Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

domingo, 23 de janeiro de 2011

O SENTIDO E AS FUNÇÕES DA DOR DE PARTO

Gostei muito de ler ESTE texto sobre a dor no trabalho de parto.
Deixo-vos a conclusão mas não deixem de ler o texto completo.


Vimos que a dor no parto é um elemento frequentemente indesejado, mas fundamental para o trabalho de parto fisiológico. Na verdade, a dor activa na mulher os seus próprios recursos, tornando-a mais forte, enquanto a prepara para o vínculo com o seu bebé. A dor é fundamental na promoção da saúde. A sua eliminação gera complicações consideráveis. Acima de tudo, a eliminação da dor inibe a mulher do seu poder reactivo, tornando-a mais fraca. Além disso, sem a dor, a mulher perde a hipótese de uma importante experiência de auto-descoberta. O conhecimento da obstetricia deveria reconsiderar estes factores e ponderar se não valeria a pena trabalhar mais intensamente sobre estes temas antes do parto, investindo mais na analgesia natural e, portanto, na figura da parteira.

Certamente que o parto fisiológico, com a dor que o acompanha, só é sustentável com o apoio e a orientação de uma parteira sábia e paciente que tenha realmente tempo para este processo.


Verena Schmid



Tradução: Sandra Oliveira para BioNascimento

Revisão: Sílvia Roque Martins para BioNascimento

1 comentário:

Elsa Filipe disse...

Olá. Fiquei muito sensibilizada ao ler o texto, porque o mesmo reflete de certa forma a ideia de se dar à mulher o protagonismo no seu próprio parto. É o momento mãe-bebé mais intenso que alguma vez ambos viverão.

O trabalho de parto e o sentido da dor é um tema vastíssimo e interessante, o qual nos levaria horas a comentar. Eu tomo a liberdade de acrescentar que é importante é Humanizar este acto e devolver à mulher um papel mais pro-activo.

Humanizar o parto é, segundo Ana Esteves:

"... é a restituição do protagonismo à mulher."
"... é a autonomia feminina na tomada de decisões. As mulheres (...) precisam de ter os seus filhos de forma mais digna e, acima de tudo, de acordo com os seus desejos, vontades e valores."
"... é entender a mulher como sendo essencialmente competente para lidar com questões do nascimento dos seus filhos."

ESTEVES, Ana, "Humanizar o parto é restituir o protagonismo à mãe", Pais e Filhos, Dezembro de 2006;