Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Riscos das cesarinas sem indicação médica

" (...) Em Portugal, cerca de 1 em cada 3 mulheres dá à luz através de cesariana.

Estes números fazem com que a cesariana seja a operação cirurgica mais realizada em Portugal. A OMS (Organização Mundial de Saúde) refere que a percentagem de cesarianas não deve ser superior a 15%.

Com este artigo, pretendo informar acerca dos riscos para as mulheres e bebés das cesarinas sem indicação médica (cesariana electivas), porque esses riscos podem ser evitados.

Vamos ver artigos dos Estados Unidos e outros países e comparar com a situação presente em Portugal.

Gostaria de agradecer a Nicette Jukelevics pelo seu livro acerca deste assunto.

Compreendendo os perigos do parto por cesariana: Tomar decisões informadas ISBN 978-0-275-99906-3 – há vários recursos e material para profissionais de saúde e para mães disponivel para download em www.dangersofcesareanbirth.com

Os médicos que efectuam cesarianas a pedido, acreditam que este tipo de parto promove a saúde e bem-estar tanto da mulher como do seu feto, mais do que num parto vaginal. Por isso eles dizem ser ético este tipo de procedimento. No entanto, esta crença não é suportada pelas evidências científicas.

As mulheres acreditam que a cirurgia irá prevenir problemas futuros no suporte pélvico e problemas de disfunção sexual, mas não há provas de qualidade que substanciem qualquer uma destas crenças. Em Março de 2006, na Conferência promovida pelo US National Institutes od Health State, em Bethesda, Maryland, sob o tema “Cesarianas electivas a pedido da mãe”, não foi apresentado um único estudo que suportasse o facto de as mulheres norte-americanas fazerem cesarianas a pedido, sem indicação médica.

O inquérito conduzido pela organização “Childbirth Connection” em Nova Iorque, decobriu que apenas menos de 1% das mulheres que responderam ao questionário queria uma cesariana elecctiva sem indicação médica para tal. Mas por todo o país e nos media estava a começar uma discussão acerca da cesariana electiva ser uma opção que as grávidas deveriam discutir com os seus médicos.

Isto apesar de o Colégio Americano de Enfermeiros-Obstetras e a Sociedade de Obstetras e Ginecologistas do Canadá, a Associação Canadiana de Parteiras, O Colégio Real de Ginecologistas da Grã-Bretanha, o Colégio Real de Parteiras do Reino Unido e a Federação Internacional de Obstetras e Ginecologistas não suportarem a cesariana elecctiva a pedido da mulher, por não haver evidências de que seja mais benéfico do que um parto normal.

Num ensaio publicado nos  Anais de Medicina Familiar os médicos Lawrence M. Leeman e Lauren A. Plante escreveram: “Nos tempos mais recentes temos observado o declínio da escolha da mulher por um parto vaginal, enquanto que o parto vaginal após cesariana anterior se torna cada vez menos disponível e o parto pélvico vaginal raramente é exeutado. A questão que se coloca acerca da escolha pela cesariana electiva apenas incide sobre o direito de uma mulher em escolher a cesariana sem indicação médica. O direito da mulher de optar por um parto vaginal não é sequer abordado... Para quê defender a escolha da mulher, se a única opção disponível é a cesariana?”

Hoje em dia, graças à pesquisa e investigação disponível, sabe-se que até em bebés de termo a mortalidade neonatal é quase o dobro em crianças nascidas de cesariana electiva sem indicação médica, quando comparada com o parto vaginal. (...) "

 

Mary Zwart - Humpar

Podem ler o texto todo aqui: http://www.humpar.org/Parto%20por%20cesareana%20Mary%20Zwart.htm

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