem presentes a Doula nunca lhe vai tirar o seu protagonismo e participação.

4 comentários:

P e M disse...

"digam lá porque foi importante terem uma Doula no vosso parto? "

Minha Querida Cat, cada pessoa - e mais concretamente, cada mulher grávida - é que sabe quem é/são a/s pessoa/s que são realmente importante na hora de "desengravidar".

A Mim - não me restam dúvidas - a ter um segundo filho EU QUERO que lá estejas e uma parteira, e mais: QUERO QUE ELE NASÇA EM CASA!!!

Mas isso sou eu...

Portanto, quando eu engravidar outra vez, nada de fazeres planos de viagens lá para o fim da minha gravidez. Combinado? Hehehehehe...

;o)

Beijos mil

moya disse...

Olá!
Sem desrespeito pois realmente cada qual é que deve escolher quem quer consigo, gostava de deixar umas palavras: independentemente de onde ocorra o parto, a doula só entra se a mulher quiser (e se a instituição a deixar entrar, como nem sempre acontece em mtos hospitais, especialmente porque impõem o limite de 1 acompanhante, o que às vezes nem dá "tempo" porque levam a parturiente para o bloco e deixam o acompanhante à porta)... Convém (não é obrigatório) que se venha a construir uma relação de confiança com a Doula ao longo da gravidez: a doula não substitui ninguém mas deve ser considerada uma amiga e pessoa de confiança, que nos conhece a nós e às nossas necessidades e desejos, e apesar disso (e por causa disso) consegue manter a calma (e não perder os nervos) e ajudar-nos ou acalmar-nos da melhor maneira possível...
Para mim, ter a Cat no parto da minha Joana foi importantíssimo. Se tivesse que ter escolhido entre ela e o meu marido teria ficado destroçada e dividida... E pensar que lhe cheguei a dizer que quando a altura chegasse não fazia mal se ela não pudesse lá estar que "eu já sabia como se fazia tudo"... Ela sabia exactamente o que fazer para o alívio de dores sem eu sequer abrir a boca: massagens, calor seco, calor húmido, beber água, verter água, palavras murmuradas de incentivo, etc...
Cat, és a maior! e sem ti duvido que a Joaninha tivesse nascido tão rapidamente e eu tivesse tido tanto alívio durante as contracções!

(in)sóni@ disse...

Conheço pessoalmente a mãe que deixou este comentário.
Embora me custe que, apesar da informação que lhe tenho transmitido (e eu cá NÃO vou prescindir de uma Doula a meu lado para a próxima!), ela ainda não tenha reconhecido a importância do papel que desempenham, não posso deixar de prestar aqui alguns esclarecimentos quanto a esta sua postura.

Esta mulher tem estado inserida num contexto muito especial:

1. Enquanto grávida - foi confrontada com a cardiopatia da filha às 20 semanas e sofreu bastantes críticas por querer levar a sua gravidez avante;

2. Enquanto filha - o facto de ter uma mãe enfermeira não ajuda propriamente a olhar para estas questões do parto com grande abertura;

3. Enquanto profissional - trabalha numa clínica, por isso...;

4. Enquanto mãe - sabia de antemão que a sua filha nasceria com uma grave deficiência cardíaca, mas a sua verdadeira dimensão era uma atormentadora incógnita até ao momento do parto;

5. Enquanto «paciente» - depositou toda a sua confiança no seu obstetra (que se mostrou disponível 24h/dia para lhe ouvir os medos e ansiedades - inclusivamente telefonemas às 6 da manhã! - e, ao contrário da generalidade dos seus colegas, defendeu o parto vaginal em vez de partir para cesariana - o que já não é mau de todo...);

6. Enquanto parturiente - a ventosa entrou em cena porque a mãe foi proibida de fazer força por sofrer de escoliose... (alguém me pode elucidar neste ponto? não me sinto suficientemente informada para o questionar).

O estado de nervosismo que se vivia naquela família era tremendo. A tensão era enorme. E é aqui que não consigo entender como pode esta mulher afirmar que o seu marido e a sua mãe desempenhariam muito bem o papel...

Não, minha querida *^_^*, desculpa mas tenho que dizer isto: uma Doula teria sido tudo o que te fez falta, não só no parto, mas também na gravidez atribulada (e minada pelos medos e pressões no sentido da interrupção) e no dificílimo pós-parto (que te custou essa tua valente depressão).

Desculpem-me o testamento, desculpem-me não ter respondido à questão da importância da doula no meu parto (mas os dois partos que tive foram cesarianas desnecessárias que tiveram o dom de me acordar para a realidade da fisiologia do parto e do desrespeito que a esmagadora maioria dos profissionais de saúde deste país por ela têm), e desculpe-me a minha queridíssima amiga se expus aspectos da sua intimidade que quer manter privados.

Mas... alguém me ajuda a abrir-lhe os olhos (e as ideias)?
É que ela quer muito voltar a engravidar brevemente.
O próximo filho é (agora que a sua menina já pode levar uma vida normal, com todos os problemas corrigidos) o seu maior sonho.
E eu queria tanto que ela pudesse viver uma experiência verdadeiramente «empoderadora»!

Beijinhos

moya disse...

Olá Insónia,
tal como a tua amiga, a maior parte das pessoas está formatada para o nascimento hospitalar e medicalizado. Tal é retratado assim nos média e é fomentado pela técnica do medo através da maior parte dos profissionais de saúde...
Eu também descobri que estava grávida num cenário de saúde pré-dantesco e também cheguei a ponderar interromper a gravidez. A minha sogra trabalha num hospital e a minha cunhada tinha acabado de ter uma cesariana devido a "complicações" no parto... por isso nem falámos a ninguém do parto em casa (com parteira e doula) até depois da bb nascer... A doula foi realmente muito importante durante toda a gravidez porque falámos imenso, todas as dúvidas que eu lhe punha tinham resposta e ela mandava-me imensos artigos para ler sobre as minhas questões: informação é poder. Até o meu Ob me disse que ficava mais descansado em eu ter uma doula porque assim poderia fazer mais perguntas à doula e guardar as importantes só para ele... Senti-me sempre muito mais descansada, já para nem falar do parto (que já descrevi no comentário anterior)...
Eu tenho uma lordose e nem dores de costas tive durante a gravidez, mas durante o parto ajudou muito poder ter liberdade de movimentos...