Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O efeito espelho

O EFEITO ESPELHO

A vida propõe-nos permanentemente meios de informação e de reflexão sobre aquilo que acontece connosco. Essas mensagens são nos enviadas a cada instante pelo nosso meio ambiente e dão nos constantemente informações justas e profundas.
Esse nível de mensagem enviada pela vida, pode ajudar-nos a compreender quem somos e o que temos para viver, e chama-se: “efeito espelho”.
Observando o que acontece a nossa volta e o que são os outros, temos um campo inesgotável de compreensão de nós mesmos.
Carl Jung dizia: «Percebemos nos outros as mil facetas de nós mesmos.»

O que é então este efeito espelho?
É um dos conceitos mais difíceis de se aceitar.
Significa que tudo aquilo que vemos nos outros, é um reflexo de nós mesmos.
Quando este algo nos agrada em alguém, geralmente é uma parte de nós mesmos na qual não ousamos acreditar ou expressar. Até agora, este conceito é aceitável.
Vamos mais longe...
Quando este algo, nos é insuportável no outro, significa que é também uma polaridade que nos pertence mas que não suportamos. Recusamos vê-la, aceitá-la para nós, e não podemos tolerá-la no outro porque reflecte o nosso interior.
Nesta altura, então o conceito torna-se mais difícil de admitir.
Reflictamos sinceramente sobre o assunto.
Qual é a única parte do nosso corpo que nunca podemos ver com os nossos próprios olhos mesmo se formos o maior contorcionista do mundo?
É o nosso rosto!
O que representa esse rosto, e para que serve?
Representa a nossa identidade e a única maneira de vê-lo é olhando-nos ao espelho.
Nele vemos a imagem que nos é devolvida. Na vida, o nosso espelho é o outro.
O que nos outros vemos são as imagens que nos são devolvidas, são os reflexos fiéis de nós próprios, e do que acontece connosco.
Isto torna-se ainda mais forte quando associamos ao facto de que escolhemos as pessoas que encontramos.
Grande desilusão!
Quando por exemplo, encontramos regularmente pessoas injustas, isto obriga-nos, então a reflectir sobre a nossa própria injustiça em relação aos outros. Reflectir sobre a nossa própria cobiça se encontramos regularmente pessoas que cobicem, ou sobre a nossa própria infidelidade se somos traídos.
É claro que é difícil observarmo-nos realmente com sinceridade, e aceitarmo-nos sem nos auto-julgarmos.
É por isso que no outro descobrimos um tesouro de informações.

O segundo componente deste efeito espelho é que o nosso consciente, o nosso não-consciente e o nosso Guia ou Mestre Interior, levam-nos a conhecer as pessoas ou situações adequadas. Este princípio funciona tanto no sentido negativo como no sentido positivo.
É isto que faz com que, quando realmente queremos algo, encontramos “ao acaso”, as pessoas, os livros, os programas de rádio e de televisão que vão nos ajudar.
É este princípio que Carl Jung chamava de fenómeno da “sincronicidade”, que nos faz encontrar as pessoas que nos convém, quando temos algo para compreender ou para mudar na nossa atitude perante a vida. É difícil de aceitar, mas a única pergunta a fazer é:
«O que é que tenho para compreender nesta situação?, ou então,
«O que este encontro me quer ensinar?»
Se formos sinceros a resposta vem rapidamente.
Aliás, os lamas e o budistas tibetanos dizem que na vida “Os nossos piores inimigos (os que nos fazem mais sofrer) são os nossos melhores mestres (os que mexem mais connosco e nos fazem avançar)”.
Mas infelizmente, somos surdos demais a essas mensagens, que aparecem para nos avisar sobre aquilo que acontece e que temos que mudar nas nossas vidas.
Somos obrigados a ir mais longe, e enfrentar os traumatismos ou até as doenças. Eles também nos falam, mas temos que aprender a descodificar esta linguagem.

Traduzido do livro “Dis-moi où tu as mal, je te dirai pourquoi”-Michel Odoul.
Edition Dervy, Chemin de l´harmonie.

1 comentário:

Maggie Gonçalves disse...

-Adorei esta mensagem. Boa mesmo. Obrigada.

Bjnhos*

Margarida.