Trata-se de uma carta inspirada por um dos comentários ao artigo "I formula fed - so what?" da revista inglesa Mother and Baby.
O texto chama-se "I won't ask you why you didn't breastfeed": http://networkedblogs.com/5o2je
O texto chama-se "I won't ask you why you didn't breastfeed": http://networkedblo
As vezes pergunto-me:
Será que aquilo que escrevo no blog pode magoar alguém?
4 comentários:
Concordo com a Annie. A minha maneira de estar também é essa. Posso estar a roer-me por dentro mas obviamente que compreendo que, por vezes, há sempre uma "razão por detrás da razão" e calo-me para ouvir "aquilo que não é dito". Tento então dar algumas sugestões e partilhar alguma informação fundamentada. Agora também opto pela prevenção: partilhar o máximo de informação sobre a amamentação a pré-mamãs, assim como expressar o meu apoio e contactos de CAM's... Infelizmente, embora as apoiantes da amamentação tenham geralmente esta atitude - mesmo as mais acérrimas defensoras que conheço nunca chamaram nomes a alguém que não amamentou (mais)- tenho pena que os "opositores" da amamentação (ou apoiantes do aleitamento artificial) funcionem geralmente da maneira EXACTAMENTE oposta: que é OFENDEREM e HUMILHAREM as mães que ainda amamentam além de lhes darem informações ERRADAS, baseadas em mitos ou crendices... Mas devagar, se vai longe. E tenho esperança que quanto mais mães se aperceberem de outras mães que amamentam, que tiveram problemas mas que com ajuda os conseguiram resolver, mais a amamentação vai ser de sucesso. Por isso faço questão de dar de mamar à minha filha quando ela pede, seja em privado ou não. Geralmente não sou eu que vou ter com alguém a perguntar porque está a dar biberon, mas vêm é ter comigo a perguntar porque ainda amamento... E esta? :*
Olá Cat,
gostei muito de ler o artigo da Annie, mas antes de escrever algumas palavras sobre ele, queria responder à pergunta com a qual termina este seu artigo no blogue "se o que escreve pode magoar ou não alguém". Esta é uma pergunta delicada, porque não depende só de si, depende muito de quem lê, do que a pessoa sente nesse momento, no que ela acredita, o modo como ela vê e vive a sua vida, os valores que têm, etc,etc, são mesmo muitos factores todos correlacionados entre si e a interagirem simultaneamente. O que nós escrevemos não agrada a todos, todas nós sabemos disso, mas o importante, tal como a Anne escreve é não julgar, não fazer juízos de valor e divulgar, unica e simplesmente divulgar, partilhar informação e conhecimento. Porque a falta de informação traz, na maior parte das vezes, sofrimento e conduz ao erro e nem todas as pessoas estão aptas a lidar com o erro, é preciso muito crescimento interior e um dos valores fundamentais da nossa existência: a humildade, para se reconhecer que se errou, que não acreditámos em nós mesmos e por isso trouxemos para a nossa vida o sofrimento, e isto geralmente agravado com as criticas e julgamentos exteriores a nós, algo típico da nossa sociedade quando não seguimos os padrões pré-estabelecidos. Se reconhecermos em nós, ou dentro de nós, que havia outro caminho, esse erro terá nos ajudado a dar um passo muito importante na nossa evolução individual, da próxima vez ouviremos melhor o nosso interior e tudo será diferente.E é preciso não esquecer é exactamente este crescimento interior que dita aquilo que estamos ou não aptos a "digerir".
A maternidade e todos os assuntos ligados à maternidade é um pouco assim, afastámo-nos tanto do nossos poderes instintivos, e este afastamento tem tido consequência tão profundas a todos os níveis, que é preciso muita energia, força de vontade, muito tacto e sensibilidade para nos movimentarmos num mundo altamente industrializado, indústria essa que já chegou à maternidade, e criou raízes muito fortes dentro dela. Às vezes dou comigo a pensar que somos o mamífero mais evoluído, mas o mais problemático: não me recordo de ler ou ouvir em lado nenhum que as fêmeas das outras espécies de mamíferos tivessem problemas de aleitamento ou o leite fosse fraco, ou outros dentro do género ligados à maternidade, tudo corre bem excepto na nossa. Que ironia: tão inteligentes e com tanto sofrimento.
O texto da Annie é muito bom, porque ela toca num assunto também muito delicado: a necessidade dos outros quererem sempre receber justificativas para acções que nós tomámos e que só a nós dizem respeito. Isso é "caminho andado" para a crítica e julgamentos, e ninguém quer ser julgado ou criticado, todos nós queremos ser amados, todos nós. Amados, apoiados, respeitados e compreendidos. Mas a nossa vida do dia-a-dia é bem diferente disto, está muito longe dos nossos objectivos e a maior contribuição é nossa. E gera-se um ciclo vicioso que só com muito tacto e empatia se consegue quebrar.
Eu vivi na pele uma situação semelhante: a alimentação que faço é um misto de macrobiótica/vegan, e Portugal considera estas pessoas como "tolinhos" e perdi a conta das vezes que me justifiquei por ter tomado a decisão dar ao meu organismo uma alimentação saudável para ele trabalhar em pleno. E para eu chegar até aqui, foi preciso esforço e lutar muito contra a "minha ignorância" e falta de conhecimento em muitos aspectos da alimentação, e claro, tal como na maternidade, o estar mais próximo daquilo que verdadeiramente somos,da nossa natureza, traz-me recompensas extraordinárias que eu não troco por nada deste mundo: saúde! não tenho memória da última vez que fui ao médico,nem de quando tomei um medicamento.
Tudo isto para dizer que, trabalhar para o Bem Maior é isto: divulgar, partilhar sempre sem criticas ou julgamentos, o conhecimento adquirido quando este pode ajudar e curar (principalmente emocionalmente!) o nosso semelhante.
Susana M.
Susana e Moya grata pelos coméntarios... nem imaginam quanto...
Infelizmente tudo o que é diferente do habitual suscita questionamentos, dúvidas, desconfiança, etc...
Eu amamento uma criança de 4 anos pelo que devem conseguir imaginar tudo aquilo que já ouvi... Mas eu mantenho-me firme na minha decisão de o amamentar enquanto ele assim o entender... Eu nunca questionei ninguém por ainda oferecer chucha ou biberão a uma criança de 4, 5, 6 ou mesmo 7 anos mas... parece que isso é socialmente mais aceitável... Por acaso até somos mamíferos e, que eu saiba, nenhum nasceu com algum desses acessórios... Enfim... Continuemos firmes nas nossas decisões e convicções...
Enviar um comentário