Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

domingo, 16 de dezembro de 2012

O Anjo Branco


Foto: Sobre Reis e Pastores 

As imagens de reis e pastores perfazem a consciência da humanidade há séculos. Não são apenas personagens da história ou de lendas infantis, são também arquétipos que revelam aspectos profundos da nossa alma. Vemos que há entre estes dois personagens uma polaridade; espero com este pequeno texto trazer uma imagem viva sobre a natureza destes arquétipos humanos.
Quem é um rei? Alguém que carrega em sua cabeça uma coroa. Esta coroa não é só símbolo material de poder, mas nos lembra a todos que o rei deve ser capaz de decidir, por seu juízo próprio os rumos a seguir. De suas decisões não depende apenas sua vida, ele tem o compromisso com seu povo, ele deve assegurar os direitos e o poder de seu reino. Deve receber para tal, instrução digna de um rei, deve ser capaz de compreender os fundamentos da cultura de seu povo, além da época em que vive. Deve ser instruído acerca das virtudes e fraquezas dos homens e das mulheres. Um rei deve conhecer profundamente o mundo, por tudo o que já se passou. Deve ser instruído e ter uma linhagem que lhe assegure a sabedoria, para que guarde e perpetue o passado, de modo que ele se faça vivo e novo no presente.
Um rei mago. A sabedoria de um rei é um ideal, uma realidade desejada no reino do espírito. Um rei mago, um rei que sabe ler as estrelas. O que vive nesta imagem? Os reis magos saem do Oriente (berço da sabedoria cósmica humana) e vão à procura de um menino que nasceu, conforme previsto nas profecias e revelado à sua própria visão espiritual. Têm que caminhar à noite (estão despertos), em meio a perigos. Não nos aproximamos de um rei se não tivermos viva a consciência de que este vive em meio às mais severas responsabilidades e que em solidão completa deve ser capaz de decidir. Por mais que esteja cercado de súditos e conselheiros, a responsabilidade será sempre sua. Será julgado pela sua sabedoria ou falta dela. Deve ponderar bem, tem que saber que todos os seus atos têm conseqüências, grandiosas muitas vezes, e não importa a boa intenção. Um rei tem que saber que mesmo o bem pode servir ao mal, e o mal pode servir ao bem, dependendo das pessoas e situação a que estão ligados. Quem já passou por experiências de comando e direção, tem uma pequena dimensão do que é ser um rei.
Estamos falando de reis que partem em viagem, guiados por uma estrela, para presentear uma criança recém‑nascida: o rei dos reis, em Belém. Reis magos do Oriente, representantes da mais elevada sabedoria cósmica e humana, que se curvam diante de uma criança, aos pés de uma manjedoura. Seus presentes: ouro, mirra e incenso, três presentes, para receber uma alma santa.
Mas os pastores também vislumbraram a descida do Messias à terra. Um pastor não tem nada além do seu rebanho. Vive próximo dos animais, no grande reino do Pai, a natureza. Sabe onde beber água e encontrar comida para si e para seu rebanho. Tem que vagar à procura de bom pasto, sem jamais se descuidar das ovelhinhas.
Por isso, à noite, enquanto todos dormem, tem de manter vigília. As ovelhas não dormem a noite toda, e a maioria dos animais selvagens passa a noite em claro, a caçar. Um pastor conhece a natureza em seus mínimos detalhes, de dia e de noite. E passa a noite debaixo do céu estrelado. Vê aquilo que os outros não vêem, pois quase nunca estão no conforto de seus lares. Os sentidos de um pastor tornam-se mais puros, também escuta o que a maioria nem sonha ouvir.
Quem já acampou dias seguidos, no meio da natureza exuberante e esteve horas a olhar o céu estrelado, vislumbra de relance o ser um pastor. Decerto um pastor não tem que receber muito estudo; sua família nem o deixaria ser pastor caso estudasse, poderia tentar outra coisa. Mas é claro que um pastor aprende muitas coisas. Dos mais velhos! Inúmeros detalhes da prática que aperfeiçoam esta rude profissão e ajudam a enfrentar a carga da vida. Mas aprendem mais é observando, se colocando do lado dos outros, dedicando-se. Não existe escola que forme pastores. Estes vivem entregues à vida, granjeando o presente, a cada dia e cada noite.
Por não terem estudo, pastores também não medem as palavras. Falam aquilo que passa em seu coração. Ora brigam, ora brincam, e estão sempre dispostos a uma boa estória. Têm tempo, quando não estão com fome ou sono. No fundo, não têm grandes responsabilidades, além daquelas para consigo e seus entes mais próximos. Pastores vivem no colo da mãe terra, recebem o mínimo que precisam e têm coração puro como o de crianças. Por isso perceberam a estrela e souberam encontrar o caminho que os levava ao divino menininho. Também levaram seus presentes.
Reis e pastores chegaram à casa da divina criancinha, essa talvez seja uma das mais singelas imagens do natal. Também nós somos ora reis ora pastores, também vemos no mundo pessoas que personificam a imagem de reis e de pastores. Para todos nós chegou o tempo de Natal, lembremos o que foi dito pelos anjos aos pastores:
“Glória ao Pai lá nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade!”Que todos encontrem em si o manancial para manter aceso o ânimo e a pureza do coração e a força e coragem para seguirem seus ideais. E com este espírito para prepararem seus lares para as crianças.

http://www.escolaveredas.com.br/?page_id=102


Terceiro domingo de advento
O ANJO BRANCO

No terceiro domingo, um anjo completamente branco e luminoso desce à Terra. Tem na sua mão direita um raio de sol que possui um poder maravilhoso.

Vai a todos os humanos em cujos corações o anjo vermelho encontrou amor verdadeiro e toca-os com seu raio de luz. Então, essa luz penetra nos corações desses humanos, iluminando-os e aquecendo-os internamente.
 Mas nem todos conseguem ver este anjo branco, só vêem os anjos aqueles cujos olhos foram iluminados pela sua luz.


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