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“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Energias do ovário e do útero




"Embora haja diferenças distintas entre a energia dos ovários e a do útero, muitas mulheres têm problemas com ambas, simultaneamente. Por exemplo, muitas mulheres cujos ovários são afectados por endometriose também apresentam fibromiomas no útero. Portanto, é de toda a utilidade discutir, na sua generalidade, a natureza global dos padrões de energia emocionais e psicológicos, tendentes a gerar saúde e doenças nos órgãos pélvicos.

Os órgãos pélvicos internos (ovários, trompas e útero) estão relacionados com aspectos do segundo chakra. A sua energia depende de um instinto feminino capaz, competente ou potente para gerar abundância e estabilidade emocional e financeira, e para expressar a criatividade na sua plenitude. A mulher deve ser capaz de se sentir bem consigo mesma e com as suas relações com os outros no decorrer da sua vida. Por outro lado, as relações que ela acha cansativas e limitadoras podem afectar adversamente os seus órgãos pélvicos internos. Assim, se uma mulher permanece numa relação não saudável porque pensa não poder bastar-se a si mesma, económica e emocionalmente, os seus órgãos internos podem correr um sério risco de contraírem doença.


A doença só surge quando uma mulher se sente frustrada nas suas tentativas de efectuar mudanças que ela precisa fazer na sua vida. A probabilidade e gravidade da doença dependem do quão eficientemente funcionam as diversas áreas da sua vida. Um casamento e uma vida familiar que a apoiem, por exemplo, podem compensar parcialmente um trabalho cansativo. Um padrão psicológico clássico associado a problemas físicos na pelve é o de uma mulher que quer libertar-se de comportamentos limitativos nas suas relações (com o marido ou no trabalho, por exemplo) mas não consegue confrontar-se com os seus medos relativamente à independência que essas alterações lhe trariam. Embora ela possa aperceber-se de que outros estão a limitar a sua capacidade de se libertar, na realidade, o seu maior conflito desencadeia-se dentro de si mesma em torno dos seus próprios medos.

Um outro aspecto que afecta os órgãos pélvicos é a competição entre as várias necessidades. Quando as suas necessidades mais íntimas de companheirismo e apoio emocional entram em competição com as suas outras necessidades exteriores, autonomia e aprovação familiar, esta situação pode interferir com os órgãos pélvicos, os ovários e o útero. A nossa cultura ensina-nos que não podemos estar ao mesmo tempo emocionalmente preenchidas e ser bem sucedidas financeiramente e que as nossas necessidades relativamente a ambos os aspectos são mutuamente exclusivas; que, como mulheres, não podemos ter tudo. As mulheres não são geralmente ensinadas a ser competentes nas áreas financeira e económica porque o sistema patriarcal assenta na própria dependência feminina. Uma vez que ter dinheiro e estatuto nos protege e nos faz sentir seguras, foi-nos ensinado que, para adquirir segurança temos que casar, e aos homens que devem providenciar para que não falte dinheiro nem estatuto às suas esposas. O sucesso, no sistema aditivo, permite-nos controlar os outros. Estas crenças e o comportamento determinante que geram são a base para o aparecimento dos problemas pélvicos.

O útero está energeticamente relacionado com o mais íntimo sentido de independência de uma mulher e com o seu mundo interior. Simboliza os seus sonhos e as personagens que gostaria de gerar. O seu estado de saúde reflecte a sua realidade emocional e a sua crença em si mesma ao nível mais profundo. A saúde do útero está em risco se uma mulher não acreditar em si mesma, ou se for excessivamente autocrítica.

A energia uterina é mais lenta que a energia ovárica. O tempo de gestação biológica do feto é de nove meses lunares, enquanto que o tempo de gestação de um ovo é de apenas um mês lunar. Pensa-se no útero como sendo a terra, quer simbolicamente, quer biologicamente, na qual as sementes produtivas dos ovários crescem a seu tempo.

A energia ovárica é mais dinâmica e de alteração mais rápida que a do útero. Nos anos reprodutivos, os ovários saudáveis libertam mensalmente novas sementes de uma forma dinâmica. Quando esta energia ovárica dinâmica precisa da nossa atenção, os ovários são capazes de mudar muito rapidamente. Um quisto ovárico pode desenvolver-se numa questão de dias, sob determinadas circunstâncias.

A saúde ovárica está directamente relacionada com as relações da mulher com as pessoas e coisas exteriores a si mesma. Os ovários estão em risco quando as mulheres se sentem controladas ou criticadas pelos outros, ou quando elas, por seu turno, criticam e controlam os outros. "

Fonte:
"Corpo de Mulher, Sabedoria de Mulher" de Christiane Northrup

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