Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O Parto Ativo

O conceito de Parto Ativo foi desenvolvido pela educadora perinatal
Janet Balaskas, na Inglaterra.
Parto Ativo significa que a mulher é quem
faz o seu bebê nascer. Não é o médico quem faz o parto. Não é a parteira
quem faz o parto. É a mulher, seu corpo, sua mente e sua alma
.
Claro que
não existe Parto Ativo sem uma equipe que aceite neutralizar sua
participação em favor do protagonismo da gestante. Portanto para um
parto verdadeiramente ativo é necessário uma mulher ativa, um
acompanhante (o pai do bebê ou outro por ela escolhido), um bebê e
alguém que fique ao lado apenas verificando se tudo está bem, sem
intervir no processo natural do nascimento.

O corpo da mulher já vem preparado para o parto, e até mesmo mulheres em
coma conseguem ter partos normais
.
Sedentárias, ginastas, ativas,
magras, gordas, altas ou magras, todas as mulheres têm a capacidade
inata de permitir que o bebê viva, se desenvolva e nasça através de seu
corpo. No entanto o parto é um processo dinâmico, no qual o bebê faz uma
série de movimentos através da pelve, até que possa sair para a luz. Ele
desce, insinua seu crânio pela bacia pélvica, dobra o pescoço, gira,
colabora. Enquanto isso a mãe se move, anda, muda de posição, pende
apoiada pelo companheiro, acocora, deita. Como quando tentamos tirar um
anel justo do dedo, só o movimento é que permite que um deslize ao redor
do outro.

Se permitimos que a mulher adote todas as posições que lhe parecem
confortáveis, se possibilitamos a liberdade de movimento e ações, se o
ambiente do parto for propício para essa liberdade, mãe e bebê
encontrarão a fórmula para a travessia que eles têm que fazer. Por isso
é fundamental que no ambiente do parto sejam oferecidos os elementos
fundamentais para um parto ativo:

- Privacidade: se a mulher não tiver privacidade, ela fica tolhida em
sua liberdade e deixa de se movimentar de acordo com sua vontade.

- Opções à cama: deitar é em geral a última coisa que uma mulher quer
fazer em trabalho de parto, de forma que ela precisa ter opções como a
bola suíça, cavalinho, banqueta de parto, almofadas, cadeira, poltrona,
etc...

- Equipe: é importante que as mulheres sejam acompanhadas por pessoas
que estejam acostumadas ao conceito de parto ativo, como as doulas,
enfermeiras obstetras e médicos obstetras motivados e seguros em relação
ao parto natural.

- Recursos não farmacológicos para a dor do parto: sendo o parto um
processo lento e muitas vezes doloroso (especialmente no pico das
contrações), é fundamental que a mulher possa ter à mão os recursos para
lidar com essa dor, como chuveiro, banheira, bolsa de água quente, chás
e o que mais for possível dentro do contexto.

- Prioridade para o parto natural: para que a mulher se sinta no
controle da situação, ela precisa vivenciar o processo da forma como a
natureza propôs, ou seja, sem o artifício do jejum, da ruptura
artificial da bolsa das águas, do uso de soro com hormônio (ocitocina),
forças dirigidas, etc...

Dentro dessa filosofia de atenção ao parto, os procedimentos médicos são
destinados apenas às situações especiais, que não deveriam superar uma
pequena porcentagem do total de mulheres saudáveis. O parto sempre será
um processo normal e natural, para o qual as mulheres continuam estando
preparadas, independente de não lavarem mais roupas à beira do rio
acocoradas. Basta que deixemos as grávidas em paz e que lhes ofereçamos
o mínimo necessário para o conforto, e elas saberão o que fazer.

Se você está grávida e deseja ter um Parto Ativo, leia, pesquise,
pergunte, questione seu médico, questione a maternidade onde vai ter seu
bebê, faça um plano de parto, procure um grupo de apoio, faça seu
acompanhante entender a importância desse processo para você e seu bebê.
Não entregue o seu corpo, seu bebê e seu parto nas mãos de outros. Eles
lhe pertencem.

Ana Cristina Duarte
Doula e Educadora Perinatal
Parto do Princípio – Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa
www.partodoprincipio.com.br


Data de publicação: 04/08/2008.
Fonte: http://guiadobebe.uol.com.br/parto/o_parto_ativo1.htm

2 comentários:

Anónimo disse...

Olha, eu acho importante lutar pelo parto normal, mas sabe, sem monitorar nao eh meio arriscado? Eh facil tomar uma decisao assim quando a gente nunca perdeu um bebe, se alguma coisa der errado eh muito dificil achar que ter tido o parto dos sonhos sem o bebe no colo vai fazer alguma diferença. Concordo sim, tem q fazer força e se preparar pro parto mas ele as vezes nao consegue acontecer e nessa hora a gente faz o q for preciso.

Unknown disse...

Elen, segundo a organização mundial de saúde a
monitorização fetal deveria de ser feita com auscultação intermitente e não continua.
Espero ter ajudado.