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“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Parto a fingir com mãe robô para treinar enfermeiros

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Obstetrícia: Parto a fingir com mãe robô para treinar enfermeiros
*** Serviço vídeo disponível em www.lusa.pt ***

Lisboa, 05 Dez (Lusa) - "Nasomi", que significa Esperança em japonês, nasceu hoje com três quilos e sem chorar, já que, tal como a mãe, é um boneco com o qual os futuros enfermeiros especialistas em obstetrícia vão aprender as artes do parto.

A "bebé" nasceu pelas mãos dos experientes enfermeiros Nuno Lopes e Maria João Silva que fazem partos "a sério" no Hospital de Santa Maria, mas que hoje simularam um nascimento através de "Noelle", a boneca robô com a qual os estudantes da Escola Superior de Enfermagem vão praticar os partos.

A Noelle é feita de silicone e é uma mãe-robô de tamanho humano, grávida de um bebé robô. Ambos estão equipados com tecnologia que permite a programação de diversas situações obstétricas.

Hoje, a propósito da inauguração do Laboratório de Práticas de Saúde Materna da ESEL, que teve uma audiência concorrida, a intervenção correu sem complicações.

A demonstração começou com a grávida já no período expulsivo. Depois, seguindo as orientações do enfermeiro para a força e a respiração na altura certa, o bebé "nasceu".

Coube à enfermeira entregar a criança à mãe, não esquecendo os parabéns e os elogios: "Tem um bebé muito lindo", disse.

Esta sala, equipada ainda com uma cadeira de partos e uma piscina com outra boneca, de forma a simular o parto não medicalizado, deverá ser visitada por cerca de 300 estudantes.

De acordo com Luísa Sotto-Mayor, professora de enfermagem na ESEL e enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstetrícia, o investimento neste equipamento - no valor de 30 mil euros - tem o objectivo de preparar "os futuros enfermeiros e enfermeiros obstetras para dar assistência a situações de partos de risco, mas também para ser autónomos em situações de parto de baixo risco, nomeadamente partos normais".

A partir do próximo ano, todos os alunos do terceiro ano do curso de enfermagem dos vários pólos que constituem a ESEL terão acesso ao treino no Laboratório de Práticas de Saúde Materna, bem como os enfermeiros que frequentam o curso de pós-licenciatura de especialização em obstetrícia. Este ano são 77 os futuros enfermeiros obstetras que beneficiam do treino neste laboratório.

Outros profissionais irão beneficiar desta estrutura, como os bombeiros que muitas vezes assistem as mulheres em trabalho de parto, e que poderão ter neste espaço cursos de preparação para o nascimento, segundo disse Filomena Gaspar, presidente do conselho directivo da ESEL.

Para Etelvina Tojal, directora do Departamento de Saúde Materna da ESEL, este tipo de formação permite que os enfermeiros, "quando vão para o exercício, levem já algum treino que é fundamental".

"O mais difícil para um estudante é perceber exactamente qual é a evolução que se está a dar durante o trabalho de parto e perceber se há algum desvio da normalidade. Este modelo permite-nos criar situações em que há alguns aspectos fora do normal e que leva o estudante a ter essa experiência", disse.

SMM.

Lusa/Fim

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2008-12-05 16:20:01

1 comentário:

P e M disse...

Pois... se não tivesse havido um afastamento das parteiras do tempo nas nossas avós, talvés - digo eu - não fosse necessário esse investimento agora...

Mas isso sou só eu a dizer...