Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A menina da Lanterna

inspirado na  pedagogia Waldorf e adaptado por Luisa Barreto -




                   Era uma vez uma menina que tinha uma lanterna com uma luz muito brilhante e levava-a  pelo caminho ,cheia de alegria. Chegou o vento forte, soprando, sibilando, e a sua lanterna apagou-se.
- Oh! – exclamou a menina – quem irá acender a minha lanterna ? 
Olhou, olhou, mas não encontrou ninguém. Continuou a andar, até que passou por um coelho .

cantiga : Quem se move na folhagem ?
               Quem anda tão levezinho ?
               Quem saltita assim tão ágil ?
                Com um pêlo tão fôfinho ?

- Querido coelho – disse a menina – o vento apagou a minha lanterna, quem
poderá voltar a acendê-la ?
E o coelho respondeu :
- Eu não te posso ajudar
  tenho filhos para cuidar

E a menina seguiu o seu caminho até que encontrou um urso .

cantiga : Quem será este a grunhir?
             com  lindo fato castanho
              de  bom pêlo a reluzir
             e com tão grande tamanho?


-Querido urso – disse a menina – o vento apagou a minha lanterna, quem poderá voltar a acendê-la ?
 E o urso respondeu:
- Eu não te posso ajudar
  Eu tenho de ir descansar

E a menina continuou o seu caminho, até que passou por um veado :
cantiga : Quem espreita tão vigilante 
              de hastes erguidas no ar ?
              Quem se move tão elegante
              que até parece dançar ?

- Querido veado – disse a menina – o vento apagou a minha lanterna, quem ma poderá voltar a acender ?
E o veado respondeu :
- Eu tenho de ter cuidado
  eu não te posso ajudar
 senão, posso ser caçado
  por não estar a vigiar…

 Então a menina sentou-se tristemente numa pedra, pensando : 
- “Ninguém me ajuda…  Só se eu for ter com o Sol… Talvez ele me acenda a minha lanterna …”
E , mais animada, levantou-se e continuou a caminhada.
Mais à frente, encontrou uma casinha. Espreitou pela janela, e viu uma velhota a fiar no seu fuso. Bateu à porta e quando a velhinha abriu, ela perguntou :
- Olá, tiazinha, sabes o caminho até ao Sol ? Queres vir comigo ?
E a velhota respondeu :
- Eu tenho que trabalhar
   com o meu fuso fiar.
   Mas senta –te aqui,  ao pé de mim,um bocadinho
   espera-te um longo e difícil caminho.

E a menina sentou-se, descansou, agradeceu, e depois despediu-se e continuou o seu caminho. Andou , andou, até que chegou a outra casa, e lá dentro viu um sapateiro a trabalhar no seu ofício. Então perguntou-lhe :
- Olá, sapateiro, conheces o caminho que leva ao Sol ? Queres vir comigo ?
 E o sapateiro respondeu :
- Com tanto sapato para concertar
  eu não tenho tempo para passear.
  Mas senta-te aqui, ao pé de mim, um bocadinho
  espera-te um longo e difícil caminho.

E a menina sentou-se, descansou, agradeceu , e depois despediu-se e continuou o seu caminho. Andou e tornou a andar até que, lá ao longe, viu um monte muito alto e pensou :
- “È ali em cima que mora o Sol “
 Correu ligeirinha na sua direcção. Passou por um menino a jogar à bola e convidou-o :
- “Vem comigo até ao Sol”
Mas o menino preferiu continuar a jogar e a saltar pelo prado.
A menina seguiu sózinha o seu caminho, subindo, subindo, pela encosta da montanha, até que chegou mesmo lá acima. Mas nem  mesmo lá acima ela viu o Sol. Então sentou-se no chão à espera e estava tão cansada que os olhos se fechavam, e ela acabou por adormecer…
 Ora, já há algum tempo que o Sol observava a menina e, quando chegou o entardecer, inclinou-se para ela e acendeu de novo a lanterna. Foi então que a menina acordou e exclamou :
- Oh! A minha lanterna voltou a brilhar !
 Levantou-se e pôs-se alegremente a caminho.
 Voltou a encontrar o menino que se queixou :
- Perdi a minha bola. Não consigo encontrá-la.
E a menina disse-lhe :
- Vamos procurá-la com a minha lanterna.
Depressa encontraram a bola e o menino ficou a jogar e a cantar.
Ela continuou o seu caminho, até que chegou à casa do sapateiro que estava sentado a um canto :
- Apagou-se o lume – contou ele – as minhas mãos ficaram paralisadas com o frio e já não consigo trabalhar.
- Eu acendo-te o lume com a chama da minha lanterna- disse a menina.
O sapateiro agradeceu, aqueceu as mãos e recomeçou a trabalhar, a martelar e a concertar os sapatos. 
A menina continuou a andar e encontrou a casa da velhinha. Estava escuro lá dentro.
 - A luz apagou-se – contou a velhinha – Já há algum tempo que não posso fiar.
 - Ah, eu acendo-ta – respondeu a menina.
A velhinha agradeceu e recomeçou a fiar.
A menina continuou a caminhar até ao bosque onde todos os animais acordaram com o esplendor da sua lanterna. O veado espreitou e viu a luz, o urso grunhiu enroscado na sua toca. O coelho aproximou-se e exclamou :
- Que luz tão grande que há aqui !

 E a menina dirigiu-se alegremente para casa, cantando :

cantiga : Eu vou com a minha lanterna
              ela vai sempre comigo
              com sua luz quente e terna
              o meu caminho sigo

            Estrela cintila no céu
            lanterna brilha na terra
            que quentinha fico eu
            com o calor que ela encerra

           Ilumina o meu caminho
           quando à volta há escuridão
           Ninguém ninguém está sózinho
           temos luz no coração  
            
            
  
               
              

  
   

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