“Sabe que, no  relatório «A Longa Sombra da Criação de Gado - Questões e Opções Ambientais», a  Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) declara  que o sector da criação de gado emite gases nocivos em maior escala que os  produzidos por todos os tipos de transportes em conjunto?
Sabe que o  Banco Mundial demonstrou que, desde 1970, 91% da deflorestação na Amazónia está  ligada às necessidades da indústria da carne, agravando os efeitos do  aquecimento climático, que é um dos maiores problemas actuais do  planeta?
Sabe que a indústria da carne é responsável por 37% de todo o  metano devido às actividades humanas (que contribui para o aquecimento global 23  vezes mais que o dióxido de carbono), em grande parte produzido pelo sistema  digestivo dos ruminantes, bem como por 64% do amoníaco que contribui para as  chuvas ácidas?
Sabe que a pecuária intensiva é responsável pelo  empobrecimento dos solos e põe em risco as reservas naturais de água, uma vez  que a produção de um só quilo de carne de vaca necessita de 7 quilos de cereais  ou feijões de soja e cerca de 15.000 litros de água?
Está consciente que  a criação de gado incide assim directamente sobre o aquecimento climático, a  poluição dos solos e dos lençóis freáticos, ao mesmo tempo que representa um  terrível desperdício, pois perto de um terço dos cereais produzidos mundialmente  destina-se a alimentar animais?
Já pensou que, se os países  “desenvolvidos” diminuíssem o consumo de carne, seria possível erradicar a fome  que mata perto de seis milhões de crianças todos os anos no mundo?
Sabe  que, a manterem-se os números actuais da actividade piscatória, em 2048 não  haverá peixes em liberdade nos mares e oceanos, o que acarreta consequências  gravíssimas para o ecossistema? E sabe que os peixes e outros animais marinhos  criados nas chamadas “fish farms”, usadas como alternativa à pesca em alto mar e  que já fornecem metade do peixe consumido pelo ser humano, consomem eles  próprios animais pescados em alto mar?
Sabe que as “fish farms” produzem  largas quantidades de resíduos, que se espalham pelo oceano e mesmo até à costa,  e que as concentrações anti-naturais em que os animais vivem nesses locais  favorecem o desenvolvimento de uma série de doenças e parasitas?
A quem  interessa este péssimo negócio, que só prejudica o planeta, o homem e os  animais, criados, transportados e abatidos nas condições mais cruéis? A ninguém,  excepto a uma minoria de grandes empresas e empresários, que, com o apoio dos  governos e com a nossa colaboração, enriquece sacrificando à sua ganância as  populações, os animais e o planeta.
É por isso que, tal como fez a  Fundação Brigitte Bardot em França, o Partido Pelos Animais vem pedir ao Governo  português que instaure um dia vegetariano em todas as instituições públicas,  convidando as privadas a fazerem o mesmo. A exemplo do que sucede no município  de Gent, na Bélgica, onde a Terça-feira foi declarada “veggiedag”, sugerimos que  todas as Terças-feiras as cantinas portuguesas apresentem ementas vegetarianas.  A par disto, solicitamos aos cidadãos que, pelo bem do planeta, do homem e dos  animais, se abstenham de comer carne e peixe nesse dia, o que é também  extremamente benéfico para a saúde. Todos nos sentiremos melhor e, quem sabe,  descobriremos que podemos estender progressivamente a dieta vegetariana a mais  dias.
A redução do consumo de carne e peixe é hoje um imperativo ético,  ecológico, terapêutico e económico, bem como o exercício da consciência cívica e  política mais esclarecida que cada vez mais urge na actual situação do  planeta.
Solicitamos à comunicação social que difunda esta proposta e a  todos os cidadãos que a ponham em prática e divulguem por todos os  meios.
Sexta-feira, 23 de Outubro de 2009
A Comissão  Coordenadora do Partido Pelos  Animais
Fontes:
Livestock a major threat to  environment (2006, 29 de Novembro). FAO Newsroom. Acedido em 21 de Outubro de  2009.
Opportunity Untapped (2006, 22 de Março). FAO Newsroom. Acedido em  21 de Outubro de 2009.
Biello, David (2006, 2 de Novembro). Overfishing  Could Take Seafood Off the Menu by 2048. Scientific American. Acedido em 21 de  Outubro de 2009.
Margulis, Sergio (2004). World Bank Working Paper No.  22: Causes of Deforestation of the Brazilian Amazon [versão electrónica]. The  World Bank. Washington, D. C.. Acedido em 21 de Outubro de 2009
Schwartz,  Mark (2009, 8 de Setembro). Stanford study: Half of the fish consumed globally  is now raised on farms. Stanford University News. Acedido em 21 de Outubro de  2009.
Steinfeld, H., Gerber, P., Wassenaar, T., Castel, V., Rosales, M. e  de Haan, C, (2006). Livestock's long shadow  Environmental issues and  options [versão electrónica]. FAO. Roma. Acedido em 21 de Outubro de  2009.
Stober, Dan (2009, 20 de Fevereiro). Coasts catch fish farming’s  dirty drift. Stanford University News. Acedido em 21 de Outubro de  2009.”
Artigo publicado no site www.partidopelosani
Sobre o blog:
“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Excelente ideia!
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