Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Mães e filhas, precisam curar as suas feridas!



"As mães querem ser reconhecidas;

as filhas querem amor;

as mães carregam as feridas da invisibilidade, e a raiva de “não existirem” para além do serviço prestado, da dependência opressora, e da dor da filha que um dia também foram.

As filhas têm medo da mãe, seja esta a grande nutridora seja a grande devoradora, medo de sair de casa e cortar o cordão; medo de desafiar, medo de se desmembrarem ao partir.

As mães querem “ser incluídas na agenda das filhas” e com elas “fazer sopa”, literal e simbolicamente, a sopa que nutre a alma.

As filhas não querem “ser iguais às mães” até que percebem que as dores são as mesmas, pois o sofrimento não tem compartimentos de 1ª ou 2ª classe.
As filhas querem “ser sofisticadas” e ultrapassar o medo e a revolta da sua criança; as mães sentem que “dão tudo” e ficam vazias, como uma casa desabitada.

As mães querem “ser fortes” porque ninguém poderia aguentar com as suas dores, mas na sua vitimização estão sempre a mendigar amor.

As filhas querem ser reconhecidas pela sua individualidade e ter muito sucesso, para depois, secretamente, o “carpirem” em vazio e desnutrição de alma, porque desconectadas com o feminino.

Mães e filhas, precisam curar as suas feridas, enraizadas na cisão do feminino, e desbloquear o fluxo do amor."
Via Vera Faria Leal

1 comentário:

Carla Morais disse...

Li duplamente - como filha e como quase mãe de uma menina. Muito rico, este texto. Grata, Catarina!