A obstipação é um problema para muitas mulheres durante
a gravidez, particularmente no último trimestre.
Estudos de observação constataram que a modificação da
dieta, o consumo de líquidos e o exercício trazem alívio para
muitas mulheres. Mais recentemente, o interesse concentrou-se
no consumo suplementar moderado de fibras para reduzir
a obstipação. Um pequeno estudo randomizado comparando
duas formas de dieta com suplemento de farelo e sem
suplemento, as gravidas com obstipação que receberam
suplementação de fibras tiveram um número de movimentos
intestinais aumentado em comparação com as mulheres não tratadas.
Todavia, muitas mulheres com obstipação podem necessitar
de laxantes se as condutas fisiológicas não proporcionarem
alívio. Os laxantes geralmente são classificados pelo seu
mecanismo de ação. Os agentes formadores de volume (derivados
de polissacarídeos e/ou celulose) e os amolecedores das
fezes com detergentes (os dioctilsulfossucinatos) são seguros
durante a gravidez, porque são inertes e não absorvidos. Alguns
laxantes, como os difenilmetanos (por ex., bisacodil e
fenolftaleína), as antraquinonas (aloe, cáscara e sene) e o óleo
de rícino, exercem sua ação irritante sobre o intestino. Os efeitos
colaterais maternos mais comuns incluem cólica ou dor
súbita, aumento da secreção de muco e catarse excessiva com
conseqüente perda de líquido. O uso crônico de laxantes irritantes
pode resultar em perda da função intestinal normal e
dependência de laxantes. Esses laxantes irritantes são todos
absorvidos sistemicamente. A maioria deles
provavelmente atravessa a placenta, mas há poucas informações
sobre possíveis efeitos sobre o feto.
Os catárticos salinos (sais de magnésio, sódio e potássio) e
lubrificantes (como óleos minerais) não devem ser usados
durante a gravidez; os primeiros devido ao risco de induzir
distúrbios eletrolíticos e os outros porque interferem com a
absorção de vitaminas lipossolúveis.
O conselho inicial para mulheres com constipação deve ser
usar medidas fisiológicas e aumentar o consumo de fibras. Os
agentes formadores de volume e os amolecedores das fezes são
seguros para uso prolongado durante a gravidez e a lactação.
Se essas preparações não aliviarem os sintomas, deve-se usar
laxantes irritantes como o sene ou o bisacodil padronizados
por curto período. Não devem ser usados catárticos salinos e
óleos lubrificantes.
Adaptado do "Guia para atenção efetiva na gravidez e no parto"
Sobre o blog:
“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones
Sem comentários:
Enviar um comentário