Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

sábado, 25 de abril de 2009

Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem destroi o seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar..

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece..

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o "preto no branco",
e os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
justamente as que resgatam brilho nos olhos,
sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos..

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
quem não se permite,
uma vez na vida, fugir de conselhos sensatos..

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da
chuva incessante,
desistindo de um projecto antes de inicia-lo,
não perguntado sobre um assunto que desconhece
e não respondendo quando lhe indagam o que sabe..

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o
simples acto de respirar.
Estejamos vivos então!

Pablo Neruda

4 comentários:

Dulce Reis disse...

Lindo e tão verdadeiro! Um beijinho...

kel disse...

Verdade verdadinha!
beijocas

Unknown disse...

Já não lia este poema do Pablo Neruda há algum tempo! Obrigada por o teres relembrado aqui... É um dos meus favoritos : )

Mia disse...

:)