Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

terça-feira, 14 de julho de 2009

"Devemos acorrer ao menor choro?"


"Um recém-nascido começa a chorar porque tem fome. Caso a sua mãe demore 90 segundos a responder, o bébé demora 5 segundos para se acalmar. Porém, se a mãe demorar 3 minutos, o bébé só se acalmará passados cinquenta segundos. Quando se multiplica por 2 o tempo de intervenção, multiplica-se por 10 o choro da criança. Quanto mais tempo você esperar, mais difícil é para ela organizar-se no seu interior. Se ninguém aparecer quando chora, o que sente o bebé? (...) ele sofre pura e simplesmente... e ninguém vem. E se aquela mãe que o devia socorrer e proteger não o faz, isso significa que ela é capaz de o fazer sofrer! Ela é perigosa portanto, e ele não pode ter confiança nela... No entanto, isso é impossivel. Como pode ele retirar a confiança da sua mãe? Àquela de quem depende para sobreviver? Então, continua a confiar nela, preferinfo alterar a sua percepção interna e anular quer o seu sofrimento quer as suas emoções, já que é nelas que reside o perigo! Perdendo assim as suas referências interiores, a sua dependência em relação à mãe aumenta, e esta passa a ser a pessoa que sabe do que é que ele tem necessidade e quando."

"O que fazer?"
(...) Se se tratar de um recém-nascido, intervenha o mais rapidamente possivel, procurando identificar a sua necessidade e satisfazê-la. Se tiver fome, ela sabe-o melhor do que o seu médico ou do que o seu relógio. Acompanhe-o na expressão dos seus afectos. E se todas as necessidades fisiológicas parecerem satisfeitas é porque se trata de uma necessidade psicológica, e nesse caso ouça-o com o coração e autorize-o a confiar-lhe a sua dor, o seu protesto e a sua tristeza.
Quanto mais cresce, mais autónoma se torna a criança na gestão das suas emoções. E, a fim de observar de que modo ela lida com o que está a viver, você já poderá esperar alguns instantes antes de se precipitar na sua direcção. Se ela não lhe pedir nada, dê-lhe a sua confiança."
 
No coração das emoções das crianças
Isabelle Filliozat


 

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