Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

As grávidas devem de tomar ferro?

A toma de ferro é um erro comum na gravidez, especialmente porque se olham os valores como sendo normais num estado que é excepcional (o da gravidez), além disso o ferro inibe a absorção de zinco, um nutriente essencial para o crescimento fetal e está ainda relacionado com o aumento de radicais livres que podem conduzir a uma pre-eclampsia.

Na gravidez não se fala de anemia mas sim de hemodiluição ou diluição do sangue, a hemoglobina está lá mas há mais sangue a circular, cerca de um litro e meio que se perderá no parto e por isso os valores devem baixar.

Quando os valores não baixam para além de 10 há o risco de baixo peso à nascença (em bebés de termo) ou parto prematuro.

na página 193 do livro "A cesariana" do Michel Odent ele diz:

"Um estudo britânico envolvendo mais de 150 000 gravidezes mostrou que o peso médio mais elevado á nascença correspondia ao grupo de mulheres que tinham uma taxa de hemoglobina entre 8,5 e 9,5. É quando a taxa de hemoglobina não consegue vir para baixo de 10,5 que aumentam os riscos de nascimentos de bebés com pouco peso, de partos prematuros e de pre-eclampsias."



A mãe pode comer um raminho de salsa todos os dias se acha que não consome ferro suficiente em todos os outros alimentos.

Estudos:

Relation between maternal haemoglobin concentration and birth weight in different ethnic groups.
Steer P, Alam MA, Wadsworth J, Welch A.
Academic Department of Obstetrics and Gynaecology, Charing Cross and Westminster Medical School, Chelsea and Westminster Hospital, London.

OBJECTIVE--To assess the relation of the lowest haemoglobin concentration in pregnancy with birth weight and the rates of low birth weight and preterm delivery in different ethnic groups. DESIGN--Retrospective analysis of 153,602 pregnancies with ethnic group and birth weight recorded on a regional pregnancy database during 1988-91. The haemoglobin measurement used was the lowest recorded during pregnancy. SETTING--North West Thames region. SUBJECTS--115,262 white women, 22,206 Indo-Pakistanis, 4570 Afro-Caribbeans, 2642 mediterraneans, 3905 black Africans, 2351 orientals, and 2666 others. MAIN OUTCOME MEASURES--Birth weight and rates of low birth weight (< 2500 g) and preterm delivery (< 37 completed weeks). RESULTS--Maximum mean birth weight in white women was achieved with a lowest haemoglobin concentration in pregnancy of 85-95 g/l; the lowest incidence of low birth weight and preterm labour occurred with a lowest haemoglobin of 95-105 g/l. A similar pattern occurred in all ethnic groups. CONCLUSIONS--The magnitude of the fall in haemoglobin concentration in pregnancy is related to birth weight; failure of the haemoglobin concentration to fall below 105 g/l indicates an increased risk of low birth weight and preterm delivery. This phenomenon is seen in all ethnic groups. Some ethnic groups have higher rates of low birth weight and preterm delivery than white women, and they also have higher rates of low haemoglobin concentrations. This increased rate of "anaemia," however, does not account for their higher rates of low birth weight, which occurs at all haemoglobin concentrations.
PMID: 7888886 [PubMed - indexed for MEDLINE]



"Effects of routine oral iron supplementation with or without folic
acid for women during pregnancy" Rev 2006
http://www.cochrane.org/reviews/en/ab004736.html


Resultado:
"There is not enough evidence to determine with confidence if routine
daily or intermittent iron or iron-folic acid supplementation in
pregnancy improves functional and health outcomes for women and
babies"

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