Sobre o blog:

“A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro” Ricardo H. Jones

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O parto em casa é seguro?

“Pode-se afirmar com segurança que uma mulher deve dar à luz num local onde se sinta segura e no nível mais periférico onde a assistência for viável e segura. No caso de uma gestante de baixo risco, este local pode ser a sua casa, um centro de parto de pequeno porte ou talvez a maternidade de um hospital de maior porte. Entretanto, deve ser um local onde toda a atenção e cuidados estejam concentrados em suas necessidades e segurança, o mais perto possível de sua casa e de sua própria cultura.” Organização Mundial de Saúde, 1996 (Maternidade Segura – Assistência ao Parto Normal: um guia prático)

“Reconhecendo as evidências de que o parto de mulheres saudáveis, que não são consideradas de risco após avaliação criteriosa por profissionais capacitados, pode ocorrer de maneira segura em vários locais, incluindo centros de parto extra-hospitalares e sua própria casa...a APHA (American Public Health Assosciation) apóia iniciativas para aumentar o acesso à assistência materno-infantil fora do hospital...” (Associação Americana de Saúde Pública, publicado no American Journal of Publica Health, Vol 92, No. 3, Março 2002).

“Vários estudos metodologicamente adequados compararam os resultados entre partos domiciliares planeados com partos hospitalares para mulheres com características semelhantes. Uma metanálise destes estudos mostrou que não houve nenhum caso de morte materna e nenhuma diferença estatisticamente significativa no risco de mortalidade perinatal.” (Guia para atenção efetiva na gravidez e no parto. Murray Enkin, et al. 2005. Publicação com as evidências científicas do grupo de estudos de Saúde Materno-infantil da Biblioteca Cochrane)

No início de 2005 foi publicado pelo periódico inglês British Medical Journal (BMJ) um estudo epidemiológico que analisou mais de 5.000 partos domiciliares acompanhados por parteiras graduadas nos Estados Unidos e Canadá. Esta pesquisa mostrou resultados muito favoráveis ao parto domiciliar. Os partos domiciliares, quando comparados aos hospitalares, tiverem menor taxa de intervenções médicas, mas com a mesma segurança em relação à mortalidade materna e neonatal (Johnson; Daviss, 2005).

Foi constatado que, o risco de problemas respiratórios em bebês recém-nascidos é 17 vezes mais alto nos partos hospitalares do que nos partos em casa.
Os EUA têm a maior taxa de intervenção obstétricas durante o trabalho de parto, assim como têm enfrentado sérios problemas com o crescimento de erros médicos.
Enquanto a taxa de mortalidade neonatal e materna tem diminuído drasticamente desde o virar do século, fatores como nutrição e higiene têm influenciado bastante nesse resultado.
No geral, a mortalidade infantil tem crescido desde os anos 30, mesmo assim, os partos domiciliares demonstraram ser mais seguros. Em 1939, Baylor Hospital Charity Service em Dallas, Texas, publicou um estudo que revelou uma taxa de mortalidade neonatal de 26.6 por 1.000 nascidos vivos em casa comparando com a taxa de mortalidade no hospital, que chegou a 50.4 por 1.000.The Five Standards of Safe Childbearing, 1981, Stewart, p. 241

Uma pesquisa realizada ao longo de seis anos, pelo Texas Department of Health, de 1983 a 1989, revelou que a taxa de mortalidade infantil nos partos assistidos por parteiras não certificadas, em casa, foi de 1.9 a cada 1.000 comparada com a taxa dos partos realizados por médicos de 5.7 a cada 1.000.Texas Lay Midwifery Program, Six Year Report, 1983-1989, Bernstein & Bryant, A taxa nos partos assistidos por parteiras treinadas e certificadas foi de 1 a cada 1,000 e por outros tipos de assistentes foi de 10.2 mortes por 1,000 nascidos vivos.Labor Pains: Modern Midwives and Homebirth, Sullivan & Weitz, 1988

Um estudo que envolveu 3.257 partos fora do ambiente hospitalar, no estado do Arizona assistidos por parteiras licenciadas entre 1978 a 1985 mostrou que a mortalidade materna atingiu 2.2 a cada 1,000 e a mortalidade neonatal atingiu 1.1 a cada 1,000 nascidos vivos.

Se quiser saber mais:


"Home Birth Study" British Medical Journal, June 2005

"Outcomes of Planned Home Births with Certified Professional Midwives: Large Prospective Study in North America" British Medical Journal, June 2005

"Evidence Based Maternity Care Report" Childbirth Connection/Millbank Memorial Fund, October 2008

6 comentários:

P e M disse...

O meu próximo parto vai ser em casa: com a MINHA música, com os MEUS "cheirinhos", onde EU quisser, quando EU sentir que chegou a hora, no MEU espaço, ....

Basicamente, vou ser EU a decidir quase tudo (excepto a hora do nascimento em si).

E, claro, tu estás convidada para ser a minha doula. Queres, Cat?

Unknown disse...

A M. vai ter um/a mano/a? estas gravida?

P e M disse...

Não... Pelo menos por enquanto...

Acho que uma mana e depois um mano...

Tenho sonhados com isso e sempre que penso no assunto arrepio-me...

No meu caso, isso basta...

Mas para já, NÃO!

mjf e pmp disse...

CLAP!CLAP!CLAP! LOLOL
Para quando esta mentalidade por cá?
Para quando o reconhecimento por parte das instituições de saúde destas evidências flagrantes?
Para quando parar com a "caça às bruxas" às mulheres que o escolhem livre e conscientemente?
Para quando a divulgação pública num estudo ou reportagem das estatísticas do INE quanto à taxa de mortalidade, tempo de parto (etc) de partos domiciliares planeados e assistidos por profissionais competentes?
Para quando casas de parto em Pt?
Muitas perguntas... Esperemos que com resposta para breve...

Unknown disse...

M. quando as mulheres perceberem que são donas do seu corpo as tuas perguntas serão respondidas...

Anónimo disse...

Em Portugal não existem actualmente apoios suficientes para um trabalho de parto+parto em casa seguros..mas claro a escolha é vossa, por enquanto. lembrem-se do q aconteceu à Adelaide de Sousa..não voltem para a idade média!