Como diz Caroline Myss, a mulher ilustra literalmente o padrão continuo de vida de como a energia se torna matéria através da gravidez, parto e nascimento.
Eu sinto-me renascida!
Sempre que uma mulher está no auge da sua força, do seu poder, promove, anima e "empodera" todos e tudo à sua volta.
Sempre que uma mulher está mais saudável e feliz, cura a terra!
O corpo da mulher é um reflexo da terra! Tudo o que façamos para cuidar de nós próprias, para sentir prazer, para sermos felizes a nível orgásmico, cura todo o planeta.
E eu decidi cuidar de mim mesma!
Comecei por fazer uma limpeza profunda à minha cozinha ( e estou a imaginar a Sofia a sorrir quando ler esta parte ) e sinto uma necessidade imensa de me alimentar de uma maneira mais saudável, de cuidar mais do meu corpo, de me mimar mais, não só a nível físico, mas também a nível espiritual.
Decidi dizer a mim própria o quanto me amo, decidi AMAR-ME!
Não foi fácil chegar até aqui... fui bem fundo, a um lugar chamado "as dores de todas as mulheres", de todas as mulheres que nunca tiveram ninguém com elas durante o trabalho de parto, que foram deixadas sozinhas numa fria cama de hospital, de todas as mulheres que viram morrer um filho, de todas as mulheres que foram violadas durante o parto... e descobri de onde tinha vindo o meu trabalho, e descobri o meu propósito de vida... transformar todo aquele sofrimento em alegria! PORQUE PARIR É UM PRAZER, ao contrario do que nos é dito!
Mas andava muito preocupada com a melhor maneira em ser uma boa Doula, qual seria a melhor maneira de fazer aquilo que tanto amo?
Descobri que o dar interminável se traduz em esgotar-se a dar, e que quem corre por gosto também se cansa :)
Por isso, estou a aprender a ser Mulher em primeiro lugar e Doula em segundo ( acreditem que é difícil ) . Estou a aprender que a minha realização enquanto Doula não pode ser atingida por me esgotar a dar-me, mas dando-me a mim própria e partilhando com os outros.
Estou a aprender a sentir apenas as minhas próprias emoções, sem roubar ás mulheres/casais que acompanho a sua dignidade individual por sentir também as suas emoções.
Estou a aprender que as mulheres/casais que acompanho possuem o seu próprio conjunto de emoções e caracteristicas que são só suas, e muito diferentes das minhas ;) e eu não tenho de sofrer com as emoções e escolhas dos outros.
Como me disse uma vez ( já foi à 3 anos, mas nunca me vou esquecer das suas sábias palavras ) a minha querida amiga e fantástica Doula Luisa " tu não podes decidir por elas, nem te podes responsabilizar pelas suas escolhas"
Como é bom ser Doula!
Agradeço a todas as mulheres que me iluminam o caminho, grata por fazerem parte da minha vida! O que eu tenho aprendido com vocês... Grata... eternamente Grata!
Um abraço especial à Ana por todo o seu carinho, amizade, mas principalmente porque renasci com ela!
Sobre o blog:
“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones
6 comentários:
que bom :)
"como é bom ser Doula" e, não é verdade que é tão bom ser Mulher?!?! :)
agradecida, inspiradora Cat.
Que texto maravilhoso!
Abraço apertado
Como entendo a tua reflexão...não o quanto é ser Doula, porque sou uma principiante no meu acompanhamento de mulheres grávidas e sinto que gostava de fazer muito mais. Mas na dificuldade que tenho em me sentir bem, em não me sentir absorvida, "sugada" pelo quanto gosto de ser mãe. Pedir-me para afastar do JP é arrancar um pouco do meu coração. Dói, ninguém vê mas dói. Fui-me abandonando individualmente e sinto que me tento agarrar pelo que faço pelos meus alunos, pelas mulheres grávidas que querem a minha presença nesta fase das suas vidas.
FORÇA para a mais que tudo Cat
;o)
Beijinhos,
Pat
Isto de ser mulher em primeiro lugar é mesmo poderoso, e aplica se em tudo, mulher/mãe, mulher/companheira, mulher/profissão.... Ando a pensar muito sobre isto ultimamente... Obrigada pela tua partilha.
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