Um estudo publicado na edição de novembro de 2008 do British Journal of Clinical Pharmacology indica que o uso de dois antidepressivos durante a gravidez pode causar anomalias cardíacas no bebé.
Segundo a pesquisa, mulheres que tomam fluoxetina nos três primeiros meses de gestação têm quatro vezes mais chances de ter um bebé com problemas cardíacos, e a quantidade de bebés com essas anomalias é três vezes maior em gestantes que tomam paroxetina.
Os pesquisadores, porém, recomendam que as mulheres que tomam esses medicamentos continuem o tratamento, a menos que sejam orientadas, por seu médico, a suspender o uso de antidepressivos. E eles ressaltam que, em mulheres tomando fluoxetina, deve ser realizado um ecocardiograma fetal no terceiro trimestre para diagnosticar possíveis anomalias cardíacas.
Além disso, as gestantes são recomendadas a parar de fumar, visto que o estudo também mostrou que fumar mais de dez cigarros por dia aumenta em cinco vezes os casos de problemas cardíacos no bebé.
No estudo, acompanhando a gravidez de mais de 2 mil mulheres – dentre elas, 410 que tomavam paroxetina e 314 que tomavam fluoxetina – pesquisadores de Israel, Itália e Alemanha descobriram uma alta taxa de anormalidades cardíacas em mulheres que tomaram antidepressivos e entre as que fumavam mais de dez cigarros por dia.
Os resultados indicaram uma prevalência de problemas cardíacos de 2,8% no grupo que tomou fluoxetina, de 2% no grupo da paroxetina e de 0,6% no grupo controle. Além disso, o índice de interrupção da gestação foi maior nos grupos dos antidepressivos (7,8%; 4,8%; e 2,8%, respectivamente).
E, para piorar o quadro, as mulheres que tomavam os medicamentos eram mais propensas a fumar (20,1%; 20,7%; e 7,5%) e a fumar mais de dez cigarros por dia (12,3%, 14%; e 4,4%).
Considerando todos esses fatores, eles calcularam uma probabilidade 4,5 vezes maior de ter um filho com problemas com o uso da fluoxetina; e 2,7 vezes maior risco com o uso do outro antidepressivo. E o fato de fumar menos de dez cigarros por dia aumentaria os riscos em 2,7 vezes, comparados com o aumento de 5,4 vezes entre aquelas que fumavam mais.
Os autores destacaram que não há evidências indicando riscos em outros antidepressivos do mesmo grupo. E que é importante que as mulheres com depressão não abandonem o tratamento, mas saibam dos riscos potenciais e benefícios envolvidos no seu tratamento durante a gravidez.
Fonte: British Journal of Clinical Pharmacology. Novembro de 2008.
http://boasaude.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=7884&mode=browse
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“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones
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2 comentários:
Eu tomei fluoxetina na gravidez e o meu bebé fez cianose ao nascer.
Olá,
as conclusões so estudo são vedadeiras. As probabilidades de haver complicações cardíacas com os bebés cujas mães tomaram anti-depressivos durante a gestação são muito grandes mas tudo tem que ser visto por um médico especialista. Já existe medicação cujo impacto sobre o feto é menor. Também é sabido que uma gr+avida deprimida mantém todos os sintomas depressivos incluindo as tendências suicidas (se as houver). Assim sendo, meninas, nada como ir a correr ao médico para obter informações exactas.
Quem toma anti-depressivos pode ser atendida nas consultas de risco das maternidades o que é uma excelente opção para quem não pode pagar médicos privados.
E Eco morfologica (das 20 semanas) para quem toma anti-depressivos deve ser realizada por médicos obstetras e é quase sempre seguida de m ecocardiograma. Os centos ecográficos que trabalham com a segurança social, geralmente, não tem as competências para fazer estas ecos e os privados são muito caros. A maternidade é mesmo a maternidade.
boa sorte a todas
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