Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O bebé nasceu... e agora?

Após superarmos o parto, no qual andámos a pensar durante vários meses, deparamos-nos com um bebé nos braços, e, como costumo dizer, agora sim vem o grande desafio! Para mim o parto não é a pior parto ( como nos diz a sociedade ), para mim é mesmo a melhor parte :), já o que vem a seguir... e não digo isto para assustar, digo isto porque se fala muito pouco da necessidade do suporte físico e emocional no puerpério!

Uma mãe não deveria NUNCA ser deixada sozinha com um bebé recém nascido nos braços, como diz ( a grande ) Laura Gutman, toda a mãe puérpura merece companhia e sustento para submergir-se nas sensações oníricas da fusão emocional com o bebé.

Hoje em dia não contamos com uma comunidade de mulheres que nos sustenta, nos apoia, nos transmite a experiência e sabedoria das mulheres mais velhas, e, muitas as vezes, não sentimos as irmãs, tias, avós como referencia.

Mas que tipo de apoio precisam a recém mães?
Precisam da presença de pessoas que não colidem com os seus próprios desejos ou expectativas, com aquilo que a mãe deseja para o seu bebé! Nem de pessoas com ideias pré-concebidas sobre o que é certo ou incorrecto, pois isso irá acrescentar confusão e angústia. Acredito que basta olhar para dentro do nosso coração para encontrar uma maneira pessoal de nos relacionarmos com os nossos filhos.

A mãe não pode render-se às exigências e desintegração psicológica que envolve o cuidado de um bebé recém-nascido, a menos que tenha pessoas à sua volta, amorosas e sábias, a quem delegar tudo o que tenha a haver com "o mundo material".
Ás mães apenas compete fazer florescer a sua intuição, que a faz compreender o seu bebé, que permite sentirem o mundo como sente o seu bebé.

Encontrar as pessoas certas para sustentar mães puérperas não é fácil.
Devem de ser capazes de observar sem julgar, agindo apenas como facilitadoras do vínculo mãe/filho.

Porque acredito que não importa que as mães não façam as coisas certas, mas é importante fazerem aquilo que sentem e irem ao encontro daquele ser que acabou de nascer. Afinal quem decide o que está certo ou errado? Apenas e somente a mãe...

As mães não precisam de conselhos ou orientações práticas sobre como ser uma boa mãe, sobre como criar os seus filhos correctamente. Mas precisam de se sentirem acompanhadas, de não sentirem solidão. As dicas e julgamentos são dispensáveis.

Estar com uma mãe puérpera deve de ser um momento sagrado, cheio de respeito silêncio e amor.

A doula também presta serviços no pós-parto, nomeadamente no que respeita aos cuidados a ter com o recém-nascido, ajuda na amamentação, adaptação da família a um novo elemento.

O trabalho da doula de pós-parto é estar junto com da família durante esses primeiros dias, esclarecendo dúvidas, acompanhando os primeiros cuidados com o bebé, ajudando a mãe com a recuperação do parto e com o sucesso da amamentação.

Vários estudos científicos demonstraram que os pais que se sentem apoiados:

* Sentem-se mais seguros

* Adaptam-se mais facilmente à nova situação familiar

* Têm maior sucesso na amamentação

* Têm mais auto-confiança

* Têm menos Depressão Pós-Parto


As Doulas acompanham os casais durante a gravidez e o parto, mas também depois do nascimento dos bebés. Podes falar com uma Doula:

* No hospital, depois do nascimento do teu filho

* Ao regressar a casa, depois do parto

* Após teres o teu bebé em casa e te sentes desamparada

* Se o teu companheiro volta ao trabalho e ficas em casa sozinha

* Se te sentes cheia de medos

* Se o teu bebé chora muito e não consegues acalmá-lo

* Se não sentes prazer em dar de mamar

* Se estas triste ou com vontade de chorar

* Se te sentes desconectada, irritada com o bebé

* Se o dia é muito longo quando estas sozinha

* Se não sabes a quem fazer as tuas perguntas

* Se estas angustiada e não tens ninguém realmente disposto a ouvir-me

* Se não consegues brincar com os teus filhos mais velhos

* Se te sentes culpada por algo

* Se estas exausta

* Se te diagnosticaram uma depressão pós-parto

Considerando que o Puerpério é uma etapa que se pode prolongar até aos dois anos de idade do bebé, a frequência e a duração dos encontros dependem das necessidades de cada mãe / família.

O que faz uma Doula no acompanhamento pós-parto?

Os serviços variam de acordo com as necessidades da mãe e da família. A Doula faz o que for necessário para que mãe possa cuidar e apreciar o seu novo bebé, prestando apoio emocional e físico. Apoia a mãe e os restantes membros da família a transitarem calmamente para a sua nova situação familiar.

Pode ajudar na amamentação, na pequena lida doméstica, no cuidar de outros filhos do casal, etc. A doula encoraja a mãe a cuidar de si mesma e do seu bebé, para que ambos passem mais e melhor tempo juntos. Pode também partilhar informação sobre puericultura e ajudar o parceiro a apoiar a mãe. O nosso objectivo é o de "empoderar" a mãe, lembrando-lhe da sua capacidade inata para cuidar, amamentar e amar o seu filho.

O serviço base de doula pós-parto inclui:

* Encontros regulares

* Apoio na amamentação

* Apoio informativo nos cuidados com o bebé

* Apoio na pequena lida doméstica

* Apoio com outros filhos do casal

* Apoio telefónico e via email



Mais informações: euquero@parirempaz.com

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