Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Massagem do períneo

Quando pensamos em como se pode evitar a episiotomia no parto normal, raramente pensamos em alguma coisa além do que os médicos ou as enfermeiras podem fazer por nós. Há muita coisa que podemos fazer por nós mesmas!

A massagem no períneo no período pré-natal tem-se mostrado eficaz na prevenção da necessidade da episiotomia e na diminuição das lacerações que a mulher pode ter durante o parto.

Essa técnica é usada para ajudar no alongamento/flexibilidade e preparar a pele do períneo (parte de pele, músculos etc. entre a vagina e o ânus) para o parto.

Essa massagem não vai apenas preparar o tecido do seu corpo, mas vai também permitir que você conheça e aprenda sobre as sensações do parto e como controlar esses poderosos músculos. Este conhecimento a auxiliará ao preparar-se para dar à luz o seu bebé. O conhecimento do que você sente nessa região do corpo vai ajudá-la a manter-se relaxada e a relaxar o períneo no parto e também durante outros exames vaginais que tenha que fazer em sua vida.


INSTRUÇÕES:

- Encontre um lugar onde se possa sentar e estar sozinha, ou com seu parceiro, ininterruptamente.

- Tente ver seu períneo com ajuda de um espelho, note como ele é. Nem sempre será necessário um espelho para essa tarefa!

- Pode usar compressas com toalhas mornas no períneo por 10 minutos, ou tomar um banho morno (de banheira, assento, ou chuveiro, em último caso), caso precise relaxar.

- Lave as suas mãos e peça ao seu companheiro para fazê-lo também, caso ele a ajude nas massagens.

- Lubrifique seus dedos polegares e o períneo. Você pode usar muitos tipos de lubrificantes: Gel Lubrificante Íntimo (encontrado nos hipermercados e farmácias), KY Gel®, óleo de vitamina E, óleo vegetal puro (óleo de semente de uva é uma boa indicação!), etc.




- Coloque seus dedos polegares um pouco dentro de sua vagina, empurre-os para baixo e pressione para os lados. Deve sentir um leve estiramento, formigamento, ou uma leve queimação, mas nada que seja dolorido. Mantenha esse movimento por 2 minutos ou até que região fique levemente adormecida.

- Se sofreu uma episiotomia ou lacerações prévias, preste especial atenção ao tecido de cicatrização que, geralmente, não é tão elástico e é onde a massagem deve ser feita mais intensamente, com cuidado.

- Massage em volta e por dentro da região mais externa da vagina e seus tecidos, onde ela se abre, e mantenha sempre a lubrificação.

- Use seus polegares para puxar um pouco os tecidos, forçando-os a abrirem-se, imagine como seria se a cabeça do seu bebé estivesse fazendo esse movimento na hora do parto.

- Se seu parceiro estiver fazendo a massagem, pode ser muito útil que ele use os polegares. A sensação pode ser mais bem percebida por você, mas não deixe de guiá-lo com suas sensações para que ele saiba qual a pressão que deve utilizar. Nesta massagem, quando ela está sendo feita pelas primeiras vezes, é comum que seja possível usar somente um dedo, até que a musculatura seja trabalhada e possa ser estendida.

ATENÇÃO:

1. Evite mexer no ou abrir o orifício da uretra (logo acima da vagina) para evitar infecções urinárias.

2. Não faça massagens no períneo se você tiver lesões ativas de herpes (isso pode causar o aumento da área das lesões).

3. Pode começar essas massagens em torno da 34a semana de gravidez. Se já passou da 34a semana e ainda não começou, não desista! A massagem pode trazer-lhe benefícios ainda assim. Pode fazê-la pelo menos uma vez por dia.

4. Lembre-se que a massagem sozinha não vai proteger seu períneo, mas ela é parte de um grande esquema. Escolher uma posição vertical para parir (de cócoras, de joelhos, sentada etc.) favorece a distribuição de pressão no períneo. Se escolher parir deitada de lado, isso também reduz muito a pressão no períneo. Deitada de costas, totalmente na horizontal, é a posição para parir em que há mais chances de se provocar lacerações e necessidade de episiotomia.

Fonte: http://pregnancy.about.com/library/weekly/aa103199.htm



(Tradução da Bart - adaptação para Portugal: Américo Torres - http://www.humpar.org/)

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