Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ajuda para um trabalho jornalístico

A ideia é falar das coisas que se dizem às grávidas em trabalho de parto. Especialmente as enfermeiras(os), mas também os anestesistas e os médicos. Isto no sentido mau, claro. Do género: «Quando estavas a fazê-lo não gritavas pois não?» E outros que podem ser considerados mais soft, mas que também incomodam, como mandar calar ou dizer «vá lá, porte-se bem». Ou qualquer comentário pouco apropriado para quem está numa situação vulnerável como é estar a parir num hospital.
 
Não te cales, se alguém te disse algo que não gostaste em Trabalho de Parto contacta-me para te encaminhar para uma jornalista.
As futuras mães agradecem!

8 comentários:

Anónimo disse...

Eu já disse tudo e não escondi nada!!! E sabe tãoooo bem............. Bjs, clo

Maria João disse...

Excelente ideia. Parabéns pela iniciativa!

MJ

moya disse...

Olha, eu não sofri disso ;), mas com as dores que passei acho que as mandava para o C... Sem ser em tp chegaram a dizer-me muitos disparates. Nomeadamente das enfermeiras: a episio é "só um cortezinho que não custa nada", "pode andar À vontade mas quando chegar a hora vai-se deitar numa cama com as pernas para cima, numa posição muito confortável", "não usamos piscinas de parto porque como é que fazíamos se tivessemos que usar fórceps ou ventosas?". Do anestesista ouvi as pérolas: "a epidural não tem riscos, só a eventualidade de uma ligeira dor de cabeça", "é muito melhor ter epidural porque pode estar a jogar às cartas ou a ler uma revista e falar com o seu marido enquanto espera... Já viu o que era se todas as grávidas sem anestesia desatassem a gritar? era uma barulheira no hospital!" (estas frases foram decisivas para a nossa adopção do parto em casa... LOL)

Lina Agrela disse...

Olá, Catarina, sou enfermeira obstetra e sigo atentamente o seu blog...pois, o considero interessante, no entanto fiquei triste com esta iniciativa, acho que o esta a fazer de maneira a denegrir ou tentar difamar a classe profissional de enfermagem e médicos...eu não tenho nada contra as doulas, pelo contrario considero um auxilio para as senhoras, no entanto não há perfeição...ou seja, não há pessoas perfeitas e todos cometemos erros...isto no sentido de algumas senhoras ter presenciado e sentido algumas frases menos motivadoras nos hospitais...mas, também poderá os sentir no domicilio...claro, que as possibilidades de isto ocorrer são minimas, poís o serviço é totalmente especial e unico para aquele utente, enquanto que no hospital existe 1 enfermeira para vários utentes...e isso temos que valorizar...sejamos unidos...porque, o objectivo principal é a de ver a satisfação das nossas utentes e de tornar esse momento lindo e único...Não entremos por esse lado...A união faz a força...cada um tem o seu papel basta o cumprir...Valorizemos as coisas positivas e abandonemos as negativas...bj

parece impossivel! disse...

Olá, e desculpem-me a franqueza, mas às vezes parece que se está a começar a viver um fundamentalismo terrivel em torno dos partos em hospital vs casa. Muito honestamente isto serve apenas para assustar mães que estão grávidas e pretes a ter os seus bebés. E não se trata de ignorância. Falar sobre as coisas é importante, alterar as coisas é importante mas muito, tanto se alcançou nos últimos anos a nivel médico que me parece que quem defende o parto em casa abriu uma guerra contra os hospitais. Não deve estar a parecer, mas eu sou a 1ª a dar liberdade de escolha a cada mulher, sem criticar, sem fazer juízos de valor. Se uma mulher tem pânico de um parto normal e prefere uma cesariana tem todo o meu apoio. Deve, isso sim estar consciente dos prós e contras que ela acarreta e tomar a sua decisão em plena consciência. E como este exemplo sigo todos os outros. É-me completamente indiferente a forma como cada mãe quer ter o seu filho desde que isso seja para ela o melhor que sabe e lhe consegue dar.
No nascimento do meu filho passei por 3 turnos de médicos e enfermeiros e não há 1 que eu possa dizer mal seja do que for. Completamente profissionais, atentos, simpáticos, carinhosos e tudo isto num hospital público. Mas se tivesse ouvido 1 palavra que fosse que me deixasse desconfortável não saía do hospital sem apresentar reclamação no devido lugar, isto é: Livro de reclamações.

Respeito todos os profissionais (claro que apenas me refiro aos bons) e incluo as doulas. Eu própria adoraria ter tido uma doula por achar benéfico, tranquilizador...mas por favor, não tornem isto dos partos em casa ou hospital numa guerra aberta, fundamentalista e às vezes (como já li em muitos sitios) ofensiva para quem opta por um parto hospitalar.

Acima de tudo, respeitemo-nos!

Unknown disse...

Doula Catarina, penso que a sua iniciativa é pertinente e mais do que adequada à realidade do nosso País.

Enfermeira Lina, peço para que não leve de uma forma negativa o que lhe vou dizer, mas desacordo completamente consigo.

Pratiquei medicina como clínica Geral e mais tarde na especialidade de obstetrícia durante grande parte da minha vida, para mais tarde renunciar a um conceito com o qual deixei de me identificar.

Vamos então por pontos.


1. Creio que não se trata de difamação de uma classe profissional, mas sim na exposição do evidente, ou seja, de um descontentamento crescente derivado das as práticas impostas pelos processos hospitalares, por sinal completamente desligados da realidade e das necessidades das Mães. O facto de existir o perigo para uma certa generalização é sem dúvida
2. Perfeição, não creio que seja de todo um léxico que possa ser associado à forma como as Mães são tratadas no meio Hospitalar, e sim, estou a generalizar, porque constitui o comportamento dominante em todos os Hospitais Portugueses, não por incompetência de uma classe social, mas pela própria “genética do sistema”.
3. O problema está pois na formação, e não na constituição dos profissionais. Eu abandonei a medicina de Hipócrates ao compreender que me encontrava num sistema imutável, hipócrita pela sua natureza que em teoria compreendia o respeito absoluto sobre o corpo e a alma de todos os seres Humanos.

Neste nosso sistema minhas caras, nem um nem outro são respeitados por um sistema que vicia os seus profissionais, e que tritura os seus utentes.

Obg a todas.
Doula Nereida

Unknown disse...

As minhas desculpas se feri alguem com este post. Não sou eu que vou fazer o trabalho jornalistico, é uma jornalista de uma revista muito conhecida que me contactou, e achei uma boa ideia, não se trata de falar mal do parto hospitalar, nem bem do domiciliar.

as mulheres devem de parir onde se sentem confortaveis e terem um acompanhamente empatico por parte da equipa, eu pari os meus filhos no hospital e não gostei de muitas coisas que ouvi... se vai assustar as grávidas? não sei, mas pelo menos pode fazer com que mude mentalidas...

Anónimo disse...

Sou a jornalista que vai fazer o trabalho. O objectivo é ajudar a melhorar os serviços hospitalares. Não percebo em que é que isso poderá ofender alguém. O artigo deverá ser publicado na revista PAIS&Filhos de Agosto. É melhor esperarem para ver.

Obrigada Catarina pela ajuda.

Patrícia Lamúrias