Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

sábado, 4 de outubro de 2008

Osteopatia Pediatrica




por Nelson Alegre - Osteopata

O trauma do nascimento vivido pelo recém-nascido é um assunto pouco falado, e ao qual não damos a devida importância.

A mudança extrema de ambiente (o passar do útero quente, escuro e confortável para um ambiente frio, ofuscante e cheio de gente), a nova sensação do toque humano e de ser manipulado por várias pessoas (que muitas vezes não são delicadas como exige um recém nascido), o grande aumento de partos induzidos, o uso de instrumentos (como forceps e ventosas) e as cesarianas, são exemplos de situações traumáticas para um recém-nascido.
Estas experiências ficam guardadas nos seus tecidos durante anos e podem gerar problemas mais tarde, podendo converter-se em síndromes e sintomas emocionais e/ou físicos.

A Osteopatia Pediátrica pode ajudar a prevenir e/ou a tratar estes problemas.

Estabelecida no início do século pelo Dr. William Sutherland, a TCS ( terapia crâniosacral ) é uma técnica feita com as mãos que avalia e melhora a função do sistema crâniosacral, estendendo-se desde os ossos do crânio, face, e boca descendo até ao sacro.
Sutherland explorou o conceito de que os ossos do crânio foram estruturados para o movimento e a partir daí desenvolveu a osteopatia craniana.
Em meados de 1970, o médico osteopata John Upledger partiu para a confirmação científica da existência do sistema crâniosacral, o que eventualmente levou ao desenvolvimento da terapia.

Os terapeutas usam um toque leve para ajudar no fluxo natural de fluido cérebro-espinhal dentro do sistema. A força necessária é muito pequena - semelhante à força usada para levantar uma moeda com um dedo (5 gramas) - para testar se há restrições nas várias partes do sistema crâniosacral, facilitando a autocorreção do corpo.
As técnicas de TCS utilizadas em pediatria não são as mesmas utilizadas com adultos. Principalmente o toque é diferente visto os ossos do crânio do bebé e da criança, estarem em desenvolvimento e formação.
Além disso, as crianças não dão os mesmos “feedbacks” que os adultos, logo, os terapeutas pediátricos, precisam tomar mais decisões durante o tratamento ( as crianças emitem mensagens mais subtis e mexem-se muito mais que os adultos )

A TCS pediátrica pode ser utilizada para tratar vários problemas, como:
· Problemas de sono
· “ Bebés chorões”
· Deficiências de aprendizagem
· Dificuldade de concentração
· Hiperatividade
· Atraso geral de desenvolvimento
· Autismo
· Etc.

Contudo todos os bebés e crianças deveriam fazer uma avaliação do equilíbrio do seu sistema crâniosacral ( principalmente as que tiveram um parto instrumentalizado ou uma cesariana )

Bibliografia:

The Nation’s Contemporary Magazine for Physical and Occupational Therapy - Vol. 5, No. 40 - Outubro de 1997.

“The brain is born” , Dr.John Upledge


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