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“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

sábado, 19 de abril de 2008

Estudo: episiotomia traz mais danos que benefícios

Terça-feira, 3 de Maio (HealthDayNews) – As episiotomias, incisões que alargam a abertura vaginal durante o parto, estão correlacionadas com um maior risco de lesão, maiores dificuldades na cura e mais dores, segundo uma nova análise baseada em 26 estudos efectuados.
Os resultados, publicados no Journal of the American Medical Association de 4 de Maio, parecem reverter crenças estabelecidas de que o procedimento seria preferível para prevenir um rasgo espontâneo e que também ajudaria as mulheres a recuperar no pós‑parto. O estudo encontrou evidência que a episiotomia não tem efeito aos níveis da incontinência, na resistência da parede do útero ou ainda na função sexual. Ainda, de acordo com o estudo as mulheres a quem foi aplicado o procedimento demoram mais tempo a retomar a sua actividade sexual. Aliás, o primeiro coito pós‑parto causou mais dor a estas mulheres, de acordo com um relatório da Associated Press sobre este estudo.

“Esta análise reúne num único local todas as evidências que não estamos a ter os resultados que pretendemos” disse a Drª Katherine Hartmann, a autora/directora do estudo, investigadora na Universidade da Carolina do Norte.
Ela estimou que 1 milhão de mulheres em cada ano tiveram episiotomias desnecessárias, citando estudos que indicam que o procedimento é aplicado em cerca de 30% dos partos vaginais. Uma análise da Associated Press de dados hospitalares descobriu que houveram 616.702 episiotomias em 2002, mas Hartmann disse que os procedimentos estão subestimados nos registos hospitalares. A entidade responsável pela qualidade e investigação na area dos cuidados de saúde (The Agency for Healthcare Quality and Research), que financiou a análise, planeou publicar um resumo no seu site de internet na Terça-feira à tarde, divulgou o serviço de notícias.
HealthDayNewsO que podemos fazer.
Médicos e pesquisadores têm-se afastado há algum tempo das recomendações de episiotomias de rotina, mas continuam a ser relativamente frequentes nos Estados Unidos.
Em Portugal é uma prática largamente utilizada.
Originalmente, pensava-se que as episiotomias preveniam rasgos sérios e que curavam melhor que os rasgos naturais, mas os resultados deste estudo mostram claramente o oposto – as episiotomias podem aumentar a gravidade dos rasgos durante o parto e fazerem com que a recuperação das mulheres seja mais difícil. Além disso, mulheres que já sofreram episiotomias têm os músculos da parede pélvica mais fracos e enfrentaram um desconforto maior quando retomaram a sua actividade sexual, do que as mulheres a quem não foi aplicado este procedimento.
Antes do trabalho de parto, certifique-se de perguntar ao médico ou à parteira sobre a sua filosofia acerca de episiotomias de rotina e declare a sua vontade.
Tradução realizada por Ana Rangel - Professora


Nota: A necessidade de episiotomia pode ser reduzida significativamente com recurso à massagem ao períneo.

fonte HumPar

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